A Cura da Diabetes Dentro de Alguns Anos – Afirmam Pesquisadores Israelenses
Encontrar a cura da diabetes certamente é um sonho para quem foi diagnosticado com a doença ou quem tem um parente passando por ela. Isso porque além do tratamento da condição exigir uma série de cuidados, a diabetes pode gerar complicações graves para a saúde.
A lista de problemas inclui pressão arterial elevada, doença no coração, acidente vascular cerebral (AVC), problemas nos olhos, doenças dentais, danos nos nervos e problemas nos pés, de acordo com informações são do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK, sigla em inglês), dos Estados Unidos.
No entanto, para uma equipe de pesquisadores e empreendedores de Jerusalém, a solução está mais perto do que poderíamos imaginar: eles afirmaram que encontraram uma cura da diabetes e que ela pode estar disponível no mercado dentro dos próximos anos, conforme informou uma reportagem do The Jerusalem Post.
Depois que conhecer em detalhes do que se trata a proposta, aproveite para conhecer outros caminhos sugeridos para a cura e o tratamento da doença.
A tal solução passa pelo desenvolvimento de um pâncreas artificial
A promessa da equipe da Betalin Therapeutics passou pelo desenvolvimento do primeiro pâncreas bioartificial. O órgão sintético é composto por tecido do pulmão de porco e de células secretoras de insulina.
A ideia aqui seria implantar o pâncreas bioartificial embaixo da pele do paciente por meio de um procedimento ambulatorial e conectá-lo aos seus vasos sanguíneos. A partir daí, o próximo passo seria avaliar os níveis de açúcar no sangue da pessoa e secretar a quantidade ideal de insulina necessária para controlar as taxas sanguíneas de açúcar.
Segundo o PhD em microbiologia e CEO da Betalin Therapeutics Nikolai Kunicher, a proposta se trata de uma nova maneira de tratar a diabetes. Ele apontou que enquanto atualmente existem somente maneiras de controlar a condição, o projeto apresentado por sua equipe é uma cura da diabetes.
O CEO da Betalin Therapeutics explicou ainda que a solução proposta pela companhia devolve a função de secretar insulina, que é perdida pelo pâncreas de um paciente que sofre com a diabetes. O PhD em microbiologia declarou ainda que, com isso, o paciente nunca mais teria a necessidade de aplicar insulina em seu corpo.
O PhD em imunologia e pós-doutor em imunologia do câncer Avi Treves lidera os setores de pesquisa e desenvolvimento da Bethalin Therapeutics. Ele afirmou que essa tecnologia promovida pela instituição representa a próxima fase do que é conhecido cientificamente como Protocolo de Edmonton.
Por meio deste protocolo, os médicos já vêm implantando ilhotas pancreáticas nos pacientes. O PhD em imunologia esclareceu que, para realizar tal procedimento, os médicos retiram uma suspensão de ilhotas pancreáticas de um doador e implantam no paciente.
O pós-doutor em imunologia do câncer disse que isso até pode curar uma pessoa por alguns anos, entretanto, trata-se de um procedimento complicado que traz muitas desvantagens, já que o tecido morre ao longo do tempo e os pacientes precisam ser submetidos a uma supressão do sistema imunológico, uma vez que um tecido estrangeiro está sendo implantando.
Mas não seria da mesma forma com o pâncreas bioartificial? Treves argumentou que a microestrutura do órgão sintético habilita as células a funcionarem melhor e por mais tempo, o que deve facilitar as coisas, além de ser mais econômico.
Kunicher contou que a sua equipe já finalizou os experimentos em animais e que experimentos clínicos em seres humanos estão programados para os próximos meses. É importante ressaltar que os resultados dos experimentos em animais nem sempre correspondem aos dos seres humanos por conta das diferenças entre as espécies, por exemplo.
A Betalin Therapeutics está trabalhando em colaboração com clínicas na Alemanha, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na China e na Itália, que já fizeram transplante de ilhotas, para testar o novo procedimento.
A expectativa do chefe de pesquisa e desenvolvimento da organização é de um experimento de uma fase com duração de aproximadamente dois anos, para então ser possível conseguir a aprovação regulatória depois de provar a eficiência da tecnologia.
Entretanto, supondo que as promessas sejam realmente confirmadas e o pâncreas bioartificial consiga entrar no mercado, a previsão é que ele custe R$ 50 mil por paciente. As informações são do The Jerusalem Post.
Para quais pacientes diabéticos o pâncreas bioartificial seria uma alternativa viável?
De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo aproximadamente meio bilhão de pessoas sofrem com a diabetes do tipo 1 ou com a diabetes do tipo 2.
No entanto, são os pacientes diabéticos que utilizam a insulina que seriam elegíveis para o tratamento com o pâncreas artificial para cura da diabetes. A estimativa do CEO da Betalin Therapeutics é que em torno de 160 milhões de diabéticos sejam dependentes da insulina.
O chefe de pesquisa e desenvolvimento da organização vislumbra que o pâncreas bioartificial da organização será aproveitado gradualmente por uma quantidade limitada de pacientes, porém, acredita que, em última instância, a tecnologia poderá ser chegar ao acesso de todas as pessoas que são dependentes da insulina.
Para o PhD em imunologia, o próximo passo da descoberta seria utilizar a tecnologia para o tratamento de outros problemas decorrentes de disfunções hormonais. Confiante, o pós-doutor em imunologia do câncer afirmou que o projeto vai dar certo.
Mais sobre a diabetes
A doença pode se manifestar por meio de sintomas como aumento da sede, da fome e da urina, fadiga, visão borrada, dormência ou formigamento nos pés e mãos, feridas que não se curam e perda de peso inexplicável.
Enquanto os sinais da diabetes do tipo 1 podem começar a aparecer rapidamente, em uma questão de semanas, os sintomas da diabetes do tipo 2 são desenvolvidos lentamente, ao longo de anos, e podem ser tão leves ao ponto da pessoa afetada nem sequer percebê-los.
Além disso, muitos dos pacientes com diabetes do tipo 2 não apresentam sintomas. Com isso, alguns descobrem que sofrem com a condição somente quando desenvolvem problemas de saúde associados a ela.
A doença ocorre quando os níveis de açúcar no sangue, conhecidos ainda como glicose no sangue, encontram-se muito elevados. Vale lembrar que a glicose sanguínea é a maior fonte de energia para o organismo e é proveniente dos alimentos consumidos por meia da dieta.
Mas por que o pâncreas e a insulina são tão importantes quando o assunto é a busca de uma cura da diabetes? Porque o hormônio é produzido pelo órgão e é responsável por auxiliar a glicose obtida por meio dos alimentos a chegar até as células, onde será utilizada como fonte de energia.
Já em um quadro de diabetes, o corpo não produz insulina o suficiente ou qualquer quantidade do hormônio ou não consegue utilizar a insulina presente apropriadamente. Com isso, a glicose permanece no sangue e não dá conta de chegar até as células. As informações são do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK, sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Fontes e Referências Adicionais:
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