Cimicifuga Engorda ou Emagrece?
Vamos procurar entender abaixo se a Cimicifuga engorda ou emagrece, entretanto, antes de chegarmos a esse ponto, precisamos saber do que se trata e qual a utilidade da Cimicifuga, não é mesmo?
Cimicifuga racemosa é uma planta medicinal nativa da América do Norte, utilizada no tratamento da menopausa como forma alternativa à terapia de reposição hormonal, fazendo parte da composição de medicamentos fitoterápicos por aqui no Brasil.
Encontramos uma bula de Cimicifuga racemosa que informa que o produto pode ser utilizado para amenizar os sintomas da pré-menopausa e da pós-menopausa como rubor, ondas de calor, suor excessivo e alterações depressivas do humor e do sono.
Como acontece com todo medicamento, você só deve utilizar os remédios com Cimicifuga depois de consultar o médico e receber a autorização do profissional. Automedicar-se, ou seja, tomar um medicamento sem o acompanhamento médico, é uma atitude arriscada que pode provocar prejuízos graves para a saúde.
Será que Cimicifuga engorda ou emagrece?
Para sabermos se Cimicifuga emagrece ou engorda, resolvemos começar consultando a bula de Cimicifuga racemosa.
De acordo com o documento, a lista de efeitos colaterais que podem ser provocados pela substância inclui distúrbios gastrointestinais, dor de cabeça, sensação de peso nas pernas e tontura.
Ou seja, a bula não informa a existência de reações adversas que possam provocar diretamente a diminuição do peso ou a elevação do peso.
Entretanto, ao responder um questionamento a respeito do medicamento Aplause, o psiquiatra Luiz Henrique Junqueira Dieckmann esclareceu que o remédio é um fitoterápico, derivado da raiz da planta Cimicifuga racemosa e afirmou que ele pode sim engordar.
Por outro lado, outros três psiquiatras responderam a essa mesma pergunta e foram contra essa ideia de que o fitoterápico com Cimicifuga engorda.
O psiquiatra Marcelo Marui Biondo respondeu que, a princípio, Aplause não engorda, porém, recomendou manter hábitos saudáveis como fazer exercícios físicos regularmente e evitar comer alimentos muito gordurosos ou muito doces.
No mesmo sentido, o psiquiatra William Dunningham disse que Aplause não está habitualmente implicado com o aumento da massa corporal e o psiquiatra Hugo Leonardo Rodrigues Soares declarou que não existem evidências de ganho de peso em relação ao medicamento.
De qualquer forma, se você perceber que Cimicifuga engorda ou emagreca para você durante o tratamento, procure rapidamente o médico e informe-o a respeito do problema para saber como deve fazer para proceder com segurança.
Lembramos que não é somente a elevação do peso que representa problemas para a saúde – a diminuição do peso também pode provocar prejuízos para o organismo ou ser sinal de alguma doença.
Até porque a Cimicifuga já foi associada a toxicidade ao fígado, que pode ter como sintoma a diminuição do apetite, algo diretamente associado à diminuição do peso, o que configura uma perda de peso como indicativo de algo perigoso para a saúde.
Nos tópicos a seguir, você vai conferir com mais detalhes um alerta emitido pela ANVISA a respeito da associação entre Cimicifuga e os danos ao fígado e a que sinais, a paciente que utiliza o medicamento precisa estar atenta.
ANVISA alertou em 2006 a respeito do risco de toxicidade ao fígado associado à Cimicifuga
Uma notícia de 27 de junho do ano de 2006 publicada no portal da ANVISA informou que Agência Europeia para Avaliação de Medicamentos (EMEA) alertou a respeito da conexão em potencial entre fitoterápicos que contenham a Cimicifuga racemosa (cohosh negro) e a hepatotoxicidade, ou seja, a ocorrência de danos ao fígado.
Esse alerta foi dado depois que o Comitê sobre Produtos à base de Plantas Medicinais (HMPC) avaliou 42 relatos de casos de toxicidade ao fígado, coletados das autoridades competentes nacionais europeias e da literatura, informou a ANVISA.
