Como Controlar a Pressão Alta – 5 Passos Importantes
Os tecidos e órgãos precisam do sangue oxigenado para sobreviver e funcionar adequadamente. Quando o coração bate, ele cria uma pressão que empurra o sangue através dos vasos sanguíneos e essa pressão cria comumente duas forças.
A pressão sistólica é a primeira, que ocorre quando as bombas de sangue saem do coração e entram nas artérias que fazem parte do sistema circulatório. A pressão diastólica é a segunda força, que é criada quando o coração repousa entre os batimentos cardíacos.
Ambas são representadas por números em uma leitura da pressão arterial. A pressão arterial menor que 120/80 mm Hg é considerada normal, enquanto 130/80 mm Hg ou mais é considerada uma pressão alta. Se os números estiverem acima do normal, mas abaixo de 130/80 mm Hg, o enquadramento é feito na categoria de pressão arterial elevada. Isso significa que está em risco de desenvolver pressão alta.
A pressão alta significa que o sangue está circulando com mais força pelas artérias e isso aumenta a carga de trabalho do coração, a pressão sobre os tecidos delicados e vasos sanguíneos. Com o tempo, a força e o atrito da pressão arterial elevada danificam os tecidos delicados no interior das artérias, e a partir daí o colesterol LDL (ruim) forma uma placa ao longo de pequenas fissuras nas paredes das artérias, significando o início da aterosclerose.
Quanto mais placa e danos, mais estreitos os interiores das artérias se tornam, elevando a pressão sanguínea e iniciando um ciclo vicioso que prejudica ainda mais as artérias, o coração e o resto do corpo. Isso pode levar a outras condições que variam de arritmia para ataque cardíaco e derrame.
Essas condições geralmente se desenvolvem ao longo de vários anos. Inicialmente, é difícil perceber algum sintoma, então ela silenciosamente pode causar danos aos seus vasos sanguíneos e órgãos, especialmente cérebro, coração, olhos e rins. A detecção precoce é importante, pois é possível intervir na situação e impedir que maiores danos aconteçam. Vamos entender melhor agora como controlar a pressão alta assim que o diagnóstico for feito, quais são os melhores medicamentos e as mudanças no dia a dia.
Diagnóstico
Se existe a suspeita de pressão alta, o que fazer de imediato? A primeira atitude é buscar a ajuda de um profissional, pois o médico será capaz de fazer uma leitura da pressão sanguínea, e enquadrar em quatro categorias gerais, que são:
- Pressão arterial normal: Abaixo de 120/80 mm Hg.
- Pressão arterial elevada: Varia de 120 a 129 mmHg e uma pressão diastólica abaixo de 80 mmHg.
- Hipertensão estágio 1: Pressão sistólica que varia de 130 a 139 mmHg ou uma pressão diastólica variando de 80 a 89 mmHg.
- Hipertensão estágio 2: Hipertensão mais grave. É uma pressão sistólica de 140 mmHg ou mais ou uma pressão diastólica de 90 mmHg ou mais.
Vale reforçar que ambos os números na leitura da pressão arterial são importantes, mas as pessoas com mais de 50 anos podem apresentar a hipertensão sistólica isolada, que é uma condição na qual a pressão diastólica é normal (menos de 80 mmHg), mas a pressão sistólica é alta (maior ou igual a 130 mmHg). Este é um tipo comum de hipertensão arterial entre pessoas com mais de 65 anos.
Uma vez evidenciada a pressão alta, duas a três leituras de pressão arterial em três ou mais consultas separadas antes de diagnosticar você com pressão alta podem ser feitas. Isso ocorre porque a pressão sanguínea normalmente varia ao longo do dia e algumas pessoas podem apresentar essa alteração apenas no consultório médico.
A pressão arterial deve ser medida em ambos os braços para determinar se há diferença.
Um teste de monitoramento da pressão arterial durante 24 horas chamado monitoramento ambulatorial da pressão arterial pode ser recomendado para confirmar se você tem pressão alta. O dispositivo utilizado para este teste mede a pressão arterial em intervalos regulares durante um período de 24 horas e fornece uma imagem mais precisa das alterações da pressão arterial durante um dia e noite.
