Dipirona Sódica – Para Que Serve, Como Tomar e Efeitos Colaterais
A dipirona sódica é um remédio analgésico e antipirético muito popular no mundo inteiro. No Brasil, a dipirona é um dos 10 medicamentos mais vendidos todos os anos.
Embora seja um remédio muito comum e popular, em alguns países a dipirona já foi proibida devido a complicações de saúde com o uso prolongado da substância.
Além de mostrar para que serve e como tomar a dipirona sódica, vamos trazer informações sobre os efeitos colaterais do remédio e dicas de como evitar complicações e reduzir o risco de efeitos adversos.
Dipirona sódica
A dipirona sódica, chamada também de dipirona monoidratada ou de metamizol sódico, é um remédio com efeito antipirético, analgésico e antiespasmódico. É um dos analgésicos mais prescritos na recuperação de cirurgias e contra dores e febre.
A dipirona foi originada na Alemanha e hoje é disponibilizada em vários países sob a forma dos nomes comerciais Novalgina e Anador.
Para que serve
Devido a suas propriedades, a dipirona é muito utilizada para diminuir a febre e promover alívio contra a dor e as cólicas. Assim, ela é muito prescrita para pessoas que estão sentindo dor ou febre temporárias como em casos de lesões ou de pós-operatório, por exemplo, para que o paciente não sinta tanta dor quando o efeito do anestésico passar.
Em alguns casos, a dipirona sódica também pode ser uma boa opção para pessoas com enxaqueca ou dores renais, uterinas ou intestinais.
Como tomar
A dipirona sódica é encontrada nas formas de comprimidos, cápsulas, ampolas para injeção, gotas, supositórios e comprimidos efervescentes.
De acordo com informações da bula, o efeito da dipirona monoidratada é muito rápido. Após tomar o medicamento, os efeitos antipiréticos e analgésicos podem ser observados em cerca de 30 a 60 minutos e podem durar cerca de 4 horas.
A posologia do medicamento depende da forma do remédio e de fatores como peso e idade do paciente.
– Solução oral
A solução oral de dipirona sódica de concentração igual a 50 miligramas por mililitro deve ser usada por pessoas acima de 15 anos em doses de 10 a 20 mililitros de uma só vez ou divididas em no máximo 4 doses diárias de 5 mililitros cada.
Já o uso infantil deve ser feito com cautela e sempre com aval de um pediatra, pois as doses variam de acordo com peso e idade. Os bebês com menos de 1 ano de idade, por exemplo, nunca devem exceder a dose máxima de 10 mililitros por dia.
Informações detalhadas sobre a posologia de acordo com peso e idade são dadas na tabela abaixo:
Peso (kg) | Idade | Dose única (mL) | Dose máxima (mL) |
5 a 8 | 3 a 11 meses | 1,25 a 2,50 | 10,0 |
9 a 15 | 1 a 3 anos | 2,50 a 5,00 | 20,0 |
16 a 23 | 4 a 6 anos | 3,75 a 7,50 | 30,0 |
24 a 30 | 7 a 9 anos | 5,00 a 10,00 | 10,0 |
31 a 45 | 10 a 12 anos | 7,50 a 15,00 | 60,0 |
46 a 53 | 13 a 14 anos | 8,75 a 17,50 | 70,0 |
> 53 | Adolescentes e adultos com mais de 15 anos | 10,00 a 20,00 | 80,0 |
– Gotas
A versão em gotas com concentração de 500 miligramas de dipirona sódica por mililitro deve ser utilizada por adultos acima de 15 anos em um máximo de 40 gotas por dia, que podem ser divididas em 4 doses diárias de 10 gotas cada. Para bebês e crianças, é importante consultar a bula do medicamento e o pediatra para saber qual a dose adequada para o peso e idade da criança.
A posologia para crianças é indicada na tabela abaixo:
Peso (kg) | Idade | Dose única (gotas) | Dose máxima (gotas) |
5 a 8 | 3 a 11 meses | 2 a 5 | 20 |
9 a 15 | 1 a 3 anos | 3 a 10 | 40 |
16 a 23 | 4 a 6 anos | 5 a 15 | 60 |
24 a 30 | 7 a 9 anos | 8 a 20 | 80 |
31 a 45 | 10 a 12 anos | 10 a 30 | 120 |
46 a 53 | 13 a 14 anos | 15 a 35 | 140 |
> 53 | Adolescentes e adultos com mais de 15 anos | 20 a 40 | 160 |
– Comprimidos
Os comprimidos de dipirona sódica podem ser encontrados contendo 500 ou 1000 miligramas de princípio ativo.
Para adultos ou adolescentes maiores de 15 anos de idade, deve ser tomado uma dose de 500 ou 1000 miligramas de acordo com orientação médica, sem ultrapassar a dosagem máxima diária de 4000 miligramas, o que equivale a 4 comprimidos de 1000 miligramas ou 8 comprimidos de 500 miligramas.
