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Tapioca é Saudável ou Faz Mal?

Tapioca

Herança indígena, a tapioca é um alimento popular nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, que parece já ter conquistado o país inteiro.

O alimento é produzido a partir da mandioca, que é descascada, triturada, misturada com água, peneirada e passa por um processo de secagem antes de transformar-se na tapioca.

A tapioca é basicamente a fécula da mandioca, que também pode ser chamada de goma da mandioca.

Uma vez pronta, podemos comer tapioca com manteiga, presunto, queijo, frango, carne, alface, cebola, tomate e até batata-doce. Além disso, é possível utilizá-la em receitas de pudim de tapioca, bolo, torta, brigadeiro, quindim, cuscuz, mingau e bolinho salgado, por exemplo.

Mas será que a tapioca é saudável?

Dizer se a tapioca é saudável, se a tapioca faz bem ou se a tapioca faz mal pode depender para quem e para qual situação o alimento será utilizado.

Por exemplo, o alimento é rico em amido, que é uma ótima fonte de carboidratos. Esse nutriente é importante para o nosso organismo, já que serve como uma de suas principais fontes de energia.

Isso porque, após a ingestão de carboidratos, ocorre a entrada constante de glicose na corrente sanguínea, que é a molécula que tem a tarefa de fornecer energia para as células do organismo.

Além disso, os carboidratos são importantes para o funcionamento do cérebro e para o bom humor. Uma ingestão reduzida de carboidratos pode afetar a produção de serotonina, que é um neurotransmissor capaz de influenciar o nosso humor.

Opção de refeição depois de um treino intenso

Justamente por ser rica em carboidratos é que a tapioca é saudável e serve como uma boa alternativa para a refeição após a realização de treinamento físicos intensos, já que é capaz de fornecer rapidamente a energia que foi perdida na execução de atividade física.

Por outro lado

Existem pessoas que seguem dietas com controle ou restrição de carboidratos, portanto, por ser rica no nutriente, a tapioca não é uma alternativa viável para as refeições desses indivíduos.

Duas colheres de sopa ou 40 g de massa para tapioca da marca Amafil possuem 24 g de carboidratos, enquanto uma porção de 80 g de tapioca de queijo pode apresentar 35,64 g de carboidratos.

Alternativa para quem não ingere o glúten

Pessoas que sofrem com intolerâncias ou doenças que impedem a ingestão do glúten ou simplesmente escolheram deixar de consumir a substância em suas refeições podem incluir a tapioca na dieta.

Isso porque a tapioca não possui o glúten em sua composição.

A tapioca também pode aparecer como alimento substituto na dieta de pessoas que não podem ingerir o trigo.

Alimento não é muito nutritivo

Além de ser rica em carboidratos, a tapioca é composta por um pouco de zinco e potássio e apresenta quantidades pequenas de proteínas e fibras. Justamente por sua falta de mais nutrientes e proteínas, a tapioca é considerada inferior, no ponto de vista nutricional, à maioria dos grãos e farinhas.

Por conta desse mesmo motivo, recomenda-se que o seu consumo seja acompanhado de outros ingredientes que sirvam como fontes de fibras (como chia, aveia, linhaça e gergelim), proteínas (atum, frango desfiado e ovo cozido, por exemplo) e vitaminas e minerais (como vegetais e legumes).

O problema da carga glicêmica e do índice glicêmico

Já um ponto contra a ideia de que a tapioca é saudável é o fato do alimento possuir tanto um índice quanto uma carga glicêmica elevada.

Segundo informações da Escola Médica da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o índice glicêmico é um valor que serve para determinar a velocidade pela qual um alimento provoca o aumento dos níveis de glicose (açúcar no sangue).

A Escola Médica de Harvard também explicou que a carga glicêmica é um índice que informa a quantidade de glicose que é fornecida por determinado alimento.

Mas qual problema com o fato da tapioca ter uma carga glicêmica e um índice glicêmico elevado? Bem, alimentos que contêm tanto o índice quanto a carga glicêmica alta podem levar a problemas como obesidade, problemas na cognição, diabetes do tipo 2 e problemas cardiovasculares.

Quando a carga glicêmica e o índice glicêmico são maiores, o resultado é que o organismo fica com uma quantidade maior do hormônio insulina. O excesso desse hormônio pode levar ao acúmulo de gordura, ou seja: excesso de peso.

Esse excesso de peso favorece o desenvolvimento da diabetes do tipo 2. Além disso, caso o organismo produza insulina em excesso de maneira constante, será necessária uma quantidade cada vez maior do hormônio para que ele possa cumprir a sua tarefa.

O problema é que isso pode sobrecarregar o pâncreas, o órgão responsável pela tarefa de secretar a insulina. Essa sobrecarga no órgão provoca justamente a diabetes do tipo 2.

É por esse motivo que a tapioca não é recomendada para pacientes diagnosticados com pré-diabetes ou diabetes. Aproveitamos para lembrar aqui que pessoas que sofrem com essas condições devem ter a sua alimentação orientada pelo médico e/ou nutricionista, que indicarão se e como o consumo da tapioca pode ocorrer.

Pessoas obesas devem evitar o consumo de grandes quantidades de tapioca porque o alimento pode estimular o aumento do peso. O pão integral pode ser uma opção mais saudável graças ao fato de possuir um índice glicêmico muito mais baixo do que o da tapioca e ainda ser fonte de proteínas e vitaminas do complexo B.

Com isso, concluímos que mesmo para quem não sofre com a pré-diabetes, diabetes ou obesidade, o ideal é consumir a tapioca de maneira moderada, sem cometer exageros.

Alergia à mandioca

Não existem muitos casos documentados a respeito da alergia à tapioca ou à mandioca, o alimento que a origina. Entretanto, as pessoas que sofrem com a alergia ao látex podem experimentar reações alérgicas ao consumir o alimento por conta de um problema conhecido como reatividade cruzada.

O que acontece é que o organismo confunde os compostos presentes na mandioca com os alergênicos do látex, provocando assim uma reação alérgica.

Cuidado com as fake news: a tapioca não possui ácido mortal

Ainda que possamos dizer que a tapioca é saudável se consumida com moderação na dieta, não é verdade que a mandioca da tapioca possui “ácido cianídrico, que é transformado em cianeto, um veneno mortífero, que ataca células nervosas, causa danos nas funções dos pulmões e dos rins e, sobremaneira, no sistema digestivo”, como afirmou um texto que circulou nas redes sociais algum tempo atras.

Segundo pesquisamos, quem negou essa afirmação foi o engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Joselito Motta, que estuda a mandioca há mais de 30 anos. De acordo com o pesquisador, a informação é falsa porque o tal ácido é eliminado durante o processo de fabricação da farinha de mandioca.

Joselito também afirmou que não existem registros de mortes que tenham sido provocadas no Brasil em decorrência da ingestão de tapioca com o tal ácido.

Você imagina que a tapioca é saudável e a consome com frequência no dia a dia? De que formas e em quais receitas? Comente abaixo!

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