Qualquer tipo de pressão alta também fará o médico revisar o histórico médico e recomendar um exame físico. Também poderá solicitar exames de rotina, como um exame de urina, exames de sangue, um teste de colesterol, um eletrocardiograma e um ecocardiograma, para verificar mais sinais de doença cardíaca.
Toda essa investigação será capaz de diagnosticar a pressão alta e um plano de tratamento será recomendado para cada caso. Veja a seguir como controlar a pressão alta e como o tratamento geralmente é feito.
5 passos importantes para controlar a pressão alta
O tratamento envolve muitas etapas. Mudanças devem ser inseridas na rotina diária para fazer o gerenciamento da condição e minimizar os possíveis impactos que a condição pode provocar. Confira os passos importantes para quem busca como controlar a pressão alta.
1. Conheça a sua pressão ideal
Conhecer a sua pressão ideal é preciso, pois a maioria das pessoas diagnosticadas com pressão alta têm o objetivo de permanecer abaixo de 130/80 mm Hg, mas isso não se aplica para todos. Então, seu médico pode lhe informar sua meta de pressão sanguínea.
2. Faça mudanças no estilo de vida
Uma vez que você é diagnosticado, tomar medidas para controlar a pressão alta é necessário. Mudanças no estilo de vida podem reduzir significativamente a pressão sanguínea e diminuir o riscos, e algumas vezes até os medicamentos são descontinuados.
- Exercícios físicos regulares: A prática de atividades físicas contribui significativamente para baixar a pressão alta. Isso acontece porque elas ajudam a tornar seu coração mais forte e mais eficiente no bombeamento de sangue, o que reduz a pressão nas artérias;
- Eliminar o excesso de peso: Estar acima do peso pode impactar a sua pressão sanguínea. Reduzir o ponteiro da balança ajudará a controlar sua pressão alta e também reduzir o risco de outras doenças;
- Diminuir a ingestão de sódio: A maioria das diretrizes de como controlar a pressão alta recomenda reduzir a ingestão de sódio. No entanto, essa recomendação pode fazer mais sentido para pessoas que são sensíveis ao sal, pois elas não são capazes de eliminar os excessos através da urina;
- Evite o consumo de açúcar e carboidratos refinados: Estudos científicos mostram que a restrição de açúcar e carboidratos refinados pode ajudar a perder peso e reduzir a pressão arterial. Uma dieta pobre em carboidratos e baixo teor de açúcar também mantém a saciedade por causa da ingestão de mais proteína e gordura boas;
- Diminua o consumo de álcool: Qualquer quantidade de álcool pode aumentar sua pressão arterial. Limitar a ingestão costuma ter impactos positivos no gerenciamento da pressão alta;
- Coma alimentos ricos em potássio: Investir em uma alimentação rica em potássio pode ajudar a baixar a pressão alta. O potássio é um mineral importante e ajuda o corpo a se livrar do sódio e a aliviar a pressão nos vasos sanguíneos. Verduras, tomates, batatas e batata doce, melões, bananas, abacates, laranjas, leite e iogurte são boas opções. Além disso, atum, salmão, nozes, sementes e feijões podem contribuir com a ingestão de potássio;
- Aposte em alimentos ricos em cálcio: A ingestão de cálcio está ligada a níveis saudáveis de pressão arterial. Para adultos, a recomendação de cálcio é de 1.000 mg por dia. Para mulheres acima de 50 anos e homens acima de 70 anos, são 1.200 mg por dia. O cálcio pode ser obtido através de couve e outras verduras, feijão, sardinha e tofu e muitos outros alimentos;
- Invista em alimentos ricos em magnésio: O magnésio é um mineral importante que ajuda os vasos sanguíneos a relaxar e ajuda a regular a pressão arterial. Suas principais fontes são alimentos integrais, como leguminosas e cereais integrais;
- Diminua a cafeína: A cafeína pode causar um pico instantâneo na pressão sanguínea, embora para muitas pessoas não cause um aumento duradouro, pois ela costuma ter um efeito mais forte sobre as pessoas que não a consomem regularmente. Se suspeitar que é sensível à cafeína, reduza a quantidade e verifique se diminui a pressão arterial.
