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Cientistas Fazem Descoberta Marcante de Moléculas Anticâncer Derivadas de Esponjas do Mar

Esponja do mar

Cientistas de Harvard e japoneses afirmam que fizeram uma descoberta “marcante” no desenvolvimento de medicamentos contra o câncer. Em um novo estudo publicado na segunda-feira, eles dizem que finalmente encontraram uma maneira de sintetizar em massa uma classe complexa de moléculas promissoras para o combate ao câncer derivadas de esponjas do mar.

Sua nova estratégia já ajudou a acelerar a pesquisa dessas moléculas, incluindo um ensaio clínico planejado em seres humanos.

Chamadas halicondrinas, as moléculas foram originalmente descobertas por pesquisadores japoneses em meados da década de 1980 em esponjas do mar. Tornou-se rapidamente aparente que elas eram capazes de lutar agressivamente contra tumores em camundongos e em laboratórios contendo células humanas, e de uma maneira diferente de outros tratamentos existentes.

Por décadas, no entanto, as halicondrinas também eram um recurso limitado. Elas não poderiam ser cultivadas a partir de esponjas do amr em quantidade significativa, e sua complexidade tornou sua sintetização em laboratório quase impossível. No início dos anos 90, os cientistas conseguiram fazer artificialmente uma dessas moléculas, chamada halicondrina B, mas sem precisar de mais de 100 etapas diferentes. E assim como na versão feita naturalmente, eles só podiam produzir uma quantidade minúscula de cada vez – aproximadamente 1% da quantidade total de ingredientes usados para produzi-la.

A descoberta levou à criação de um composto mais simples baseado em halicondrina B, desenvolvido pela empresa farmacêutica japonesa Eisai, que se tornou um medicamento aprovado pela FDA para tratar o câncer de mama avançado (e mais tarde o lipossarcoma) em 2010.

Os autores deste novo estudo – que inclui alguns dos pesquisadores originais que sintetizaram a halicondrina B – dizem que seus métodos progrediram até o ponto em que finalmente podem fornecer um suprimento relativamente grande dessas moléculas. Seu trabalho, detalhado na Scientific Reports segunda-feira, concentra-se em um candidato a medicamento chamado E7130.

No artigo, eles descrevem a capacidade de produzir pouco mais de 11 gramas de E7130 de uma só vez, com mais de 99% de pureza. Isso foi mais do que suficiente para iniciar testes maiores em animais como camundongos. A mesma técnica, eles acrescentaram, desde então, foi licenciada para a Eisai para uso em seu estudo clínico de Fase 1 em andamento para avaliar se o E7130 é seguro em humanos.

“Em 1992, era impensável sintetizar uma quantidade grama de uma halicondrina, mas três anos atrás nós a propusemos à Eisai”, disse o autor sênior Yoshito Kishi, professor de Química Morris Loeb em Harvard que também ajudou a liderar a pesquisa sobre halicondrina B, disse em um comunicado da universidade: “A síntese orgânica avançou para esse nível, mesmo com a complexidade molecular que era intocável há vários anos. Estamos muito satisfeitos em ver que nossas descobertas básicas de química tornaram possível sintetizar este composto em larga escala”.

De acordo com Kishi e sua equipe, o trabalho deles também pode revelar notícias ainda mais promissoras sobre o futuro das halicondondinas como um tratamento contra o câncer. Nos estudos com camundongos, eles encontraram evidências de que as halicondrinas não atacam apenas os microtúbulos das células tumorais – as estruturas que dão forma e estabilidade a uma célula – como se pensava anteriormente; eles também podem promover algumas células e inibir outras para impedir o crescimento de um tumor.

Isso poderia significar que essas moléculas podem funcionar em combinação com drogas existentes para aumentar as chances de sucesso da quimioterapia. Por enquanto, porém, eles só planejam testar o E7130 como uma droga única para cânceres raros, como os angiossarcomas (um câncer do revestimento interno de vasos sanguíneos e linfáticos), de acordo com o artigo da equipe. Eisai também planeja iniciar um segundo teste clínico do medicamento, desta vez nos EUA.

É claro que devemos moderar nossas expectativas de qualquer pesquisa experimental, por mais promissora que seja. Mas é quase certamente um bom passo para o campo do desenvolvimento de medicamentos contra o câncer em geral que os cientistas possam agora enfrentar desafios que seriam impossíveis há 30 anos.

O que você achou dessas novas descobertas dos cientistas na batalha anticâncer? Acredita que podem ser um marco realmente? Comente abaixo!

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