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Jejum Intermitente Para Mulheres — Existem Diferenças Quando Mulheres Fazem Jejum?

Jejum intermitente é uma prática saudável, e que pode trazer diversos benefícios para a saúde.

Mas muitas mulheres têm a seguinte dúvida.

Será que a sua prática de jejum deveria ser diferente do jejum que os homens fazem?”

Neste artigo, você vai aprender exatamente:

  • se existem diferenças do jejum entre homens e mulheres,
  • se o jejum é seguro para todas as mulheres (e quais mulheres não deveriam fazer),
  • qual a duração máxima do jejum para mulheres,
  • o que pode acontecer com as mulheres no jejum intermitente, e
  • qual a importante verdade sobre o jejum que você deveria saber.

Sendo assim, vamos mergulhar neste importante assunto.

E, depois de ler, lembre-se de compartilhar este artigo com mulheres interessadas em vida e alimentação saudável.

Porque essa leitura pode ajudá-las a entender vários pontos importantes sobre a saúde feminina.

Sendo que a primeira pergunta que devemos nos fazer é a seguinte: será que o jejum é uma prática segura para mulheres?

O Jejum É Seguro Para Mulheres?

De maneira geral, a resposta é que sim.

Inclusive, uma importante revisão de estudos [1] conclui que (em tradução livre):

O jejum pode ser prescrito como uma intervenção médica segura e como uma prática de estilo de vida que pode melhorar a saúde das mulheres em diversos aspectos.”

Ou seja, é seguro para praticamente todas mulheres.

E por que estamos dizendo praticamente todas?

Porque tem algumas situações específicas em que as mulheres devem evitar o jejum intermitente.

Quais Mulheres Deveriam Evitar O Jejum Intermitente?

As mulheres que estejam nas seguintes situações não deveriam fazer o jejum intermitente sem a expressa recomendação e acompanhamento de seu médico:

  • mulheres grávidas,
  • mulheres em lactação (isto é, mulheres que estiverem amamentando),
  • mulheres com idade avançada (idosas),
  • mulheres sofrendo com estresse crônico,
  • mulheres com insônia,
  • mulheres com histórico de distúrbios alimentares como anorexia e bulimia,
  • mulheres com doenças como diabetes,
  • mulheres com IMC muito baixo.

Se você se encaixa em algum desses casos, não é uma boa ideia começar o jejum sem acompanhamento profissional.

Portanto, reforçamos: se você estiver em qualquer uma dessas categorias, conte com o aconselhamento e apoio do seu médico de confiança.

Por outro lado, se você não se enquadra em nenhuma das categorias acima, o jejum parece sim ser uma prática segura.

Especialmente se estivermos falando de períodos curtos (jejuns de até 24 horas).

Sendo que este é um ponto que sempre gera dúvidas entre nossas leitoras.

Especialmente porque muitas delas já ouviram dizer que “mulheres só poderiam fazer jejuns de até 14 horas”.

Será que isso é verdade?

Qual A Duração Máxima Do Jejum Para Mulheres

A verdade é que não existe nenhum fundamento teórico ou prático para dizer que as mulheres não possam fazer mais de 14 horas de jejum.

inclusive recebemos centenas de relatos de leitoras e clientes (por exemplo alunas do nosso Programa Guia Dieta Cetogênica) que falam que se sentem maravilhosamente bem fazendo 16, 18, 20 ou mesmo 24 horas de jejum algumas vezes por semana.

(Ou mesmo por mais horas, ou com mais frequência do que isso.)

Sendo que algumas delas chegaram a fazer jejuns mais prolongados uma vez ou outra, com um caráter experimental.

(Como jejuns de 72 horas ou mesmo 120 horas.)

Não estamos recomendando esta prática de jejuns prolongados — mas sim admitindo a experiência de mundo real que tantas mulheres possuem.

E a realidade mostra que muitas mulheres jejuam por mais de 14 horas, com frequência, e se sentem ótimas.

É justamente por causa desses relatos que sabemos que não existe esse limite de 14 horas.

E tentar proibir as mulheres de fazer jejuns de mais de 14 horas, com base numa regra arbitrária (sem nenhum fundamento) é algo completamente irresponsável.

Uma vez que isso assusta as pessoas adultas e as priva do direito de experimentar com os seus corpos.

Nós acreditamos que adultos saudáveis têm o direito de fazer experimentos alimentares — desde reduzir a quantidade de carboidratos da alimentação, até aumentar a quantidade de horas entre suas refeições.

E, com o tempo, esse mito das 14 horas provavelmente vai cair por terra — assim como já caiu o mito de que seria mais saudável comer de 3 em 3 horas.

