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Vasculite Tem Cura? O Que é, Sintomas e Tratamento

Vasculite

A vasculite é uma inflamação dos vasos sanguíneos e pode ter muitas variações que afetam pessoas de todas as idades. Algumas das muitas formas de vasculite podem estar restritas a órgãos e partes do corpo específicas como a pele, o olho, o cérebro ou certos órgãos internos, mas existem os tipos que podem afetar muitos sistemas orgânicos ao mesmo tempo.

Algumas dessas formas generalizadas podem ser bastante leves e podem não requerer tratamento, já outras podem ser graves, afetando órgãos críticos. Mas será que a vasculite tem cura?

Vasculite – O que é?

A vasculite também pode ser chamada de distúrbio vasculítico. Ela é caracterizada pela inflamação dos vasos sanguíneos, que são os responsáveis por transportar o sangue para os tecidos e órgãos por todo o corpo. Os sintomas mais comuns da vasculite incluem fadiga, febre, náusea e fraqueza, mas complicações mais sérias podem surgir, pois os órgãos vitais podem não receber sangue suficiente, devido ao processo de inflamação.

As causas para o surgimento da vasculite não são totalmente conhecidas ainda, mas os pesquisadores acreditam que um histórico médico envolvendo certos vírus, infecções, ou o uso de certos medicamentos podem colaborar.

A vasculite pode atingir vários sistemas. As artérias que suprem os órgãos vitais com sangue e nutrientes podem ser atingidas, impactando o cérebro ou o fígado, por exemplo, e pode acontecer de atingir apenas um órgão, como a pele. Porém, às vezes, a vasculite pode afetar vários órgãos ou sistemas diferentes de uma só vez.

Vasculite – Principais tipos

Existem aproximadamente 20 distúrbios diferentes que são classificados como vasculite. Além disso, nomes diferentes são aplicados para os subtipos de vasculite, dependendo de qual parte do corpo é afetada.

  1. Vasculite sistemática: Ela acontece quando vários órgãos diferentes são afetados devido a múltiplas artérias inflamadas. Os sintomas desse tipo de vasculite costumam ser generalizados e afetam todo o corpo.
  2. Vasculite inflamatória autoimune: Essa acontece quando existe um distúrbio autoimune que faz com que o sistema imunológico ataque o próprio tecido do corpo e em seguida, desenvolva vasculite. Algumas doenças que costumam desencadear esse tipo são lúpus, artrite reumatoide ou esclerodermia.
  3. Vasculite leucocitoclástica: Conhecida também como vasculite de hipersensibilidade e angite de hipersensibilidade, é um termo usado para vasculite de pequenos vasos e é caracterizado por leucocitoclasia, que se refere a danos vasculares causados ​​por detritos nucleares que se infiltram nos neutrófilos. Ela apresenta-se como púrpura palpável, mas também pode apresentar placas de urticária, vesículas, bolhas e pústulas.
  4. Vasculite cutânea: Afeta vasos de pequeno e médio calibre na pele e tecido subcutâneo, mas não nos órgãos internos. Pode estar limitada à pele, ou pode ser um componente de um distúrbio vasculítico primário ou secundário sistêmico. Púrpura, petéquias ou úlceras podem se desenvolver.
  5. Vasculite cerebral: Também conhecida como vasculite do sistema nervoso central é a inflamação das paredes dos vasos sanguíneos no cérebro ou na coluna. Ela pode ocorrer devido a doenças autoimunes, como lúpus, dermatomiosite e artrite reumatoide, além de infecção viral ou bacteriana, distúrbios vasculíticos sistêmicos e também pode acontecer sem qualquer distúrbio sistêmico associado. Neste caso, a vasculite é apenas confinada ao cérebro ou à medula espinhal.
  6. Síndrome de Cogan: Descreve o tipo de vasculite que afeta os grandes vasos sanguíneos, especialmente a aorta e a válvula aórtica que é a principal artéria que leva o sangue do coração para o resto do corpo.
  7. Poliarterite nodosa: Inflamação que ocorre em artérias de tamanho médio em todo o corpo.
  8. Arterite de Takayasu: Este é um tipo raro de vasculite em que a inflamação danifica a aorta, que é a grande artéria que transporta sangue do coração para o resto do corpo. Também danifica os ramos principais da aorta.
  9. Distúrbio de Behçet: Inflamação crônica que causa feridas recorrentes na boca.
  10. Síndrome de Churg-Strauss: Inflamação dos vasos sanguíneos, pulmões, seios da face e vias nasais, que comumente ocorre em pessoas com asma.
  11. Arterite de células gigantes: Inflamação dos vasos sanguíneos na parte superior do corpo incluindo a cabeça, os lobos temporais e o pescoço.
  12. Púrpura Henorch-Schonlein: Inflamação dos pequenos vasos sanguíneos, chamados capilares, na pele e frequentemente nos rins, resultando em erupções cutâneas, especialmente nas nádegas e atrás das extremidades inferiores. Está associada à artrite e, às vezes, à dor na barriga.
  13. Poliangiite microscópica: Inflamação das pequenas artérias nos pulmões e rins.
  14. Granulomatose de Wegener: Causa inflamação e lesão nos vasos sanguíneos e afeta vários órgãos, incluindo os pulmões, os rins e o trato respiratório superior. É um distúrbio com risco de vida que requer imunossupressão a longo prazo. Algumas pessoas podem morrer devido à toxicidade do tratamento.

