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Cetoacidose Diabética – O Que é, Sintomas, Causas e Tratamento

Cetoacidose diabética

Os altos níveis de cetonas no sangue são resultado da produção ineficaz de insulina, que tem o papel de ajudar o açúcar do sangue a entrar nas células. Sem insulina suficiente, o corpo começa a converter a gordura em combustível, e o processo causa um acúmulo de ácidos na corrente sanguínea chamada de cetonas, levando eventualmente à cetoacidose diabética, se não tratada.

Entender o que é cetoacidose diabética, seus principais sintomas e causas pode ajudar a evitar qualquer agravamento e permitir que seja realizado um tratamento correto para eliminar a condição.

Cetoacidose diabética – O que é?

A cetoacidose diabética é o resultado do acúmulo nos níveis de cetona no sangue. Para entender melhor, o corpo recebe diversos nutrientes através da alimentação, incluindo carboidratos, gorduras e proteínas. Normalmente, os carboidratos são divididos durante a digestão em compostos diferentes, incluindo o açúcar, que fica disponível no sangue. A partir daí, o pâncreas secreta um hormônio chamado insulina, que é responsável por transportar o açúcar para as células usarem como energia.

Geralmente, o corpo usa primeiro os carboidratos para gerar energia, mas se não houver estoque, o corpo usa a gordura, e esse processo produz as cetonas. As cetonas são uma classe de compostos orgânicos, muito populares por causa da dieta cetogênica, que condiciona as pessoas a manter uma dieta com baixo teor de carboidratos, para estimular o corpo a queimar os estoques de gordura, ao invés de carboidratos.

No entanto, uma pessoa com diabetes não produz insulina suficiente, ou o faz de forma ineficaz, e isso compromete o transporte do açúcar no sangue para as células. Consequentemente, a interrupção do processo faz com que o corpo use gordura como energia, estimulando a produção de cetonas.

Três tipos de cetonas estão sempre presentes no sangue: o ácido acetoacético (AcAc), 3-β-hidroxibutirato (3HB) e acetona. Comumente, os níveis de cada um desses corpos cetônicos variam, mas o corpo se encarrega de regular.

Em pessoas saudáveis essa variação é a resposta padrão à fome, mas para aqueles com diabetes os níveis de cetona podem se acumular e levar à cetoacidose diabética, uma condição considerada grave. Ela pode causar a perda da consciência, e por esse motivo é considerada uma emergência médica.

Principais sintomas

A cetoacidose diabética geralmente desenvolve sintomas rapidamente, em alguns casos num período de apenas 24 horas. Para algumas pessoas, esses sinais podem ser a primeira indicação de diabetes. Eles incluem:

  • Sede excessiva;
  • Micção frequente;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Dor abdominal;
  • Confusão mental;
  • Respiração com cheiro de fruta;
  • Rosto vermelho;
  • Fadiga;
  • Respiração rápida;
  • Boca e pele seca.

Além disso, sintomas mais específicos de cetoacidose diabética podem ser evidenciados através de “kits de testes” de sangue e urina em casa. Eles incluem:

  • Nível elevado de açúcar no sangue, conhecido como hiperglicemia;
  • Altos níveis de cetona na urina.

Causas

A cetoacidose diabética pode ser desencadeada por: 

– Doenças

Ter uma infecção no trato urinário ou uma doença como a pneumonia, resfriado ou gripe pode condicionar o corpo a produzir níveis mais altos de alguns hormônios, como por exemplo a adrenalina ou cortisol. O excesso desses hormônios costuma interferir no efeito da insulina, desencadeando automaticamente um episódio de cetoacidose.

– Administração incorreta da terapia de insulina

Os portadores de diabetes tipo 1 e algumas pessoas com o tipo 2 fazem uso de insulina para equilibrar os níveis de glicose no sangue. Quando a dose da terapia é perdida ou inadequada, o corpo recebe pouca insulina e consequentemente começa a gerar energia através da gordura, desencadeando a cetoacidose diabética.

