Escitalopram Engorda? Para Que Serve e Efeitos Colaterais

Escitalopram ou Oxalato de Escitalopram é um medicamento que pode ser encontrado na forma de solução oral em gotas ou de comprimidos revestidos e faz parte da classe dos remédios inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), um grupo de antidepressivos.
A comercialização do medicamento é permitida somente com a apresentação da receita médica. Abaixo, vamos conferir para que serve, quais são seus efeitos colaterais e entender se Escitalopram engorda mesmo ou não.
Para que serve Escitalopram?
O Oxalato de Escitalopram pode ser indicado pelo médico para o tratamento e prevenção da recaída ou recorrência da depressão, para o tratamento do transtorno do pânico com ou sem agorafobia, para o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), para o tratamento do transtorno de ansiedade social (fobia social) e para o tratamento do transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
É verdade que Escitalopram engorda?
Para descobrirmos se Escitalopram engorda ou pode provocar alguma alteração em relação ao peso corporal, o que fizemos foi consultar a bula do Oxalato de Escitalopram, disponibilizada pela Anvisa.
E, de acordo com o que o documento nos conta, o remédio pode tanto engordar quanto emagrecer. Isso porque a lista de efeitos colaterais da bula do medicamento apresenta o aumento do apetite ou a diminuição do apetite como uma reação do Oxalato de Escitalopram, que pode atingir 1% a 10% dos pacientes que usam o remédio.
A bula também menciona o aumento de peso como uma reação comum do medicamento e informa que a diminuição de peso é um efeito colateral incomum do Oxalato de Escitalopram, ou seja, que pode acontecer com 0,1% a 1% dos pacientes que utilizam o medicamento.
Como se não bastasse, o documento apresenta a anorexia, um distúrbio alimentar grave que pode levar à morte se não for tratado, como uma das reações que ocorrem com todos os medicamentos que agem de forma semelhante ao escitalopram (o ingrediente ativo do Oxalato de Escitalopram). Porém, a bula não informa em qual frequência esse efeito colateral pode ser observado.
Como tanto o ganho quanto a perda de peso expressiva podem representar perigos para a saúde, ao perceber que o tratamento com Escitalopram engorda ou emagrece para você, principalmente de maneira significativa, informe o médico a respeito do problema para saber como resolver a situação e como proceder no tratamento com o remédio.
Se durante o uso do medicamento, você desconfiar que pode ter a anorexia ou ouvir de um parente, amigo ou conhecido que pode ter a doença, procure rapidamente a ajuda médica, já que o distúrbio é grave e ameaça a vida.
Porém, não abandone o uso de Escitalopram por conta própria, sem o acompanhamento médico, porque isso pode ser perigoso para a sua saúde.
Outro alerta que não podemos deixar de dar é: jamais utilize o medicamento apenas com o intuito de engordar ou emagrecer, sem que você necessite o remédio e haja a recomendação e o acompanhamento do médico.
Além de não ter certeza de que atingirá o objetivo que deseja, já que Escitalopram pode tanto engordar quanto emagrecer, o remédio traz uma série de efeitos colaterais graves.
Isso sem contar que, quando uma pessoa se automedica, ela corre o risco de usar um medicamento contraindicado para ela sem nem ao menos saber e de ingerir doses perigosas, colocando em risco sua vida e saúde.
Efeitos colaterais de Escitalopram
Agora que já analisamos se Escitalopram engorda ou emagrece, vamos conhecer quais outros efeitos colaterais podem ser causados pelo remédio?
Segundo a bula do Oxalato de Escitalopram, o medicamento pode provocar as seguintes reações adversas:
Reações muito comuns – afetam mais de 10% dos pacientes
- Náusea;
- Dor de cabeça.
