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Diabetes é Hereditária?

Diabético

A diabetes é uma doença causada por diversos fatores, desde escolhas alimentares, hábitos diários e outros problemas de saúde.

Além desses fatores, será que algumas pessoas já nascem com uma pré-disposição genética para desenvolver diabetes? É sobre esse assunto que vamos tratar abaixo. Continue lendo para descobrir se a diabetes é hereditária e quais são as principais causas e fatores de risco responsáveis por essa doença que atinge milhões de brasileiros.

Diabetes

Existe uma interação complexa entre os genes, o estilo de vida e o ambiente que podem aumentar ou não as chances de alguém desenvolver diabetes. É importante conhecer o que é capaz de influenciar o desenvolvimento da condição e tomar medidas preventivas para evitar que a doença se desenvolva.

Diabetes do tipo 1

Antes de mais nada, existem dois tipos de diabetes. A diabetes do tipo 1 é uma condição autoimune crônica que geralmente é detectada já na infância. Essa é uma doença autoimune porque o próprio sistema imunológico não reconhece as células beta presentes no pâncreas e acaba destruindo essas células que são responsáveis pela produção de insulina.

Assim, o pâncreas não é capaz de produzir insulina suficiente para metabolizar o açúcar ingerido através da dieta. Dessa forma, o corpo não é capaz de controlar o índice glicêmico e é necessário que o paciente aplique injeções de insulina para suprir a falta do hormônio.

Diabetes do tipo 2

A diabetes do tipo 2 é o tipo mais comum da doença e também o que pode ser causado por mais fatores. Nesse caso da doença, o organismo não produz insulina o suficiente ou cria uma resistência ao hormônio, tornando difícil a regulação do índice glicêmico. Além disso, problemas de saúde como obesidade e histórico de diabetes na família parecem ter um grande impacto no desenvolvimento da doença.

Em poucos casos é necessário aplicar insulina para controlar a condição, já que o uso de medicamentos em conjunto com alterações na dieta e na rotina de exercícios físicos costuma resultar em um tratamento eficaz.

Genética da diabetes

Pessoas que sofrem com a condição podem se perguntar se a diabetes e hereditária, ou seja, se seus filhos correm risco de desenvolver a doença.

A hereditariedade da diabetes não é algo simples de ser determinada. No entanto, algumas pessoas nascem com uma maior probabilidade de desenvolver a condição do que outras.

Diabetes do tipo 1 é hereditária?

Por ser uma condição causada por uma insuficiência em produzir insulina que normalmente se manifesta nos primeiros anos de vida, os médicos acreditavam que a diabetes do tipo 1 era causada apenas por fatores genéticos. Já foi inclusive identificada uma classe de genes chamada de HLA envolvida com a manifestação da doença.

No entanto, de acordo com estudos recentes, a causa da doença não é tão simples assim. Os indícios sugerem que além dos genes da mãe e do pai que já têm diabetes do tipo 1 poderem influenciar no desenvolvimento da doença na criança, há fatores ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento ou não da condição.

Ou seja, não é porque uma pessoa herda genes que causam uma pré-disposição à diabetes que ela vai desenvolver a doença. Foi observado que em gêmeos idênticos, por exemplo, que apresentam os mesmos genes no organismo, houve casos em que um desenvolve a doença e o irmão não. É aí que entram os fatores ambientais:

– Tempo

Cientistas verificaram que pessoas desenvolvem diabetes do tipo 1 com mais frequência no inverno do que no verão. Além disso, estatísticas mostram que a incidência da doença é mais comum em países com climas frios. Dessa forma, o tempo frio parece ter uma influência no desenvolvimento de diabetes do tipo 1.

– Vírus

Os pesquisadores também acreditam que o contato com alguns tipos de vírus pode ativar a diabetes do tipo 1 em pessoas propensas a desenvolver a doença. Estudos indicam que pessoas expostas ao vírus do sarampo e da caxumba, por exemplo, têm maior risco de desenvolver diabetes do tipo 1.

Isso significa que pessoas podem ter anticorpos autoimunes no organismo por vários anos sem apresentar sintomas de diabetes do tipo 1, como se a doença estivesse adormecida e só após a influência de algum fator externo os sintomas começassem a ser observados.

– Dieta

Pessoas que foram amamentadas por pouco tempo também parecem ter um risco maior de manifestar a diabetes do tipo 1 do que aquelas que foram amamentadas exclusivamente com leite materno até os 6 meses de vida e que começaram a ingerir alimentos sólidos um pouco mais tarde.