– Outros motivos

Existem outros fatores que costumam ser um gatilho para o corpo desenvolver cetoacidose diabética. Os mais comuns incluem:

  • Trauma físico ou emocional;
  • Estresse;
  • Episódios de febre alta;
  • Ataque cardíaco;
  • Excesso de álcool;
  • Drogas ilícitas, especialmente a cocaína;
  • Uso de corticosteróides e alguns medicamentos diuréticos.

Fatores de risco

Os riscos de ter cetoacidose diabética são muito maiores para algumas pessoas. Geralmente os mais predispostos são:

  • Pessoas com diabetes tipo 1;
  • Usuários de insulina que esquecem frequentemente de administrar a dose recomendada;
  • Diabetes tipo 2 (casos mais raros).

Diagnóstico

Geralmente o diagnóstico de cetoacidose diabética é feito através de um exame físico realizado por um médico, e ele também poderá solicitar vários outros exames clínicos para confirmar a hipótese. Testes adicionais também podem ser realizados, e seus resultados podem ajudar a determinar o que desencadeou a cetoacidose diabética.

– Exame de urina

Medir a quantidade de cetonas em uma amostra de urina é um dos primeiros passos para o diagnóstico. Se o teste confirmar a cetose, o médico pode solicitar mais exames. Caso o exame tenha sido realizado em casa com um kit de teste de urina, procure ajuda médica imediatamente.

– Exames de sangue

  • Nível de açúcar no sangue: Esse exame é realizado para identificar se há insulina suficiente no corpo para permitir que o açúcar entre nas células, pois se não houver os níveis de açúcar no sangue podem ser altos (hiperglicemia).
  • Nível de cetona: Quando seu corpo quebra gordura e proteína para energia, ácidos conhecidos como cetonas entram na corrente sanguínea e podem ser medidos através de um exame específico;
  • Acidez do sangue: O excesso de cetonas no sangue faz com que o sangue se torne ácido. Essa condição é conhecida como acidose e ela pode interferir na função normal dos órgãos.

– Testes adicionais

Os testes adicionais são realizados com o objetivo de identificar se existem problemas de saúde subjacentes que possam ter contribuído para a cetoacidose diabética. Além disso, podem ser observados se há complicações.

  • Testes de eletrólitos no sangue;
  • Urinálise;
  • Raio-x do tórax;
  • Eletrocardiograma, que é um registro da atividade elétrica do coração.

Com os resultados em mãos, o médico será capaz de traçar um diagnóstico e guiá-lo para o tratamento mais adequado.

Tratamento

O tratamento de cetoacidose diabética é feito com várias abordagens para normalizar níveis irregulares de açúcar no sangue e insulina. Caso você não tenha sido diagnosticado com diabetes, provavelmente o seu médico definirá um plano de tratamento para impedir novos episódios de cetoacidose. Mas, se a origem for uma infecção ou doença, a abordagem mais provável é a recomendação de antibióticos.

A cetoacidose diabética é considerada um caso grave, que traz potenciais riscos à vida; por esse motivo, ela costuma ser tratada no pronto socorro, ou em alguns casos durante uma internação. Durante o tratamento os seguintes procedimentos são adotados:

  1. Substituição de fluido: Os fluidos podem ser administrados oralmente ou através de um processo intravenoso, até que a pessoa esteja completamente hidratada. Os fluidos têm o objetivo de repor os líquidos perdidos através da micção excessiva e ajudar a diluir o excesso de açúcar no sangue.
  2. Substituição eletrolítica: Minerais como sódio, potássio e cloreto são eletrólitos que carregam uma carga elétrica no sangue. Quando o corpo apresenta uma deficiência nos níveis de insulina, o organismo pode sofrer uma baixa nos níveis de vários eletrólitos. Sendo assim, uma das medidas do tratamento é garantir que uma reposição de eletrólitos de forma intravenosa para ajudar a manter o coração, músculos e células nervosas funcionando normalmente.
  3. Terapia com insulina: Como vimos, toda essa situação é gerada pela falta de insulina no sangue. Então, além de fluidos e eletrólitos, você poderá receber uma terapia com insulina. A insulina é administrada diretamente na veia e quando o seu nível de açúcar no sangue cai para 200 mg/dL (11,1 mmol/L) e o seu sangue perde a acidez, a insulina subcutânea normal é retomada.