Reações comuns – afetam entre 1% a 10% dos pacientes
- Nariz entupido ou com coriza (sinusite);
- Ansiedade;
- Inquietude;
- Sonhos anormais;
- Dificuldades para dormir;
- Sonolência diurna;
- Tonturas;
- Bocejos;
- Tremores;
- Sensação de agulhadas na pele;
- Diarreia;
- Constipação;
- Vômitos;
- Boca seca;
- Aumento do suor;
- Dores musculares e nas articulações (mialgias e artralgias);
- Distúrbios sexuais – retardo ejaculatório, dificuldades de ereção, diminuição do desejo sexual e, em mulheres, dificuldades para chegar ao orgasmo;
- Cansaço;
- Febre.
Reações incomuns – afetam entre 0,1% a 1% dos pacientes
- Sangramentos inesperados, o que inclui sangramentos gastrointestinais;
- Urticária;
- Eczemas (rash);
- Coceira (prurido);
- Ranger de dentes;
- Agitação;
- Nervosismo;
- Ataque de pânico;
- Estado de confusão;
- Alterações no sono;
- Alterações no paladar;
- Desmaio;
- Pupilas aumentadas (midríase);
- Distúrbios visuais;
- Barulhos nos ouvidos (tinnitus);
- Perda de cabelo;
- Sangramento vaginal;
- Aceleração dos batimentos cardíacos;
- Inchaço nos braços ou nas pernas;
- Sangramento nasal.
Reações raras – afetam entre 0,01% e 0,1% dos pacientes
- Inchaço na pele, língua, lábios ou face ou apresentar dificuldades para respirar ou engolir (reação alérgica) – neste caso, contatar o médico ou ir diretamente para um hospital com serviço de emergência;
- Febre alta, agitação, confusão, espasmos e contrações abruptas dos músculos podem ser sinais de uma condição rara denominada síndrome serotoninérgica – neste caso, contatar o seu médico imediatamente;
- Agressividade;
- Despersonalização;
- Alucinação;
- Diminuição dos batimentos do coração.
Reações com frequência desconhecida – que não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis
- Pensamentos suicidas e de autoflagelação;
- Níveis diminuídos de sódio no sangue (os sintomas são náuseas, mal-estar, fraqueza muscular e confusão);
- Tontura ao levantar-se por queda da pressão (hipotensão ortostática);
- Alterações nos exames de função hepática (aumento das enzimas hepáticas no sangue);
- Transtornos do movimento (movimentos involuntários dos músculos);
- Ereção dolorosa (priapismo);
- Alterações de coagulação, que incluem sangramentos da pele e mucosas (equimoses) e diminuição do número de plaquetas no sangue (trombocitopenia);
- Edema (inchaço) agudo da pele ou mucosas (angioedemas);
- Aumento da quantidade de urina excretada (secreção inadequada do hormônio antidiurético);
- Presença de leite em mulheres que não estão amamentando;
- Mania;
- Um aumento do risco de fraturas ósseas foi observado em pacientes que utilizam este tipo de medicamento;
- Alteração do ritmo cardíaco (chamada “Prolongamento do intervalo QT”, observada em exame de eletrocardiograma, exame que avalia a atividade elétrica do coração).
Outras reações adversas que o medicamento pode provocar
- Inquietude (acatisia) – ocorre com todos os medicamentos que agem de forma semelhante ao escitalopram (o ingrediente ativo do Oxalato de Escitalopram);
- Dificuldade para urinar – neste caso, contatar imediatamente o médico ou ir diretamente para um hospital com serviço de emergência;
- Convulsões – neste caso, contatar imediatamente o médico ou ir diretamente para um hospital com serviço de emergência;
- Cor amarelada da pele ou no branco dos olhos – podem ser sinais de problemas no fígado/hepatite – neste caso, contatar imediatamente o médico ou ir diretamente para um hospital com serviço de emergência;
- Batimentos cardíacos acelerados ou irregulares e desmaios, que podem ser sintomas de uma condição que causa risco à vida conhecida como Torsade de Pointes – neste caso, contatar imediatamente o médico ou ir diretamente para um hospital com serviço de emergência.
Caso experimente qualquer um desses efeitos colaterais ou alguma outra reação adversa durante o seu tratamento com Escitalopram, procure imediatamente o auxílio médico, ainda que o sintoma em questão não aparente ser grave.