- Controle o estresse: O estresse pode desencadear a pressão alta. Isso é possível porque ele provoca reações que elevam a pressão sanguínea, além de condicionar a beber álcool ou ingerir alimentos não saudáveis, que também afetam negativamente a pressão. Vários estudos evidenciam que o estresse crônico pode contribuir para a hipertensão, então encontrar caminhos para gerenciar o quadro pode ajudar;
- Pare de fumar: Esse é um vício que prejudica a saúde de forma geral e na pressão sanguínea ele causa um aumento imediato, mas temporário, da sua pressão arterial e um aumento da sua frequência cardíaca. O uso prolongado pode aumentar a pressão arterial, danificando as paredes dos vasos sanguíneos, causando inflamação e estreitando suas artérias. As artérias endurecidas causam pressão alta.
3. Tome os remédios corretamente
Algumas vezes as mudanças de estilo de vida não são suficientes, então além de uma alimentação mais equilibrada e exercícios físicos, o seu médico pode recomendar medicação para baixar sua pressão arterial.
A necessidade de tomar medicamentos diferentes até encontrar um ou uma combinação de medicamentos que funcione para você pode acontecer. Confira os remédios que geralmente são prescritos para controlar a pressão alta.
- Diuréticos tiazídicos: São as conhecidas pílulas de água, pois elas atuam nos rins para ajudar o corpo a eliminar sódio e água, reduzindo o volume sanguíneo. Geralmente os diuréticos tiazídicos são a primeira escolha, mas não a única, em medicamentos para hipertensão. Um efeito colateral comum é o aumento da micção;
- Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA): Essa medicação tem o objetivo relaxar os vasos sanguíneos, bloqueando a formação de um químico natural que reduz os vasos sanguíneos. Pessoas com doença renal crônica podem se beneficiar de ter um inibidor da ECA como um dos seus medicamentos;
- Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA): Diferente do anterior, eles ajudam a relaxar os vasos sanguíneos, bloqueando a ação, e não a formação, de um químico natural que reduz os vasos sanguíneos;
- Bloqueadores dos canais de cálcio: Ajudam a relaxar os músculos dos vasos sanguíneos e alguns até diminuem o ritmo cardíaco.
Se for evidenciado que os medicamentos tradicionais não estão proporcionando o alcance da meta de pressão arterial, a prescrição de outros medicamentos pode ser feita, tais como:
- Bloqueadores alfa: São medicamentos que reduzem os impulsos nervosos nos vasos sanguíneos, reduzindo os efeitos de substâncias químicas naturais que os restringem;
- Bloqueadores alfa-beta: Reduzem os impulsos nervosos para os vasos sanguíneos e retardam os batimentos cardíacos para reduzir a quantidade de sangue que deve ser bombeada através dos vasos;
- Bloqueadores beta: Servem para reduzir a carga de trabalho do coração, além de abrir os vasos sanguíneos, fazendo com que o coração bata mais devagar e com menos força;
- Antagonistas da aldosterona: São responsáveis por bloquear o efeito de um produto químico natural que pode levar à retenção de sal e líquidos, o que pode contribuir para a hipertensão;
- Inibidores da renina: Eles retardam a produção de renina, uma enzima produzida pelos seus rins que inicia uma série de etapas químicas que aumentam a pressão arterial;
- Vasodilatadores: Esses remédios agem diretamente nos músculos das paredes das artérias, impedindo que os músculos se contraiam e que as artérias se estreitem;
- Agentes de ação central: Impedem o cérebro de sinalizar o sistema nervoso para aumentar o ritmo cardíaco e estreitar os vasos sanguíneos.
Se a pressão alta permanecer, apesar de tomar pelo menos três tipos diferentes de medicamentos, você pode ter hipertensão resistente. As pessoas que controlaram a pressão alta, mas estão tomando quatro tipos diferentes de medicamentos ao mesmo tempo para obter esse controle, também são consideradas portadoras de hipertensão resistente. A possibilidade de uma causa secundária da hipertensão geralmente deve ser reconsiderada.