– Comprimidos efervescentes
Os comprimidos efervescentes são usados dissolvidos em um porco de água. A dose é de 1 comprimido efervescente a no máximo 4 doses diários.
– Ampolas injetáveis
Embora existam ampolas injetáveis de dipirona monoidratada em algumas farmácias, a administração do remédio por via intravenosa só é indicada em hospitais sob supervisão médica.
A dose indicada é a seguinte:
Peso (kg) | Dose (mL) |
5 a 8 | 0,1 a 0,2 |
9 a 15 | 0,2 a 0,5 |
16 a 23 | 0,3 a 0,8 |
24 a 30 | 0,4 a 1,0 |
31 a 45 | 0,5 a 1,5 |
46 a 53 | 0,8 a 1,8 |
– Supositórios
Os supositórios são destinados à inserção em orifícios do corpo para que eles entrem no organismo e lá se dissolvam e exerçam suas funcionais. Geralmente, esses supositórios são inseridos no reto quando é preciso que o medicamento tenha uma ação localizada.
Para crianças acima de 4 anos de idade que pesem pelo menos 16 kg, é indicada a dose de 300 miligramas sem ultrapassar a dose diária de 1200 miligramas.
Já para adultos e adolescentes com mais de 15 anos, é recomendada uma dose de 1000 miligramas sem ultrapassar a dose de 4000 miligramas diárias.
Contraindicações
Na gravidez, a dipirona sódica não é indicada principalmente durante os últimos 3 meses da gestação e durante o período de amamentação, já que a substância passa para o leite materno. Embora estudos recentes mostrem que o risco de defeitos congênitos é muito baixo, a dipirona é contraindicada na gestação como uma medida de precaução. Quando as grávidas precisam de remédios para a dor, o mais indicado é o paracetamol.
A dipirona também não é indicada para pessoas que:
- apresentam uma baixa contagem de glóbulos brancos após o inicio do tratamento devido ao risco de agranulocitose;
- sofrem que porfiria aguda intermitente, um distúrbio metabólico dos pigmentos sanguíneos que compõem a hemoglobina;
- apresentam pressão arterial baixa;
- sofrem de insuficiência hepática ou renal;
- têm uma deficiência congênita de glucose 6-fosfato desidrogenase;
- apresentam doenças no sangue ou passaram recentemente por um distúrbio da função da medula óssea ou por um tratamento quimioterápico;
- têm alergia a algum componente da fórmula ou que já sentiram sintomas de asma, urticaria ou rinite depois de usar analgésicos como acetaminofeno, aspirina ou anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno e o diclofenaco sódico.
Efeitos colaterais
Durante o tratamento com dipirona sódica, podem ser observados alguns efeitos adversos como ardência, coceira, inchaço, sangramento, pressão arterial baixa, problemas digestivos e falta de ar.
Apenas em casos de superdosagem a dipirona monoidratada pode causar outros efeitos colaterais como náusea, vômito, distúrbios renais e urinários, dor abdominal, distúrbios vasculares como alteração nos batimentos cardíacos, vertigem, sonolência, convulsões e coma.
Muitas pessoas relatam que a dipirona dá sono, mas esse é um efeito colateral observado apenas em casos em que uma alta dosagem foi administrada. Nesses casos, é importante rever a dose que você está tomando e diminuir, se necessário.
Complicações
Diversos países baniram o uso de dipirona sódica por suas populações devido ao risco de uma complicação de saúde chamada de agranulocitose, que é um distúrbio sanguíneo induzido por determinados medicamentos. Ela consiste em uma redução ou ausência total de células sanguíneas chamadas de leucócitos granulosos. Como essas células são importantes para o sistema imunológico, a falta delas pode resultar em facilidade de contrair infecções.
Alguns sintomas dessa complicação podem incluir:
- Febre;
- Dor de garganta;
- Calafrios;
- Pneumonia;
- Infecção urinária;
- Ulceração vaginal e retal;
- Septicemia.
Também podem ocorrer outros distúrbios sanguíneos que podem causar coágulos, hematomas e sangramentos.
É seguro usar ou a dipirona sódica faz mal?
De acordo com estudo de revisão publicado em 2015 no periódico científico PLoS One, a dipirona sódica é uma escolha segura, mas que deve ser usada a curto prazo em um período máximo de 2 semanas. Para tratamentos mais longos, é importante que mais estudos sejam feitos para atestar a segurança do medicamento.
Assim, a dipirona faz mal quando usada em excesso, por tempo prolongado ou quando for utilizada durante a gravidez. Se as orientações do médico forem respeitadas, é possível usar dipirona sem medo de efeitos adversos ou complicações de saúde.
Referências adicionais:
- https://www.sciencedirect.com/topics/nursing-and-health-professions/metamizole
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4405027/
- https://scopeheal.com/dipirona/
- http://www.medizzine.com/en/patients/drugs/M/metamizole.php
- https://www.drugs.com/breastfeeding/dipyrone.html
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