Óleo de Linhaça para Cabelos Funciona?
Como o próprio nome já indica, o óleo de linhaça é um produto obtido a partir da linhaça. Ele apresenta um sabor de nozes, ligeiramente doce e é conhecido por ser rico em ácidos graxos ômega-3 na forma do ácido alfa linolênico, também chamado de ALA.
O óleo de linhaça já foi associado a benefícios como o alívio da prisão de ventre e da diarreia e o auxílio à saúde do coração.
Mas será que o uso de óleo de linhaça para cabelos também funciona?
Como falamos, o óleo de linhaça é considerado uma fonte rica de ácidos graxos ômega 3. Ainda de acordo com algumas publicações, um dos efeitos atribuídos a esses ácidos graxos ômega 3 é justamente os cabelos mais saudáveis.
Os ácidos graxos essenciais ALA encontrados na composição do óleo de linhaça são importantes para a saúde da pele e dos cabelos. Esses ácidos graxos são chamados de essenciais porque não podem ser produzidos pelo organismo, mesmo que as células do corpo precisem utilizá-los diariamente. Portanto, existe a necessidade de que eles sejam fornecidos ao organismo por meio da alimentação.
Pessoas que sofrem com a deficiências dessas substâncias geralmente têm problemas de crescimento capilar. Cabelos ressecados e quebradiços e a queda de cabelos são sintomas da deficiência de ácidos graxos essenciais.
Os ácidos graxos essenciais contribuem com a formação da estrutura de todas as células do organismo, inclusive as células capilares.
O ALA e a inibição de uma enzima associada ao encolhimento dos folículos capilares
O ácido alfa linolênico ou ALA encontrado na composição do óleo de linhaça pode auxiliar a diminuir uma enzima conhecida pelo nome de 5-alfa-redutase. Essa enzima converte a testosterona em um hormônio masculino chamado di-hidrotestosterona (DHT).
De acordo com a Mayo Clinic, organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos, o DHT encolhe os folículos capilares, o que é considerado um fator expressivo no padrão da calvície.
A questão do estresse
O ALA presente no óleo de linhaça é classificado como um ácido graxo ômega 3. Segundo informações do Centro Médico da Universidade de Maryland dos Estados Unidos, a suplementação com ácidos graxos ômega 3 pode diminuir o estresse e os efeitos do estresse no organismo.
O estresse pode provocar a queda de cabelo como no caso do eflúvio telógeno, condição considerada um tipo comum de perda de cabelo provocada pelo estresse. Segundo a Mayo Clinic, o que ocorre no eflúvio telógeno é que os cabelos em crescimento retornam ao seu período de repouso.
Com isso, dentro de alguns meses os cabelos afetados caem. Entretanto, os fios costumam voltar a crescer quando o estresse é resolvido.
Psoríase
Ainda de acordo com o Centro Médico da Universidade de Maryland, adicionar os ácidos graxos ômega 3 em corticosteroides tópicos ou à terapia com etretinato (medicamento que pode ser usado no tratamento da psoríase grave) pode melhorar os sintomas da psoríase, incluindo a queda de cabelo.
A Sociedade Dermatológica da Nova Zelândia afirma que as pessoas se recuperam da perda de cabelo associado à psoríase e seus cabelos crescem novamente quando a condição de pele é controlada.
Por outro lado
No entanto, ressaltam que o ALA do óleo de linhaça não funciona para promover o crescimento capilar de todas as pessoas.
Isso porque, segundo o Centro Médico da Universidade de Maryland, o ALA do óleo de linhaça é convertido em ácido docosohexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA) no organismo.
Um artigo publicado no Authority Nutrition/Healthline afirma que o ALA precisa ser convertido nas formas ativas de DHA e EPA, antes que possa ser utilizado pelo organismo.
Mais para a frente, o DHA e o EPA são decompostos em prostaglandinas, que informam às células como funcionar e diminuem a inflamação no organismo.
O problema é que algumas pessoas não possuem uma quantidade suficiente de enzimas no corpo que auxiliam a transformar o ALA em DHA e EPA, esclareceu a página, que também informou que para ter certeza que uma pessoa sofre com a falta dessas enzimas, é necessário realizar exames de sangue.
Alertou-se ainda que uma alimentação de baixa qualidade e hábitos como comer muito açúcar, consumir bastante carboidratos, fumar e beber muita cafeína e muitas bebidas alcoólicas pode afetar a conversão do óleo de linhaça em DHA e EPA.
Além disso, o Centro Médio da Universidade de Maryland também afirmou que pessoas com diabetes ou esquizofrenia frequentemente não conseguem fazer a conversão do ALA.
“Infelizmente, os humanos são ineficientes em converter o ALA em formas ativas. Portanto, os ômega-3 das plantas tendem a ser vastamente inferiores a fontes animais como o peixe”, completou o pesquisador Gunnars, em seu artigo no Authority Nutrition/Healthline.
Como usar o óleo de linhaça para cabelos?
Quem deseja utilizar o óleo de linhaça como suplemento para auxiliar a saúde dos cabelos pode colocar de uma a duas colheres de sopa do ingrediente em molhos para salada ou misturar essa porção do ingrediente em outros alimentos.
Outra opção sugerida é ingerir o óleo de linhaça na forma de cápsulas. Entretanto, antes de começar a utilizar essas cápsulas é necessário consultar o médico para conferir se elas não são contraindicadas para o seu caso em particular e em que dosagem devem ser utilizadas.
Outros cuidados
Diferentes cabelos podem apresentar diferentes problemas mesmo quando os sintomas são parecidos. Por isso, para ter certeza mesmo se o óleo de linhaça para cabelos funciona em relação à sua necessidade em particular, é necessário consultar um dermatologista.
Esse profissional avaliará o seu caso e determinará se o produto realmente pode te ajudar, se não é contraindicado para você e se não existe a necessidade de que outro tratamento seja realizado.
Até porque, ainda que a deficiência dos ácidos graxos essenciais encontrados na composição do óleo de linhaça possa ser uma causa para o surgimento de problemas capilares, essa não é a única origem possível para esses problemas. E, para tratar uma doença ou condição com eficiência, é necessário conhecer o que a originou.
Lembramos também que este artigo serve unicamente para informar e jamais pode substituir o diagnóstico e a prescrição médica.
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