Vasculite – Sintomas

A presença de sintomas da vasculite dependerá de quais órgãos foram afetados e da gravidade da inflamação. Os sintomas da vasculite também estão diretamente relacionados à inflamação das artérias, mas algumas vezes podem aparecer devido ao dano contínuo dos órgãos e à destruição do tecido.

Inicialmente, os sintomas costumam ser leves e pioram à medida que a inflamação aumenta e a condição progride. Como os sintomas podem ser causados ​​por muitos problemas de saúde diferentes, pode ser difícil para os pacientes receberem um diagnóstico adequado rapidamente. Além disso, existem vários tipos de vasculite que causam sintomas diferentes, que podem incluir:

  • Febre, tontura, perda de apetite, fadiga, sudorese e náuseas.
  • Perda de peso ou alterações devido a problemas digestivos.
  • Danos nos nervos ou sensações nervosas incomuns que podem incluir dormência, formigamento, fraqueza ou “pontadas”.
  • Mudanças cognitivas, incluindo problemas relacionados ao humor, confusão, dificuldade para aprender.
  • Maior risco de hemorragias, convulsões ou derrame.
  • Uma erupção cutânea ou descoloração da pele. Isso pode incluir a aparência da pele esburacada, o desenvolvimento de feridas ou úlceras (principalmente nas pernas) ou a aparência escura devido à hemorragia que resulta em inchaços vermelho-azulados.
  • Problemas digestivos, incluindo dores de estômago, diarreia, fezes com sangue , náuseas e vômitos.
  • Problemas cardíacos, como hipertensão arterial, arritmia cardíaca, angina ou maior risco de ataques cardíacos.
  • Problemas renais, incluindo retenção de líquidos, disfunção e insuficiência renal.
  • Dores musculares, dores nas articulações, articulações inflamadas, inchaço e dificuldade para se movimentar normalmente.
  • Tosse, falta de ar, dores no peito e dificuldade para se exercitar devido à dificuldade para respirar.
  • Feridas na boca ou feridas nos genitais.
  • Infecções de ouvido.
  • Dores de cabeça.
  • Maior risco de coágulos sanguíneos.
  • Problemas de visão e desenvolvimento de olhos doloridos e irritados.

Raramente, complicações fatais que afetam o coração, os rins e os pulmões. Isso pode acontecer quando a pessoa não responde ao tratamento.

Problemas secundários de saúde mental como medo, ansiedade, depressão e estresse, podem ser causados devido à condição atual de saúde. Isso pode impactar a qualidade de vida, então requer tratamento.

