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Escherichia Coli – O Que é, Sintomas, Tratamento e Prevenção

Escherichia coli

A Escherichia Coli é uma bactéria encontrada no intestino de seres vivos de sangue quente. Na verdade, não se trata de uma única bactéria, mas sim de uma ampla gama de bactérias que podem ser inofensivas ou causadoras de doenças.

Em geral, não são bactérias prejudiciais, já que a maior parte delas contribui para uma flora bacteriana intestinal saudável. Porém, alguns tipos dessa bactéria podem causar doenças.

Além de explicar o que é a Escherichia Coli, vamos falar sobre os sintomas observados quando tal bactéria começa a prejudicar o organismo além de indicar o tratamento adequado e formas de prevenir a contaminação.

Escherichia Coli – O que é?

A Escherichia Coli ou E. coli é uma bactéria muito comum no intestino e, em sua maioria, inofensivas para a saúde humana. De acordo com um estudo de 2015 publicado no periódico Microbiology and Infectious Disease, a bactéria é importante para proteger a saúde intestinal e até para produzir vitaminas essências como a vitamina B12 e a vitamina K.

Porém, existem vários tipos de cepas dessa bactéria e enquanto algumas não fazem nenhum mal e ainda contribuem para a saúde intestinal, outras podem ser nocivas à saúde. É o caso da E. coli O157:H7, por exemplo, que é uma bactéria nociva comum que produz uma toxina chamada de Shiga. Essa toxina é muito nociva e pode causar uma infecção intestinal, sendo uma das principais causas de todas as infecções causadas por Escherichia Coli.

Apesar da bactéria ser quase sempre associada a infecções gastrointestinais e a surtos de intoxicação alimento, a E. coli também podem causar infecções no trato urinário além de doenças como a pneumonia, doenças respiratórias e a meningite. Outros causam uma leve diarreia que logo se resolve sem a necessidade de tratamento médico.

Embora a maioria das infecções causadas por E. coli sejam fáceis de tratar em um curto período de tempo (cerca de 1 semana), pessoas com o sistema imunológico debilitado ou bebês que ainda não têm um sistema imune totalmente desenvolvido podem sofrer complicações de saúde como a insuficiência renal caso não recebam um tratamento rápido e adequado.

Em geral, as infecções mais comuns causadas por E. coli são:

– Infecções gastrointestinais

Algumas bactérias do tipo E. coli causam intoxicação alimentar ou problemas estomacais devido ao consumo de produtos alimentícios contaminados ou através do contato com objetos ou pessoas infectadas.

– Infecções do trato urinário

A presença da bactéria nas fezes é normal, mas quando a Escherichia Coli entra no trato urinário (o que normalmente acontece durante atos sexuais ou devido à má higienização após defecar), ela pode infectar a uretra ou a bexiga. Segundo estudo de 2011 publicado na revista científica Emerging Infectious Diseases, a E. coli é a responsável por mais de 85% de todas as infecções que afetam o trato urinário.

– Outras infecções

Apesar de ser menos comum, pessoas com o sistema imune enfraquecido podem sofrer de infecções na vesícula biliar, na próstata ou na corrente sanguínea por causa da E. coli. Infecções também podem se desenvolver por meio de feridas ou úlceras de pressão infectadas ou depois de um episódio de diverticulite ou apendicite. Em recém-nascidos, a E. coli pode causar doenças graves como a pneumonia e a meningite.

Causas

Como sabemos, a presença de E. coli no organismo humano é natural e a maioria das cepas de E. coli são inofensivas. Então, como se pega uma infecção por Escherichia Coli?

O problema é que algumas delas produzem uma toxina que prejudica o revestimento do intestino delgado, alterando a dinâmica natural do sistema intestinal e provocando uma série de sintomas desagradáveis.

A intoxicação alimentar, que é o principal tipo de infecção ocasionado pela bactéria, pode se dar principalmente através de:

– Água contaminada

Ingerir água contaminada com cepas de Escherichia coli pode ser a causa de infecções. É indicado usar sempre água tratada e filtrada e tomar cuidado especial com a água quando estiver viajando em um local em que você não conhece de onde a água vem.

A água tratada geralmente passa por processos que matam a E. coli, mas ainda assim podem ocorrer surtos de contaminação devido a um sistema falho de tratamento. Em locais em que não há saneamento básico, o risco de contaminação por E. coli é ainda maior porque as fezes dos seres humanos e dos animais podem poluir as águas que não tem um tratamento adequado.

Também é importante evitar nadar em locais em que a água não é apropriada para banho pois isso aumenta o risco de contaminação.