Matematicamente, se você é um pai diabético, o seu filho tem entre 1 e 17 chances de adquirir a doença. Já mães diabéticas passam um risco de 25% do filho de até 25 anos desenvolver a doença, enquanto após essa idade o risco cai para 1%, que é quase nulo.

No entanto, esse risco não segue um padrão ideal e vários fatores podem influenciar essa conta, como quando os pais adquiriram a doença e se tanto o pai quanto a mãe têm diabetes do tipo 1. Além disso, estudos clínicos mostram que pessoas brancas têm a maior incidência de diabetes do tipo 1, o que indica que também pode haver uma influência racial no desenvolvimento da doença.

Diabetes do tipo 2 é hereditária?

Assim como a diabetes do tipo 1, esse tipo de diabetes é hereditária, ao menos parcialmente. Isso porque pessoas que apresentam histórico familiar da doença têm maior probabilidade de também desenvolver a condição.

Porém, o estilo de vida parece influenciar muito mais a diabetes do tipo 2 do que a genética. Segundo um estudo de 2006 publicado na revista científica Genetics in Medicine, 73% das pessoas com diabetes do tipo 2 que participaram do estudo apresentavam histórico familiar de diabetes de risco moderado a alto, enquanto apenas 40% dos indivíduos eram obesos. Isso significa que, ao menos nesse grupo que foi estudado, o fator hereditário tem um peso maior do que a obesidade.

No entanto, foi verificado nesse estudo que quando uma pessoa apresentava ambos os fatores (influência genética e obesidade), o risco de desenvolver diabetes do tipo 2 era até 40% maior do que das pessoas que apresentavam apenas um dos fatores. O que se pode concluir do estudo é que um indivíduo com risco hereditário de desenvolver diabetes do tipo 2 pode evitar a doença ao adotar hábitos e um estilo de vida saudáveis.

Segundo a American Diabetes Association, o risco de desenvolver diabetes do tipo 2 de acordo com a genética é de 1 a cada 7 pessoas se um dos pais foi diagnosticado com a doença antes dos 50 e passa de 1 a cada 13 pessoas se um dos pais foi diagnosticado depois dos 50 anos de idade. Porém, se o pai e a mãe forem diabéticos do tipo 2, esse risco aumenta de 1 a cada 2 filhos.

Mutações em alguns genes envolvidos na regulação dos níveis de glicose podem aumentar o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. Tais genes atuam na produção de glicose, na produção e na regulação da insulina e na percepção do organismo quanto aos níveis de glicose no sangue. Esses genes são:

  • TCF7L2: gene que afeta a secreção de insulina e a produção de glicose;
  • CAPN10: está associado ao risco de diabetes do tipo 2 em populações americanas e mexicanas;
  • ABCC8: ajuda na regulação da insulina;
  • GLUT2: auxilia o transporte da glicose até o pâncreas;
  • GCGR: participa da regulação dos níveis de glicose.

Apesar da influência do fator hereditário ser maior do que na diabetes do tipo 1, a diabetes do tipo 2 também é uma doença complexa que é afetada por fatores ambientais como o estilo de vida.

Causas não hereditárias da diabetes do tipo 2

Há estudos que mostram que pessoas sem nenhuma influência hereditária podem desenvolver diabetes através de maus hábitos e outros problemas de saúde, tais como:

  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Sedentarismo já que a prática de exercício físico pode ajudar a controlar o índice glicêmico;
  • Pressão arterial elevada;
  • Histórico de doenças cardiovasculares;
  • Alterações nos níveis de colesterol;
  • Triglicerídeos elevados;
  • Histórico de diabetes gestacional;
  • Depressão;
  • Síndrome do ovário policístico.

Além disso, pessoas acima de 45 anos ou idosas têm maior risco de desenvolver diabetes do tipo 2, principalmente se sofrerem de uma ou mais condições mencionadas acima.

Diabetes gestacional pode fazer com que o bebê também desenvolva a doença?

Durante a gestação, algumas mulheres podem desenvolver uma certa resistência à insulina. Muitas dessas mulheres têm pelo menos um familiar próximo como pais ou irmãos que já foram diagnosticados com diabetes gestacional ou diabetes do tipo 2.

Além disso, bebês que nascem de mães com diabetes gestacional podem nascer com peso maior do que o usual e são mais propensos a desenvolver níveis baixos de açúcar no sangue logo após o nascimento. Essas crianças também podem apresentar um maior risco de desenvolver doenças como obesidade, doenças cardíacas e diabetes, embora ainda assim o ambiente influencie o desenvolvimento ou não desses problemas de saúde na vida adulta.

Afinal, diabetes é hereditária?

