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11 Sintomas do Excesso de Ferro no Sangue

Exame de sangue

O ferro é um mineral essencial para a nossa saúde. E você acha que tudo o que é bom é melhor ainda em excesso? Nesse caso, não. O excesso de ferro no sangue pode trazer consequências sérias ao organismo e nesse artigo vamos entender por quê e quais são os sintomas observados quando há excesso desse mineral no nosso sangue.

Papel do ferro no sangue

O ferro é um mineral obtido através da dieta que é fundamental para o funcionamento adequado dos nossos glóbulos vermelhos.

O ferro faz parte da hemoglobina, uma proteína encontrada nos glóbulos vermelhos que é a responsável por transportar oxigênio para todas as células presentes no corpo humano. Assim, a ausência de ferro no sangue seria catastrófica para a respiração celular.

Existem 2 tipos de obter o ferro por meio da alimentação:

1. Ferro heme

O ferro heme é um tipo de ferro que só é encontrado em alimentos de origem animal como a carne vermelha, por exemplo. A absorção do ferro heme é mais fácil do que a do ferro não-heme, mencionado a seguir.

2. Ferro não-heme

O ferro não-heme é encontrado na maior parte dos alimentos de origem animal e vegetal. Ao ingerir ácidos orgânicos como a vitamina C, a absorção de ferro não-heme aumenta. Já a ingestão de vegetais ricos em fitato pode prejudicar um pouco a absorção do mineral.

Como o corpo regula a absorção de ferro?

Infelizmente, dados publicados em uma pesquisa de 2009 no periódico Public Health Nutrition, a deficiência de ferro é a deficiência mineral mais comum no mundo todo, mas se engana quem acredita que ingerir ferro em excesso é benéfico.

Normalmente, a taxa de absorção do ferro pelo corpo é regulada pela hepcidina, um hormônio que regula a quantidade de ferro no organismo por meio da supressão da absorção de ferro quando os níveis já estão altos o suficiente. Assim, quando há excesso de ferro no sangue, os níveis de hepcidina sobem, indicando ao organismo para reduzir a absorção de ferro. Já quando há deficiência do mineral, os níveis de hepcidina caem para que mais ferro seja absorvido.

Na maior parte do tempo, esse sistema de regulação funciona muito bem. Porém, alguns distúrbios de saúde podem eventualmente suprimir a produção de hepcidina, fazendo com que ocorra uma sobrecarga de ferro mesmo quando o organismo não precisa de mais desse nutriente. Outras condições que estimulam a produção de hepcidina podem ter o efeito contrário: resultar na deficiência de ferro.

Além desse mecanismo, a quantidade de ferro obtida pela dieta também pode resultar em deficiência ou excesso de ferro no sangue.

Excesso de ferro no sangue

Embora seja indispensável para nossa saúde, o ferro livre em excesso pode ser tóxico. Por esse motivo, a absorção de ferro pelo nosso trato digestivo é rigidamente controlada pela hepcidina para evitar intoxicações.

Porém, nem sempre esse mecanismo é suficiente para evitar os efeitos prejudiciais do excesso de ferro no sangue.

O que acontece é que o ferro está geralmente ligado a proteínas que levam o oxigênio para todas as partes do nosso corpo, mas quando existe ferro em excesso, pode existir ferro livre – ou seja, que não está ligado a nenhuma molécula – e esse ferro é extremamente tóxico devido à sua ação oxidante, que pode causar danos as células presentes no organismo.

Possíveis causas

São várias as condições que podem causar o excesso de ferro no sangue. Algumas delas são:

– Envenenamento por ferro

O envenenamento por ferro pode acontecer quando pessoas tomam suplementos de ferro sem necessidade ou em grande excesso. Isso pode acontecer quando pessoas tomam suplementos sem orientação médica ou em uma dose mais alta do que realmente necessitam.

Um estudo de 2005 publicado na revista Clinical Toxicology afirma que doses entre 10 a 20 miligramas por quilo já podem causar alguns sintomas de excesso de ferro e as doses mais altas do que 40 miligramas por quilo geralmente requerem atendimento médico.

Sintomas iniciais de envenenamento por ferro podem incluir náusea, vômito e dor de estômago intensa.

– Sobrecarga de ferro

Segundo um estudo publicado em 2002 na revista científica Seminars in Hematology, a sobrecarga de ferro – conhecida também como sobrecarga de ferro africana, por ter sido observada pela primeira vez na África – tem a ver com o excesso de ferro causado pela ingestão de altos níveis de ferro em alimentos ou bebidas.

Isso dificilmente ocorre hoje em dia, mas era observado antigamente principalmente com pessoas que usavam panelas de ferro para cozinhar.

– Hemocromatose hereditária

De acordo com uma pesquisa publicada em 2010 no periódico Gastroenterology, a hemocromatose hereditária é uma desordem genética caracterizada pela absorção em excesso de ferro devido a um “defeito” hereditário que faz o corpo absorver mais ferro do que necessita.

