Vegano Come Mel?
Sabemos que um estilo de vida vegano não permite o consumo de produtos de origem animal, mas certos alimentos podem nos causar dúvidas. Por exemplo, confira a seguir se o vegano come mel ou se, por ser um produto das abelhas, esse também é um alimento proibido.
Antes, para quem é curioso acerca desse estilo de vida ou está dando os primeiros passos rumo a uma rotina livre de produtos de origem animal, vale a pena conhecer também as dicas para ter uma alimentação vegana variada e deliciosa.
Sobre o mel
O mel é uma substância doce produzida pelas abelhas a partir do néctar das flores. As abelhas coletam o néctar e, então, o consomem, digerem e regurgitam dentro da colmeia para produzir o mel. O mel é armazenado em estruturas parecidas com a cera chamadas de favos de mel, que são recolhidos pelo homem através da prática da apicultura.
Existem diversos tipos de mel, que se diferenciam em relação à planta de onde saíram, ao método de extração e se o mel em questão é cru ou pasteurizado.
Embora o perfil nutricional varie dependendo do tipo, uma colher de sopa (21 gramas) de mel tipicamente tem 64 calorias e 17 gramas carboidratos com pouco ou nada de gorduras, fibras e proteínas. Ele também contém diversos micronutrientes como potássio, ferro e zinco, mas em quantidades menores – menos de 1% da Ingestão Diária Recomendada (IDR).
O mel de boa qualidade é conhecido como uma fonte rica em antioxidantes, como dono de propriedades antibacterianas e como um alimento que pode fazer bem para a saúde do coração. Veja em detalhes todos os benefícios do mel para a saúde.
Por outro lado, não se pode exagerar no consumo do alimento devido às suas calorias e ao fato dele ser rico em açúcar.
Enquanto o teor calórico do mel possa não parecer muito, mesmo poucas porções por dia podem fazer com que as calorias se acumulem. Ao longo do tempo, isso poderia gerar o ganho de peso, especialmente se outras modificações alimentares não forem feitas para equilibrar essas calorias extras. Confira em uma análise completa se mel engorda ou emagrece.
O mel também é rico em açúcar, que é digerido rapidamente e pode fazer os níveis de açúcar no sangue terem picos e despencarem – resultando no aumento da fome e o potencial ganho de peso em longo prazo. Pesquisas consistentemente associam uma ingestão maior de açúcar adicionado com um risco maior de ganho de peso e obesidade.
O excesso de açúcar pode estar associado a outros problemas como inflamação, resistência à insulina, problemas no fígado, doença cardíaca e maior risco de desenvolver depressão, demência e certos tipos de câncer.
Portanto, a melhor forma de tirar vantagem dos potenciais benefícios associados ao mel é optar por uma marca de alta qualidade e usá-lo para substituir adoçantes artificiais como o xarope de milho rico em frutose ou o açúcar refinado.
Entretanto, certifique-se de moderar a sua ingestão e use-o parcimoniosamente para minimizar os riscos de efeitos colaterais para a saúde.
E então, será que o vegano come mel?
Essa pode ser uma questão controversa até mesmo entre aqueles que seguem o estilo de vida vegano.
Existem os alimentos de origem animal mais óbvios como as carnes, os ovos e os produtos laticínios que todos nós sabemos que estão fora da categoria de veganos. No entanto, alguns alimentos podem causar dúvidas.
Alguns veganos acabam escolhendo incluir o mel nas suas refeições, mas a maior parte entende o mel como um alimento que não pode ser considerado vegano. Mas por quê?
A maioria dos veganos não vê diferença entre o cultivo das abelhas e outras formas de cultivo animal. Para otimizar os lucros, muitos produtores comerciais de abelhas empregam práticas antiéticas para os padrões veganos.
Essas práticas podem incluir mexer com as asas das abelhas-rainhas para impedir que elas fujam da colmeia e matar colônias inteiras de abelhas para impedir que doenças se espalhem em vez de dar remédio a esses animais.
A questão da saúde das abelhas
Outro problema para os veganos é que o cultivo do mel pode prejudicar a saúde das abelhas. Isso porque a principal função do mel é fornecer carboidratos, aminoácidos, antioxidantes e antibióticos naturais para as abelhas.
O mel concede energia a elas e ajuda-as a permanecerem saudáveis e a sobreviverem durante os períodos mais frios, uma vez que as abelhas armazenam o mel para consumir ao longo dos meses do inverno quando a produção decresce.
O problema é que quando o homem chega para colher e comercializar o mel das abelhas, ele substitui o produto pela sacarose ou por xarope de milho rico em açúcar, que não fornecem às abelhas os mesmos nutrientes benéficos que elas encontram no mel.
“Essa é uma prática bem conhecida da apicultura de larga escala que poderia ser evitada se uma quantidade suficiente de mel fosse deixada para as abelhas consumirem ao longo do inverno. Mas os apicultores precisam lucrar, certo?”, criticou a vegana, blogueira e escritora da área de alimentos veganos, Aine Carlin.
Além disso, existem evidências de que esses adoçantes prejudicam o sistema imunológico das abelhas e podem causar mudanças genéticas que reduzem as suas defesas contra pesticidas. Ambos efeitos podem danificar uma colmeia.
A escritora da área de alimentos veganos contou que há anos não consome mel, mas que entende por que alguém que é vegano come mel e não vê problema em comprar o produto local e cru.
“Você é significantemente menos vegano se consumir uma pequena quantidade de mel dada por um ‘apicultor equilibrado’ (que se preocupa com as abelhas)? Eu não tenho uma resposta para isso. Mas se você prefere não arriscar as suas credenciais veganas duramente conquistadas, felizmente existe uma variedade de adoçantes de origem vegetal – xarope de ácer (bordo), xarope de tâmara e néctar de coco – que deixarão você saciado e as abelhas salvas”, aconselhou Carlin.
Para quem segue um estilo de vida vegano e tem uma quedinha pelas sobremesas, a nossa dica é conhecer e aprender a preparar receitas de doce vegano light.
Fontes e Referências Adicionais:
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5406168/
- http://europepmc.org/article/MED/25034029
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3609166/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK279137/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5536157/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4592517/
- https://www.nature.com/articles/s41598-017-05649-7
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3955123/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3735052/
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