– Alimentos contaminados

Alguns alimentos podem conter cepas de Escherichia coli. As principais fontes de contaminação em alimentos são a carne mal cozida (especialmente a carne moída mal cozida), o leite não pasteurizado, sidra, queijo, sucos, vegetais crus e brotos.

A carne moída é um perigo porque quando é processada, bactérias E. coli encontradas no intestino do gado podem entrar na carne. Outro exemplo de contaminação é o leite não pasteurizado. Nesse caso, há o risco de bactérias Escherichia coli contaminarem o equipamento usado na ordenha do leite que podem se misturar ao leite.

Além disso, cozinheiros ou pessoas que trabalham em restaurantes e não tomam cuidado com a higiene das mãos podem espalhar a infecção para os clientes. Por isso é muito importante frequentar restaurantes que adotem boas práticas de higiene e saibam armazenar, limpar e manusear os alimentos corretamente.

– Contato com pessoas contaminadas

A Escherichia Coli é transmissível. Desta forma, a infecção pode se espalhar ao ter contato com alguém que já está contaminado pela bactéria. O ideal é manter a boa higiene das mãos e evitar compartilhar do uso de copos, talheres e de outros itens de uso pessoal com pessoas doentes para evitar a contaminação.

– Contato com animais contaminados

O contato com animais, especialmente com as fezes, pode espalhar bactérias como a E. coli. Assim, é sempre recomendado lavar bem as mãos depois de ter contato direto com qualquer tipo de animal.

Fatores de risco

Alguns fatores de risco podem aumentar a probabilidade de uma pessoa sofrer uma infecção causada por Escherichia coli. Tais fatores incluem:

  • Ter o sistema imunológico enfraquecido: pessoas que sofrem de AIDS ou de outras doenças autoimunes além daqueles que tomam medicamentos imunossupressores ou que fazem quimioterapia têm o sistema imunológico mais frágil do que das outras pessoas. Isso facilita a contaminação por Escherichia coli e aumenta o risco de complicações;
  • Ser uma criança pequena ou um idoso: crianças pequenas e idosos tem o sistema imune mais fraco, o que também aumenta a chance de complicações;
  • Apresentar redução do ácido estomacal: pessoas que passaram por algum tipo de cirurgia estomacal ou que usam medicamentos que diminuem o ácido gástrico apresentam um risco mais alto de contrair infecções;
  • Hábitos alimentares: ingerir carnes malpassadas, bebidas não pasteurizadas e queijos feitos de leite cru podem aumentar o risco de infecção.

Sintomas

Uma infecção por Escherichia Coli pode causar muitos sintomas desagradáveis. Os principais costumam incluir náuseas, vômitos e febre.

Em geral, os sintomas de infecção por Escherichia coli aparecem cerca de 3 a 4 dias após a exposição à bactéria, mas isso pode variar de indivíduo para indivíduo já que alguns apresentam sintomas apenas 24 horas após o contato com a bactéria, enquanto outros podem demorar até uma semana para os sintomas iniciais serem observados.

Alguns dos sintomas de intoxicação alimentar causada por E. coli podem incluir:

  • Dores ou cólicas abdominais intensas que têm um início súbito;
  • Diarreia intensa com consistência aquosa algumas horas depois do início das dores;
  • Náusea;
  • Vômitos;
  • Febre abaixo de 38ºC;
  • Fadiga devido à desidratação e à perda de eletrólitos e fluidos do organismo;
  • Fezes que podem conter sangue ou cor e brilho diferentes.

Há pessoas que mesmo infectadas não apresentam sintomas perceptíveis, mas que podem ainda assim espalhar a infecção para outras pessoas.

A Escherichia coli também pode causar infecção urinária. Isso ocorre quando há presença de níveis altos de E. coli na urina, o que pode ser facilmente detectado por um exame de urina. Quando há uma infecção no trato urinário, o indivíduo pode apresentar sintomas como:

  • Ardência durante a micção;
  • Dor na região pélvica;
  • Necessidade de urinar com frequência e com urgência;
  • Febre;
  • Alteração de cor da urina.

Complicações de saúde

A maioria dos casos de contaminação por Escherichia Coli se resolvem em até 1 semana. Entretanto, algumas pessoas podem sofrer complicações de saúde como a síndrome hemolítico-urêmica, uma forma de insuficiência renal muito grave e que pode colocar a vida em risco.

Cerca de 10% das pessoas contaminadas por E. coli correm o risco de desenvolver uma doença chamada de síndrome hemolítico-urêmica. Tal doença afeta mais as crianças e os idosos e se inicia dentro de 5 a 8 dias após o início da diarreia. Ela consiste em um rompimento de células vermelhas do sangue – condição conhecida como hemólise – podendo causar baixa contagem de plaquetas, anemia e insuficiência renal.