Isso é essencial para conferir a seriedade da reação, receber o tratamento apropriado, caso seja necessário, e saber como deve proceder em relação ao uso do medicamento.
Contraindicações e cuidados com Escitalopram
O medicamento não pode ser utilizado pelas seguintes pessoas:
- Mulheres que estejam grávidas ou amamentando – a não ser que haja a recomendação médica e uma conversa entre paciente e médico a respeito dos riscos e benefícios que o tratamento com o remédio pode trazer;
- Pessoas com alergia a algum dos componentes da fórmula de Escitalopram;
- Pacientes que usam medicamentos conhecidos como inibidores da
- monoaminoxidase (IMAO), incluindo selegilina (usada no tratamento de Mal de Parkinson), moclobemida (usada no tratamento da depressão) e linezolida (antibiótico);
- Pessoas que nasceram com ou já tiveram um episódio de arritmia cardíaca;
- Pacientes que tomam remédios para o tratamento de arritmia cardíaca ou que podem afetar o ritmo cardíaco.
Antes de iniciar o tratamento com Escitalopram, é fundamental informar ao médico caso sofra com algum problema de saúde, principalmente se:
- Tem epilepsia;
- Tem comprometimento do funcionamento dos rins e/ou do fígado;
- Tem diabetes;
- Tem níveis diminuídos de sódio no sangue;
- Tem tendência ao aparecimento de sangramento ou manchas roxas;
- Encontra-se em terapia eletroconvulsiva;
- Tem doença cardíaca coronariana;
- Tem ou teve problemas cardíacos ou sofreu um ataque cardíaco recentemente;
- Tem baixa frequência cardíaca de repouso e/ou sabe que pode ter baixa de sal devido à diarreia e aos vômitos severos e prolongados ou ao uso de diuréticos;
- Tem ou teve aceleração ou irregularidade nos batimentos cardíacos, desmaios, colapso ou tontura ao levantar-se, que pode indicar funcionamento anormal do batimento cardíaco;
- Tem ou teve problemas de dilatação das pupilas (midríase).
Caso a paciente em tratamento com Escitalopram descubra uma gravidez, deve informar ao médico e/ou obstetra que faz uso medicamento para saber como deve proceder.
Quando os pacientes que sofrem com o transtorno bipolar do humor na fase da depressão usam antidepressivos, eles podem sofrer uma virada para a fase maníaca – a mania traz mudanças incomuns e rápidas de ideias, alegria inapropriada e a prática excessiva de atividades físicas.
Quem se sentir dessa maneira em seu tratamento deve informar o médico imediatamente a respeito do problema. O médico também deve ser prontamente avisado quando o paciente experimentar sintomas como inquietude ou dificuldade de sentar ou permanecer em pé.
Os pensamentos de autoagressão e suicídio, que podem aparecer para quem está deprimido e/ou sofre com distúrbios de ansiedade, podem ser aumentados quando um antidepressivo como Escitalopram é utilizado pela primeira vez. Isso porque remédios do tipo precisam de tempo para começar a agir no organismo, geralmente cerca de duas semanas ou mais.
Se durante o tratamento o paciente tiver pensamentos relacionados ao suicídio ou a provocar ferimentos em si mesmo, deve procurar ajuda médica imediatamente.
Também é necessário que a pessoa conte com o apoio de um parente ou amigo próximo para ler a bula do medicamento junto com ela e avisá-la caso ocorram mudanças no comportamento ou a depressão ou ansiedade demonstre piora.
Antes de iniciar o tratamento com Escitalopram, é fundamental que o paciente informe ao médico caso esteja usando qualquer outro tipo de medicamento, suplemento ou planta medicinal para que o profissional verifique se não faz mal usar a substância em questão ao mesmo tempo em que toma Escitalopram.
Durante o tratamento medicamento, recomenda-se não ingerir álcool e nem dirigir veículos ou operar máquinas. As informações são da bula do Oxalato de Escitalopram da Nova Química Farmacêutica, disponibilizada pela Anvisa.
Atenção: este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir o acompanhamento médico e a leitura da bula do medicamento antes e durante o tratamento.
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