Isso leva a um acúmulo de ferro em tecidos e órgãos e, segundo artigo publicado em 2012 na revista científica The New England Journal of Medicine, com o passar do tempo, a hemocromatose não tratada pode aumentar o risco de diversas doenças como a artrite, o câncer, a diabetes, a insuficiência cardíaca e problemas hepáticos.

Sintomas do excesso de ferro no sangue

Os sintomas relacionados ao excesso de ferro no sangue geralmente são leves ou nem chegam a ser observados porque hoje em dia os exames de rotina identificam anormalidades nos níveis de ferro muito mais rapidamente do que era feito anos atrás.

Porém, pessoas que não fazem exames de sangue de rotina e acabam deixando a condição avançar podem observar sintomas como:

1. Níveis altos de açúcar no sangue

O aumento do ferro no sangue pode resultar em acúmulo do mineral no pâncreas. Isso causa uma redução na produção de insulina que pode prejudicar a regulação dos níveis de glicose no sangue.

2. Dor abdominal

Altos níveis de ferro no sangue também podem causar dores no corpo como a dor abdominal.

3. Fraqueza

A fraqueza é um dos sintomas mais comuns quando há excesso de ferro no sangue, que se deve aos efeitos tóxicos.

4. Perda de peso

Outros sintomas do excesso de ferro podem induzir à redução do apetite, o que pode se traduzir em uma perda de peso não intencional.

5. Interrupção na menstruação em mulheres

Geralmente, o excesso de ferro nas mulheres não costuma se agravar pois o ferro acumulado acaba sendo eliminado através da menstruação. No entanto, mulheres com problemas graves de acúmulo de ferro podem sofrer sintomas como menstruação irregular ou até mesmo uma interrupção total da menstruação que não permite que o ferro em excesso deixe o organismo através do sangue menstrual.

6. Redução no tamanho dos testículos dos homens

O ferro pode se depositar na glândula pituitária e nos testículos, causando o encolhimento deles e podendo resultar em impotência.

7. Perda de libido, redução do desejo sexual e impotência sexual masculina

Como mencionado no sintoma anterior, a deposição de ferro em órgãos como a glândula pituitária e os testículos pode resultar em impotência sexual, além de perda de libido.

8. Hipotireoidismo ou redução da função da glândula tireoide

O excesso de ferro geralmente causa o acúmulo de radicais livres no organismo, o que pode prejudicar o funcionamento de diversos órgãos incluindo a glândula tireoide.

9. Cansaço ou fadiga

Não é só a anemia que causa cansaço e fadiga. O excesso de ferro no sangue também pode causar esses sintomas.

10. Pele com aspecto bronzeado

O ferro acumulado no sangue pode se depositar na pele, deixando-a mais escura do que o normal, o que pode deixar a pele amarelada ou com aspecto bronzeado.

11. Alterações no ritmo cardíaco

O acúmulo de ferro no músculo cardíaco pode causar problemas como a cardiomiopatia, que pode resultar em ritmos cardíacos anormais e insuficiência cardíaca.

Complicações

Algumas complicações de saúde também podem surgir se o excesso de ferro no sangue não for contido, tais como:

  • Aumento do tamanho do fígado;
  • Pancreatite;
  • Artrite;
  • Cirrose no fígado;
  • Osteoporose;
  • Diabetes;
  • Doenças cardíacas.

O que fazer

O primeiro passo é visitar um médico para descobrir a causa do seu excesso de ferro no sangue. No caso de doenças como a hemocromatose, é preciso realizar o tratamento específico para esta condição de saúde.

Medicamentos podem ser prescritos por um médico para diminuir a presença de ferro no sangue. Alguns deles são agentes quelantes que se ligam ao ferro em excesso antes de serem removidos do corpo.

Em outros casos, algumas mudanças de hábitos podem ser suficientes, tais como:

  • Doar sangue regularmente é uma maneira de descartar o ferro presente no sangue desde que o sangue não seja prejudicial para o paciente que for receber a doação;
  • Evitar tomar vitamina C com alimentos ricos em ferro, pois isso aumenta a absorção do nutriente;
  • Limitar a ingestão de alimentos ricos em ferro de acordo com orientações médicas;
  • Evitar usar panelas de ferro;
  • Limitar o consumo de bebidas alcoólicas que podem aumentar o risco de complicações como a cirrose o câncer de fígado;
  • Manter uma dieta balanceada e saudável;

A flebotomia pode ser uma opção para pessoas que estão com altas quantidades de ferro no sangue. O procedimento consiste em remover sangue através das veias para diminuir os níveis de ferro e diminuir alguns sintomas, ao menos temporariamente.

Fica o alerta para pessoas que gostam de tomar suplementos vitamínicos sem orientação médica ou sem ao menos diagnosticar uma deficiência vitamínica. Suplementos dietéticos só devem ser tomados quando alguma deficiência for detectada, já que em alguns casos – como no ferro em excesso mencionado nesse artigo – o excesso de certas vitaminas e minerais pode ser mais prejudicial do que benéfico ao organismo.

Referências Adicionais:                                         

Você já foi diagnosticado com excesso de ferro no sangue? Qual foi o tratamento recomendado pelo seu médico? Comente abaixo!

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