Mas como surgiu esse mito sobre o jejum?

Um dos argumentos citados para que as mulheres não pudessem fazer jejuns mais longos é o de que isso “desequilibraria” os hormônios delas.

No entanto, quando olhamos na literatura científica, não é isso que encontramos.

Como mostra um estudo [2] que colocou mulheres para jejuar durante 72 horas.

E que apresentou a seguinte conclusão:

Apesar de profundas mudanças metabólicas e uma significativa perda de peso, esse jejum curto não teve efeitos visíveis nos hormônios reprodutivos estudados.”

Este foi um estudo pequeno (somente 8 mulheres participaram), no qual as mulheres jejuaram por 72 horas — de maneira totalmente segura.

Então esta é mais uma evidência de que é completamente possível mulheres jejuarem mais de 14 horas (por exemplo, 16h ou 18h) sem ter medo de que isso vá destruir todo o ciclo hormonal delas.

O estudo ainda destacou que o eixo reprodutivo feminino,  na fase estudada, parece ser mais resistentes às privações calóricas do que o eixo reprodutivo masculino.

Pois um homem, após 72 horas sem comer, teria alterações mais significativas do que as mulheres tiveram nesse período.

Resumindo: Não existem evidências conclusivas de que as mulheres não possam jejuar por mais de 14 horas com saúde.

No entanto, será que algo de ruim — algum efeito colateral — pode acontecer durante o jejum?

As Mulheres Podem Ter Algum Efeito Colateral Durante O Jejum?

Apesar de todas as evidências de que o jejum seja seguro para mulheres, o fato é que alguns efeitos colaterais podem sim ocorrer.

Por exemplo, temos relatos de mulheres que declaram ter ansiedade, insônia, menstruações irregulares ou mesmo amenorreia (ausência de menstruação).

(Ou mesmo dores de cabeça durante o jejum — mas essas são mais fáceis de corrigir.)

Então, se você começou sua prática de jejum recentemente, e está sentindo esses sintomas…

Provavelmente é melhor modificar essa prática.

Pois o jejum não deve ser algo sofrido, e nem uma penitência.

Ou, conforme diz a pesquisadora sobre o jejum Flávia Trajano:

Quando você está adaptado ao jejum e fazendo da forma correta, não é para sentir tontura, não é para sentir vertigem, não é para transpirar e desmaiar. É para ser algo natural e bom.”

E é importante ressaltar que esses são relatos anedóticos.

Isto é: são relatos de pessoas comuns do dia a dia, e não resultados observados em experimentação científica.

Sendo que, quando procuramos na literatura sobre isso, não encontramos muitos estudos sobre o tema.

No entanto, existe um estudo [3] que colocou algumas mulheres para jejuar e observou alguns interessantes efeitos.

#1 — o jejum não pareceu ter efeitos negativos no potencial reprodutivo das mulheres.

(O que corrobora o outro estudo que mencionamos acima — no qual não houve alterações hormonais significativas.)

#2 — o jejum aumentou a concentração de BHB (que é um corpo cetônico).

Ou seja, as mulheres entraram em cetose.

#3 — o jejum alterou o padrão de secreção de melatonina.

Ou seja, houve uma mudança no ciclo circadiano das mulheres — uma mudança no “relógio interno” das mulheres.

Mas, novamente, o jejum usado foi de 72 horas.

Sendo assim, não é possível afirmar com certeza se os mesmos resultados se aplicam a jejuns mais curtos.

Além disso, é possível que as alterações no ciclo circadiano sejam sim devidas ao jejum. Mas também é possível que sejam devidas ao estado de cetose.

Porque a mudança do ciclo circadiano pode ser um dos sintomas de se entrar em cetose.

De toda forma, por se tratar de um jejum de 72 horas, pode ser que as conclusões desse estudo não se apliquem a protocolos mais curtos de jejum.

(Como quem, de vez em quando, pula o café da manhã.)

Porque você pular o café da manhã um dia ou outro (e comer almoço, jantar, e calorias normais durante todo o restante do tempo) é bem diferente de ficar 3 dias seguidos sem nenhuma ingestão calórica.

Então, até agora, você já aprendeu o seguinte:

  • que o jejum é seguro para mulheres que sejam adultas e saudáveis,
  • que ele não parece causar problemas no ciclo menstrual e hormonal delas, porém que
  • ele pode alterar um pouquinho o ciclo circadiano dessas mulheres e mudar a secreção do hormônio melatonina.

Sendo assim, chegou a hora da grande pergunta: quais as reais diferenças entre os jejuns de homens e mulheres?