Essas plaquetas, que são as células sanguíneas responsáveis pelo processo de coagulação do sangue, podem se agrupar dentro de pequenos vasos sanguíneos dos rins, o que prejudica a filtragem executada pelos rins e resulta em uma redução do fluxo sanguíneo ou isquemia. Isso também pode levar à insuficiência renal e ao maior risco de sangramento.

Pacientes com coágulos podem desenvolver problemas no sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula espinhal. Esse tipo de complicação pode resultar em convulsões, inchaço do cérebro, paralisia e coma.

Assim, a síndrome hemolítico-urêmica é uma das complicações mais graves da infecção por E. coli que demanda tratamento médico imediato. Felizmente, tal condição não é muito comum e geralmente as infecções por E. coli em pacientes com um sistema imunológico forte ou que iniciam o tratamento adequado correm pouco risco de desenvolver esse tipo de complicação.

Tratamento

Uma infecção por Escherichia coli é diagnosticada por meio da análise dos sintomas e da análise de uma amostra de fezes que deve ser coletada em até 48 horas depois do início da diarreia.

Um exame de urina também pode ser solicitado, mas ele é mais comum quando existe suspeita de infecção urinária. Em casos de infecção no trato urinário, o uso de antibióticos pode ser necessário.

Já quando não há uma infecção urinária, mas sim sintomas de infecção por E. coli que afetam o sistema digestivo, não é indicado usar antibióticos no tratamento. Essa estratégia é adotada porque o uso desse tipo de medicamento pode prejudicar outras bactérias saudáveis da flora intestinal, o que acaba aumentando o risco de complicações como a síndrome hemolítico-urêmica.

Em indivíduos razoavelmente saudáveis, o próprio sistema imunológico é capaz de combater a infecção e o paciente deve descansar bastante e ingerir muita água e bebidas eletrolíticas para evitar a desidratação até que o próprio organismo dê conta de resolver o problema.

Pessoas com doenças autoimunes ou com o sistema imunológico enfraquecido por algum motivo devem informar tal fato ao médico para que ele indique a melhor forma de tratamento. Em casos em que a síndrome hemolítico-urêmica é detectada, o paciente pode ser hospitalizado para um tratamento intensivo que pode incluir a administração de soro por via intravenosa, transfusões de sangue e diálise renal.

Prevenção

A melhor maneira de se prevenir contra a Escherichia coli é mantendo boas práticas de higiene. Algumas dicas que podem ajudar a prevenir esse tipo de infecção são:

  • Cozinhar muito bem os alimentos, especialmente as carnes para que quaisquer bactérias sejam eliminadas durante o cozimento;
  • Lavar talheres e louças em geral com cuidado, se possível com água morna e sabão;
  • Optar por ingerir bebidas como leite, sidra e suco de maçã apenas se forem pasteurizados ou se conhecerem as práticas de fabricação do produtor;
  • Lavar as mãos com frequência com sabão e água (morna, de preferência);
  • Armazenar e processar alimentos como a carne em locais e tábuas de corte específicos para esse fim para evitar a proliferação de bactérias;
  • Lavar bem os legumes e verduras;
  • Ingerir água tratada e filtrada.

Dicas finais

Quando a diarreia for muito persistente ou apresentar sangue, é importante procurar auxílio médico imediatamente pois é bem provável que a pessoa esteja gravemente desidratada.

Para manter o corpo hidratado durante e logo após a infecção, é importante adotar uma dieta saudável para evitar que o corpo fique desidratado e desnutrido. Assim, é essencial ingerir muitos líquidos, principalmente água e bebidas eletrolíticas.

Durante a recuperação, pode ser difícil manter os alimentos no seu estômago sem sofrer de diarreia ou náuseas. A dica nesse caso é respeitar o seu corpo e continuar ingerindo bastantes líquidos até que você se sinta melhor para comer. Prefira alimentos com poucas fibras para evitar mais diarreia e coma alimentos leves e saudáveis como ovos e arroz, por exemplo. Alimentos que contêm muita gordura, laticínios, fibras ou que são condimentados devem ser evitados nesse primeiro momento, pois eles podem piorar os sintomas ao invés de te ajudar.

Especialistas já estão trabalhando para desenvolver uma vacina ou um medicamento que possa proteger as pessoas contra a Escherichia coli. Enquanto isso não se torna uma realidade, é importante manter a boa higiene e manter distância das prováveis fontes de contaminação.

Referências Adicionais:

Você já conhecia a Escherichia Coli? Conhece alguém que já sofreu com complicações derivadas da E. Coli? Comente abaixo!

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