Ter hipertensão resistente não significa que a pressão arterial nunca baixará. Na verdade, se for possível identificar o que está por trás dessa resistência, há uma boa chance de atingir o objetivo com a ajuda de um tratamento mais eficaz.
4. Monitore frequentemente a pressão arterial
Monitorar frequentemente a pressão arterial em casa ou local especializado pode ajudar a gerenciar e acompanhar se as mudanças nos hábitos de vida e medicamentos estão funcionando. Esse hábito também pode alertar para possíveis complicações, embora não seja um substituto para as consultas e acompanhamentos médicos.
É importante saber que obter leituras normais da pressão sanguínea não significa que todas as mudanças aplicadas e a ingestão da medicação devem parar, pelo contrário, pode significar que elas estão trazendo o resultado esperado, que é o controle da pressão alta. Nunca pare ou mude sua medicação e altere sua dieta sem falar primeiro com um médico.
5. Esteja atento as sintomas
Uma crise de pressão alta pode acontecer quando ela aumenta rapidamente e gravemente com leituras de 180/120 ou mais. Essa condição pode trazer consequências graves, então estar atento e saber que essa é uma emergência ou urgência é fundamental. Os impactos de um pico de pressão são:
- Acidente vascular encefálico;
- Perda de consciência;
- Perda de memória;
- Ataque cardíaco;
- Danos aos olhos e rins;
- Perda da função renal;
- Dissecção aórtica;
- Angina (dor torácica instável);
- Edema pulmonar (reserva hídrica nos pulmões);
- Eclampsia.
Alguns sintomas como dor de cabeça severa, falta de ar e ansiedade extrema podem ou não se fazer presentes durante uma crise. Veja abaixo como administrar:
- Urgência: Se a leitura de pressão apresentou uma leitura de 180/120 ou maior, espere cerca de cinco minutos e tente novamente. Se a segunda leitura não for tão alta e você não estiver experimentando nenhum outro sintoma associado a danos nos órgãos, como dor no peito, falta de ar, dor nas costas, dormência, fraqueza, alteração na visão ou dificuldade para falar, isso pode ser considerado uma urgência hipertensiva. Nesse caso, é preciso buscar ajuda de um profissional e o médico pode apenas ajustar ou adicionar medicamentos, mas raramente requer hospitalização;
- Emergência: Se a sua leitura da pressão arterial é 180/120 ou superior e você está sentindo os sintomas associados, isso é uma emergência. Procure um pronto atendimento ou ligue para um serviço responsável. Se possível, durante uma emergência, tenha informações sobre os medicamentos e práticas para gerenciar a pressão alta, pois essas informações são valiosas para a equipe médica que fornece o tratamento.
A hipertensão arterial afeta uma grande parte da população mundial. Apesar dos remédios serem uma maneira de tratar a doença, existem muitas outras técnicas de como controlar a pressão alta de forma natural. Entenda que nunca é cedo demais para adotar um estilo de vida saudável, como parar de fumar, comer alimentos saudáveis e se tornar mais ativo fisicamente. Tenha em mente que são os principais pilares contra a pressão alta e suas complicações, incluindo ataque cardíaco e derrame.
Referências adicionais:
- https://www.acc.org/latest-in-cardiology/articles/2017/11/08/11/47/mon-5pm-bp-guideline-aha-2017
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5690748/
- https://www.nhlbi.nih.gov/files/docs/public/heart/dash_brief.pdf
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21696359
- http://www.heart.org/HEARTORG/Conditions/HighBloodPressure/GettheFactsAboutHighBloodPressure/Hypertensive-Crisis-When-You-Should-Call-9-1-1-for-High-Blood-Pressure_UCM_301782_Article.jsp#.W1XeUtJKjIV
- https://www.cdc.gov/nchs/fastats/leading-causes-of-death.htm
- https://www.heart.org/en/healthy-living/fitness/fitness-basics/aha-recs-for-physical-activity-in-adults
- http://www.heart.org/HEARTORG/Conditions/HighBloodPressure/SymptomsDiagnosisMonitoringofHighBloodPressure/How-High-Blood-Pressure-is-Diagnosed_UCM_301873_Article.jsp#.W6tWTBNKhE5
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