Diferenças Nos Jejuns Para Homens E Mulheres

O fato é que não existem muitos estudos comparando jejuns de homens e mulheres.

Porém, encontramos um estudo [4] em que foram comparados dois grupos (um de homens, e um de mulheres).

Ambos os grupos seguiram um protocolo de jejum um tanto quanto esquisito — eram jejuns de 36 horas, em dias alternados.

E, neste estudo específico, os homens tiveram muito mais benefícios de melhora na sensibilidade à insulina do que as mulheres — que, neste caso, não tiveram nenhum benefício.

É verdade que o período foi curto: foram apenas 21 dias de jejuns neste protocolo estranho. E os grupos  eram pequenos (8 homens e 8 mulheres).

No entanto, o estudo nos dá uma pista de que diferenças entre homens e mulheres podem sim existir.

E que os benefícios que os homens obtêm do jejum talvez sejam diferentes dos benefícios que as mulheres podem obter.

E os “malefícios” do jejum — isto é, os efeitos colaterais de jejuar… será que são distintos?

Será que mulheres passam mais mal com o jejum?

É curioso notar que recebemos centenas e centenas de relatos de pessoas que começaram o jejum intermitente.

E alguns dos relatos foram de mulheres se queixando de não se sentir tão bem assim com essa prática.

Na verdade, de todos os emails que recebemos de pessoas que jejuam, são bem raros os relatos com queixas.

(A maioria das pessoas se sente muito bem, obrigada.)

Mas todas as queixas vieram de mulheres.

Então, por um lado, este é um possível indício de que talvez as mulheres sintam mais os efeitos negativos do jejum do que os homens.

Por outro lado, é possível que este seja apenas um viés amostral.

Tanto porque temos um mais de mulheres do que homens na nossa audiência.

(Obrigado a todos os homens e mulheres que nos acompanham. ❤)

Quanto porque, na nossa sociedade, os homens muitas vezes não são educados a pedir ajuda, solicitar auxílio, e contar suas dores e dilemas pessoais no dia a dia… Que dirá escrever para pessoas desconhecidas na internet.

Então não dá para saber ao certo: mas quisemos notar aqui algumas hipóteses em que a gente pensou.

E registrar que os poucos relatos da nossa audiência de mal estar ao seguir o jejum vieram de mulheres.

Jejuar é humano

No entanto, um outro raciocínio que a gente pode empregar nesse ponto é que o jejum é saudável para nós — homens e mulheres — humanos.

Porque nós evoluímos num ambiente em que fomos acostumados a sofrer algumas privações, alguns períodos de fome ou de menos disponibilidade de alimentos.

E, nesse sentido, tanto os homens quanto as mulheres evoluíram nesse mesmo ambiente.

Sendo assim, não faz sentido você pensar que só por ser mulher você não estaria apta a fazer o jejum.

Afinal, as pressões evolutivas que fazem com que o jejum seja uma boa ideia para os homens também moldaram a evolução das mulheres.

(O Dr. Marcelo Denaro expande sobre este ponto no excelente podcast que gravamos com ele.)

Resumindo: É possível que homens e mulheres colham diferentes benefícios do jejum. E é até mesmo possível que sintam diferentes efeitos colaterais.

Todavia, não existem evidências de que os protocolos de jejum devam ser necessariamente diferentes entre os dois sexos.

Jejum Intermitente Não É Uma Prisão

Um ponto que nos chamou a atenção foi de que os protocolos usados nos estudos citados aqui no texto são todos bem “radicais”.

Isto é: jejuns de 36 horas em dias alternados, e jejuns de 72 horas seguidas — ainda mais em pessoas que possivelmente não estavam adaptadas a jejuar.

Mas queremos te lembrar que você pode começar a jejuar de maneira mais descompromissada e leve.

Por exemplo, pular o café da manhã de vez em quando (ainda mais num dia em que você acordar sem fome).

Ou então experimentar um jejum ocasional — como uma ou duas vezes na semana.

E não encarar como uma obrigação, ou algo que tem que ser feito todos os dias.

Até porque não existe um protocolo ideal de jejum intermitente para todo mundo.

E não é o jejum que vai ditar os resultados da sua perda de peso e do seu ganho de saúde.

Em vez disso, o que você come quando se alimenta é muito mais importante do que quantas horas (ou com quanta frequência) você faz jejum.

Dessa forma, é possível que seja melhor você não fazer jejum e seguir uma dieta low-carb ou cetogênica bem formulada (conforme a gente ensina a fazer neste texto, e mesmo no programa Guia Dieta Cetogênica)…

Do que fazer jejum 16 a 18 horas todos os dias…

Porém comendo um monte de porcarias industrializadas — um monte de pizza, chocolate e refrigerante nas outras 6 a 8 horas do dia em que você se alimenta.