É muito difícil descobrir a real causa da diabetes, já que a doença, principalmente a do tipo 2, pode ser uma combinação de fatores hereditários e de estilo de vida.

Além disso, o comportamento e os hábitos alimentares muitas vezes passam de geração para geração, o que torna ainda mais difícil para os médicos e cientistas identificarem se a causa da doença é genética ou comportamental.

O que se sabe é que os genes sozinhos não são suficientes para determinar se você terá ou não a doença. Mesmo que você herde uma predisposição genética para a doença, o ambiente ou fatores de estilo de vida são os principais responsáveis por desencadear ou não a doença.

Além disso, o risco de desenvolver diabetes do tipo 2 é bem menor do que aqueles que têm pré-disposição à diabetes do tipo 2.

Testes para identificar o risco genético de diabetes

Existem alguns testes específicos que podem identificar a presença de genes que podem causar a diabetes.

– Testes para diabetes tipo 1

No caso da diabetes do tipo 1, há testes que podem identificar a presença de genes do tipo HLA (geralmente HLA-DR3 e HLA-DR4) e prever a ocorrência da doença. Existem também outros testes que mostram como o corpo responde à glicose e um outro que identifica anticorpos presentes no organismo para a insulina, para as células pancreáticas e para a enzima descarboxilase. Níveis elevados desses anticorpos podem indicar um maior risco de desenvolver a doença.

Porém, esses testes normalmente são caros e pouco difundidos no meio médico.

– Testes para diabetes tipo 2

Também existem alguns testes para determinar mutações genéticas associadas à diabetes do tipo 2, especialmente nos genes GLUT2, ABCC8, CAPN10, GCGR e TCF7L2. No entanto, esses testes também são muito caros e dificilmente são feitos para diagnosticar a doença.

Há outros testes mais simples que podem identificar o risco de desenvolver a doença, que incluem a análise de fatores como:

  • Índice de massa corporal;
  • Histórico familiar;
  • Pressão arterial sanguínea;
  • Histórico de diabetes gestacional;
  • Etnia;
  • Níveis altos de triglicérides e colesterol.

Dicas de prevenção para evitar a diabetes

Mesmo sabendo que a genética leva parte da culpa, é possível adotar hábitos para prevenir o desenvolvimento da doença, tanto no tipo 1 quanto no tipo 2.

Para proteger o seu filho:

  • Amamente seu bebê exclusivamente até os 6 meses e só então inicie a introdução gradual de alimentos sólidos;
  • Solicite testes genéticos específicos para o seu médico;
  • Ensine bons hábitos de alimentação e estimule seu filho a praticar atividades físicas.

Para se proteger:

  • Controlar o peso: Pessoas com sobrepeso ou obesas podem diminuir o risco de desenvolver diabetes através da adoção de medidas que as ajudem a perder peso;
  • Manter-se fisicamente ativo: A atividade física é essencial para a boa saúde e não é diferente na prevenção da diabetes. É importante se exercitar por pelo menos 30 minutos ao menos 5 vezes por semana.
  • Ter uma dieta saudável: Ingerir alimentos saudáveis em uma dieta equilibrada é ótimo para a boa saúde em geral e também para evitar a diabetes. O consumo de alimentos ricos em fibras e a redução da ingestão de carboidratos de alto índice glicêmico, por exemplo, pode ajudar a reduzir os níveis de glicose no sangue.

Pessoas com alto risco de desenvolver a doença podem ter um aparelho digital de monitoramento da glicemia para checar os níveis de glicose no sangue com frequência. Essas pessoas também devem ficar atentas a sintomas de diabetes como micção ou sede excessiva, infecções frequentes sem explicação plausível e sentimento de fadiga.

Considerações

Por um lado, pode-se dizer sim que a diabetes é hereditária, mas através da adoção de bons hábitos é possível evitar o desenvolvimento da doença, principalmente em se tratando de diabetes do tipo 2. Há vários casos em que a diabetes do tipo 2 se desenvolve mesmo em pessoas que nunca tiveram um parente com a doença. Isso significa que fatores externos têm uma grande influência sobre a nossa saúde e você tem o poder de alterá-los ao seu favor.

Conhecer o risco genético de adquirir essas doenças pode ajudar a adotar medidas para evitar que elas ocorram. Mas nada te impede que você adote hábitos saudáveis agora mesmo não só para evitar a diabetes, mas para ter uma boa saúde em geral.

Referências adicionais:

Você já tinha ouvido falar que a diabetes é hereditária? Tem histórico familiar de algum tipo da condição e adquiriu também? Comente abaixo!

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