Principais causas e fatores de risco

A vasculite é causada geralmente por inflamação e reações autoimunes em que o corpo erroneamente acredita que uma parte de seu próprio corpo é estranha e uma potencial ameaça.

A inflamação ocorre quando as células do sistema imunológico envolvem e infiltram os vasos sanguíneos, com o objetivo de danificar e tentar enfraquecer. Isso pode interferir na circulação, pois a inflamação causa vasos sanguíneos estreitos, com vazamento, fracos ou entupidos, que não podem mais transportar oxigênio e nutrientes por todo o corpo.

Assim, os tecidos que antes eram atendidos pelos vasos sanguíneos inflamados serão privados de nutrientes essenciais e podem até morrer devido a complicações permanentes.

A vasculite pode se desenvolver em todas as idades e etnias, mas alguns fatores de risco aumentam as chances. Veja os principais fatores de risco para o desenvolvimento de vasculite:

  • Histórico de infecção por hepatite B ou C;
  • Ter outra doença autoimune;
  • Infecções recentes;
  • Fumante ou alcoólatra;
  • Asma.

Fatores de Risco

  • Ter entre 15 e 40 anos aumenta o risco de certos tipos de vasculite, incluindo os de Behçet e Takayasu.
  • Ter mais de 50 anos aumenta o risco de arterite de células gigantes.
  • Ter histórico familiar de vasculite pode contribuir. Pessoas que têm antecedentes mediterrâneos, do Oriente Médio ou do Extremo Oriente podem estar em maior risco. Ambas as situações são predispostas a um gene chamado HLA-B51, que parece ter um papel na doença de Behçet.

Tratamento

Uma vez que o diagnóstico de vasculite é feito, um tratamento pode ser recomendado. Ele depende inteiramente do diagnóstico e dos órgãos afetados. Por exemplo, quando a vasculite é o resultado de uma reação alérgica, ela pode desaparecer sozinha e não requerer tratamento, mas em outros casos, quando órgãos críticos, como os pulmões, cérebro ou rins foram afetados, é necessário um tratamento agressivo e oportuno.

Os tratamentos convencionais geralmente incluem o uso de medicamentos para controlar a inflamação, especialmente os corticosteroides como prednisona, prednisolona e metilprednisolona e outras drogas que suprimem o sistema imunológico. Caso os esteroides não funcionem, medicamentos como azatioprina, metotrexato e ciclofosfamida podem ser receitados.

Para controlar as erupções cutâneas, pressão alta e disfunção renal, outros medicamentos como anti-histamínicos, pomadas de pele e diuréticos podem ser usados. Para a dor e o inchaço, os analgésicos, incluindo paracetamol, aspirina, ibuprofeno ou naproxeno.

Recentemente, um novo tratamento chamado rituximabe mostrou resultados positivos para pessoas com certos tipos de vasculite. O rituximabe é um anticorpo sintético que reduz seletivamente o número de células B que circulam no sangue e por isso, ajuda a diminuir a inflamação sem o uso de esteróides. Além disso, ele trata outras desordens autoimunes, incluindo linfomas de células B, leucemia linfocítica crônica e artrite reumatóide. Como pode ajudar a eliminar a necessidade de uso contínuo de esteroides e ajudar a prolongar a remissão, esse novo tratamento oferece esperança para muitos pacientes com vasculite.

Vasculite tem cura?

A perspectiva pode variar, dependendo do tipo de vasculite que a pessoa tem. No passado, pessoas com vasculite tinham uma expectativa de vida de semanas ou meses. Mas, felizmente, hoje é possível manter uma vida normal com o tratamento adequado.

O sucesso do tratamento está relacionado ao diagnóstico precoce, tratamento correto e acompanhamento cuidadoso para garantir que os efeitos colaterais dos medicamentos não se desenvolvam.