Possíveis complicações

As complicações do tratamento de cetoacidose diabética incluem:

  • Baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia): A insulina permite que o açúcar entre nas células, fazendo com que o nível de açúcar no sangue diminua. Se o seu nível de açúcar no sangue baixar muito depressa, pode desenvolver níveis baixos de açúcar no sangue, o que provoca complicações.
  • Baixo potássio (hipocalemia): Pode acontecer dos fluidos e insulina usados ​​para tratar a cetoacidose diabética baixarem demais o nível de potássio. Um baixo nível de potássio pode prejudicar as atividades do coração, músculos e nervos.
  • Edema cerebral: Quando os níveis de açúcar no sangue são equilibrados muito rapidamente, isso pode produzir inchaço em seu cérebro. Essa complicação parece ser mais comum em crianças, particularmente aquelas com diagnóstico recente de diabetes.
  • Perda de consciência: A ausência de tratamento potencializa consideravelmente os riscos. Geralmente a cetoacidose diabética pode levar à perda de consciência e, eventualmente, à morte.

Prevenção

Cetoacidose diabética é um problema que pode ser evitado, impedindo outras complicações do diabetes. Mas, para isso, é necessário tomar cuidados e atenção regular com a sua condição.

  • Faça o gerenciamento correto do diabetes: Pessoas com diabetes precisam adotar novos hábitos de vida e práticas alimentares mais saudáveis. Então, investir em uma alimentação saudável com as quantidades corretas de carboidratos e se exercitar regularmente deve fazer parte da rotina diária. Além disso, os medicamentos orais ou insulina devem ser tomados conforme a orientação médica e não devem ser esquecidos.
  • Monitore constantemente os níveis de açúcar no sangue: Diabéticos costumam ser orientados a verificar e registrar o nível de açúcar no sangue por pelo menos três ou quatro vezes por dia. No entanto, se existir uma doença ou forte estresse, essa frequência pode aumentar. O acompanhamento adequado é a única forma de garantir que ele permaneça dentro da faixa alvo.
  • Realize com a supervisão do médico os ajustes na dose de insulina: A quantidade de insulina pode sofrer alterações por causa das mudanças alimentares, realização de exercícios físicos, doenças e outros fatores. Procure receber orientação médica para ajustar sua dosagem de insulina e se o nível de açúcar no sangue começar a subir, siga o seu plano de tratamento para recuperar o intervalo alvo.
  • Verifique o seu nível de cetona: Teste também a urina, especialmente se você estiver doente ou estressado. Isso pode ser feito em casa, com a ajuda de um kit de teste de cetonas de urina. Caso os resultados apontem níveis de cetonas moderados ou altos, você deve buscar ajuda médica imediatamente. Porém, os baixos níveis podem ser contornados tomando mais insulina. Atualmente, existem testes de cetona feitos com amostra de sangue, como os teste de glicose feitos em casa. Para tal, é necessário ter o aparelho especifico e as tiras para essa finalidade.
  • Prepare-se para agir em situações de perigo: Procure ler e conhecer todos os sintomas, causas, riscos relacionados à condição e providências que devem ser tomadas, se acontecer. Divida essas informações com seus familiares, amigos e colegas de trabalho para que todos possam te ajudar, se necessário.

Diabetes é uma doença crônica, que requer cuidados e muita atenção, pois as suas complicações podem ser debilitantes. Então, procure seguir cuidadosamente o seu plano de tratamento para controlar a diabetes e peça ajuda para a equipe multidisciplinar, sempre que precisar.

Mesmo que seja assustador, não deixe de cuidar bem de si mesmo e garantir a sua qualidade de vida.

Referências adicionais:

Você já tinha ouvido falar ou chegou a sofrer com a cetoacidose diabética? Que tipo de tratamento foi passado pelo médico? Comente abaixo!

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