Resumindo: O jejum é uma prática saudável que deve se adequar a sua rotina.

Apesar de muito positivo, ele não é obrigatório para perda de peso e nem deve ser encarado como um sofrimento ou uma obrigação.

Conclusão E Palavras Finais

Afinal de contas, o jejum intermitente é ou não é diferente para homens e mulheres?

A verdade é que ele parece ter algumas diferenças sim.

Por exemplo, nos estudos que vimos, o eixo reprodutivo das mulheres foi menos afetado pelo jejum do que o dos homens.

Porém, na questão da insulina, os homens mostraram mais benefícios de resposta da insulina no jejum do que as mulheres.

Outra diferença é que algumas mulheres sofrem efeitos colaterais quando fazem jejum — embora seja difícil determinar se eles são devidos ao jejum mesmo.

Ou se eles acontecem porque, por estar fazendo jejum, elas não conseguem ingerir um bom número de calorias durante as horas que se alimentam — e esse déficit calórico acentuado pode ser a causa dos problemas.

Ou se é causado por uma possível deficiência de nutrientes — porque elas estão comendo pouco, talvez de alimentos pouco nutritivos.

Ou porque elas entraram em cetose durante aquelas horas de jejum.

Ou por deficiência de eletrólitos.

Ou por estarem comendo pouca gordura.

Enfim: pode ser um monte de coisas.

O mais importante é a gente ter em mente que podem existir algumas diferenças.

E que, ao mesmo tempo, existe muitas e muitas mulheres que fazem jejum intermitente (até mesmo todos os dias) e se sentem bem: ótimas, lindas, divas, e maravilhosas.

E que isso também não tem problema nenhum: se elas estão se sentindo bem, podem continuar jejuando.

Com tudo isso considerado, eu diria que sim, que o jejum tende a ser diferente para homens e para mulheres.

Porém, mais importante do que isso, ele é diferente para cada pessoa.

Não importa como qual é o resultado do jejum para a maioria dos homens ou para a maioria das mulheres. E sim qual o resultado dele para você.”

Afinal de contas, você é uma pessoa individual, especial, e única.

Diferente de todos os outros homens e mulheres que existem sobre a face do planeta Terra.

E, embora vários princípios da fisiologia sejam os mesmos para todos os seres humanos, a gente tem que reconhecer que nem sempre todas as práticas vão ser iguais e gerar resultados iguais.

Por isso, é interessante a gente usar a ciência para ter boas diretrizes e boas práticas do que fazer e o que podem ser boas ideias pra gente.

(Como comer comida de verdade, e mover nosso corpo.)

Mas sem jamais descartar os resultados que a gente obtêm das nossas experiências pessoais.

Dos nossos experimentos com jejum, alimentação saudável, exercícios e bons hábitos de vida.

Por isso, vale a pena escutar o seu corpo — e seguir o protocolo alimentar e de jejum que mais te faz bem.

E agora eu queria saber de você.

Para você, qual é esse protocolo? Você costuma fazer jejum?

Deixe um comentário ao final do texto me contando.

Vamos adorar saber mais sobre você e a sua experiência com o jejum.

Referências

Este artigo foi publicado baseado no nosso vídeo “jejum para mulheres”, que você pode assistir acima.

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Alguns estudos e referências utilizados na elaboração deste artigo estão reunidos abaixo.

  1. Pradeep M K Nair, P. G. K. (2016). Role of therapeutic fasting in women’s health: An overview. Journal of Mid-Life Health, 7(2), 61–64. http://doi.org/10.4103/0976-7800.185325
  2. Soules, M. R., Merriggiola, M. C., Steiner, R. A., Clifton, D. K., Toivola, B., & Bremner, W. J. (1994). Short-term fasting in normal women: absence of effects on gonadotrophin secretion and the menstrual cycle. Clinical Endocrinology, 40(6), 725–731. http://doi.org/10.1111/j.1365-2265.1994.tb02505.x
  3. Berga, S. L., Loucks, T. L., & Cameron, J. L. (2001). Endocrine and chronobiological effects of fasting in women. Fertility and Sterility, 75(5), 926–932. http://doi.org/10.1016/s0015-0282(01)01686-7
  4. Heilbronn, L. K., Civitarese, A. E., Bogacka, I., Smith, S. R., Hulver, M., & Ravussin, E. (2005). Glucose tolerance and skeletal muscle gene expression in response to alternate day fasting. Obesity Research, 13(3), 574–581. http://doi.org/10.1038/oby.2005.61

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