Ou seja, não podemos dizer que a vasculite tem cura, mas uma vez que ela esteja controlada, os medicamentos podem ser cautelosamente retirados, e o paciente pode experimentar uma remissão, em que a doença já não apresenta mais os sintomas e o tratamento adicional não é necessário.

Vale reforçar que a remissão após o tratamento significa que a doença não está mais ativa, mas ela ainda permanece em seu sistema, então gatilhos que afetam o sistema imunológico da pessoa podem desencadear uma atividade. Para outros, a vasculite é crônica e não responde bem ao tratamento.

Como os médicos não conseguem prever por quanto tempo a doença pode permanecer em remissão, é muito importante que as pessoas com formas mais graves de vasculite continuem sob os cuidados de um médico experiente pelo resto de suas vidas. Porém, certos hábitos e mudanças no estilo de vida podem ajudar e elas podem incluir uma dieta anti-inflamatória, permanecer moderadamente ativo, reduzir o estresse, descansar o suficiente e tomar certos suplementos.

Tratamentos naturais para vasculite

1. Consuma alimentos anti-inflamatórios

Procure reduzir ou eliminar alimentos que possam ser difíceis de digerir e contribuam para problemas intestinais. Estes incluem glúten, excesso de açúcar e produtos lácteos convencionais. Evite comer carnes processadas, frutos do mar crus ou carne mal cozida. Comê-los pode aumentar as chances de reações negativas em pessoas com sistema imunológico suprimido. Diminua também o consumo de cafeína, bebidas açucaradas e álcool, o que pode piorar os problemas digestivos.

Tente manter a ingestão de alimentos integrais e não processados ​​com baixo teor de sal especialmente se você tiver pressão alta e aumente a ingestão de eletrólitos como potássio e magnésio.

2. Suplemento para aumentar a imunidade e reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos

Alguns suplementos podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de complicações. Eles também podem ajudá-lo a lidar com a fadiga ou o estresse e a diminuir os efeitos colaterais causados ​​pelo uso de corticosteroides ou outros medicamentos.

Cálcio, vitamina D, vitaminas do complexo B, vinagre de maçã e ervas antivirais podem ajudar a aumentar a imunidade. Alimentos como alho cru, açafrão, calêndula, manjericão e uma variedade de ervas contêm propriedades anti-inflamatórias, antivirais, antibacterianas e adstringentes que suportam o sistema imunológico e a drenagem linfática.

3. Equilibre a atividade com o descanso

Ainda que o seu sistema imunológico esteja muito estressado devido à doença, você pode manter-se moderadamente ativo. Atividades como caminhar, alongar-se e fazer exercícios leves como nadar ou andar de bicicleta podem ajudar a controlar certos sintomas como dor nas articulações e depressão. No entanto, é importante prestar atenção à resposta do seu próprio, porque para cada pessoa é diferente.

4. Suporte da família, amigos ou um profissional

Se estiver com medo ou estressado com a sua condição, pode ser positivo buscar uma ajuda profissional. Isso é especialmente importante, pois o estresse pode enfraquecer ainda mais o sistema imunológico e isso pode prejudicar o bem-estar de uma pessoa.

Fale com sua família, amigos e você pode até encontrar um grupo de suporte online ou pessoalmente. Considere pedir ao seu médico que recomende um terapeuta que tenha experiência em trabalhar com pessoas que estejam lidando com condições estressantes de saúde.

A vasculite é uma doença séria e requer atenção. Caso tenha percebido que os sintomas são familiares, procure um profissional especializado para que ele possa fazer um diagnóstico correto e recomendar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Se você já está tratando a vasculite, procure fazer corretamente, juntamente com o acompanhamento médico. Embora ainda não possamos falar que a vasculite tem cura, quando o tratamento traz bons resultados, ela pode entrar em remissão e permitir uma vida normal.

Referência adicionais:

Você imaginava que a vasculite tem cura? Já foi diagnosticado com algum tipo dessa condição? Que tipo de tratamento foi receitado? Comente abaixo!

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