De acordo com a agência brasileira, desses 42 relatos, 16 foram classificados como suficientemente documentados para que o HMPC pudesse partir para a análise de uma possível relação entre o uso da Cimicifuga racemosa e as deficiências hepáticas.
Em quatro casos – que incluíam dois de hepatite autoimune, um de deficiência hepática hepatocelular e um de insuficiência hepática fulminante – existia uma associação de tempo entre o início do tratamento com a Cimicifuga racemosa e a ocorrência de uma reação no fígado.
Perda de apetite durante o tratamento com Cimicifuga deve acender sinal de alerta
Se ao longo do seu tratamento com Cimicifuga, a paciente perceber que sente menos fome, isso não significa que Cimicifuga emagrece, porém, pode ser um sinal de que a substância provocou algum problema no fígado.
Isso porque a notícia do portal da ANVISA mencionado no tópico anterior alertou que quem faz uso de medicamentos à base da planta precisam ficar atentos em relação ao surgimento de sinais e sintomas indicativos da deficiência hepática.
De acordo com a agência brasileira, esses sintomas e sinais incluem justamente a perda de hepatite, além de reações como cansaço, amarelamento dos olhos e da pele (icterícia), dor severa na parte superior do estômago com náusea e vômito e urina escurecida.
Nos casos em que a paciente experimentar esses sintomas e sinais, deve procurar imediatamente a assistência médica e interromper o uso do medicamento com Cimicifuga pelo menos até conseguir o auxílio médico, alertou a ANVISA.
Contraindicações e outros cuidados com Cimicifuga
A bula de Cimicifuga racemosa informa que ela não pode ser utilizada pelos seguintes grupos de pessoas:
- Com histórico de sensibilidade e alergia a qualquer um dos componentes da fórmula do medicamento com Cimicifuga racemosa;
- Mulheres que estejam grávidas sem a orientação médica – o produto com a planta promove o fluxo menstrual e tem efeito estimulante para o útero; a paciente deve informar ao médico a respeito da ocorrência da gravidez durante o tratamento;
- Mulheres que estejam no período de aleitamento dos seus nenéns sem a orientação médica – a paciente deve informar ao médico caso inicie a amamentação durante o tratamento;
- Crianças com menos de 12 ano de idade.
Já quem sofre com alergia a salicilato deve utilizar o medicamento com Cimicifuga racemosa com bastante cuidado, já que os produtos à base da planta medicinal podem conter pequenas quantidades de ácido salicílico, também alerta a bula.
O documento também orienta a procurar a orientação médica quando aparecerem alterações na quantidade e na frequência da menstruação e quando ocorrer a persistência ou o aparecimento de novos sintomas porque isso pode estar relacionado a distúrbios que carecem de diagnóstico (e tratamento).
Já nos casos em que houver a hipersensibilidade (alergia), a bula recomenda descontinuar o uso do produto com Cimicifuga, além de procurar rapidamente o auxílio médico.
Em suma, é necessário informar ao médico a respeito do aparecimento de qualquer efeito colateral durante o tratamento com o remédio com Cimicifuga, mesmo que a reação adversa em questão não aparente ser grave.
Isso é fundamental para descobrir a seriedade do efeito em questão, receber o tratamento apropriado, caso seja necessário, e saber se pode continuar ou não a utilizar o medicamente à base da planta. Esse cuidado se torna ainda mais importante, quando lembramos da associação de Cimicifuga com os danos ao fígado.
A bula de Cimicifuga racemosa também alerta sobre a necessidade de informar ao médico caso faça uso de qualquer tipo de medicamento (o mesmo vale para suplementos e outras plantas), antes de iniciar o tratamento com um remédio à base da planta, para verificar se não faz mal para o organismo utilizar os dois ou mais produtos ao mesmo tempo.
O documento destaca que a Cimicifuga pode potencializar o efeito de medicamentos anti-hipertensivos e que o remédio à base da planta deve ser usado ao mesmo tempo em que suplementos hormonais com estrogênio sob estrita supervisão médica, tendo em vista que os extratos de Cimicifuga podem intensificar alguns efeitos estrogênicos.
Referências Adicionais:
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