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Podcast #073 – Iago Rezende, O Criador Do Primeiro Medidor De Cetonas Brasileiro, O UaiKeto

Tudo começa com o pensamento. Toda ação que a gente faz parte de um pensamento, de uma vontade — então a gente pensa em alguma coisa, e a gente tenta materializar essa coisa em formato de e de ações.”

A entrevista de hoje é um pouco diferente.

Porque, hoje, trazemos o Iago Rezende, um engenheiro de Minas Gerais que criou o primeiro aparelho brasileiro para medição de corpos cetônicos pela respiração.

(Sem ter que furar o dedo, nem fazer xixi em fitinhas.)

Hoje vamos saber um pouco mais sobre esse projeto, e sobre os aprendizados do Iago ao seguir a dieta cetogênica — que ele nem conhecia antes de desenvolver o aparelho.

Lendo ou escutando até o final, você vai poder saber mais sobre essa jornada, e ver o que a medição de cetonas pode fazer por você.

Sendo assim, escute ou leia o episódio até o final para saber:

  • como o Iago desenvolveu um aparelho para medir a cetose,
  • quais foram os erros e acertos dessa trajetória ao longo do caminho,
  • como Iago aliou nutrição e engenharia para refinar e melhorar o uaiKeto,
  • como funciona a medição de corpos cetônicos — pela urina, pela respiração, e pelo sangue,
  • de onde veio o nome uaiKeto,
  • por que a tecnologia pode ser uma aliada, mas
  • ao mesmo tempo não deve substituir práticas ancestrais,
  • o que o Iago aprendeu seguindo a dieta cetogênica,
  • que tipo de pessoas mais têm benefícios ao medir a cetose,
  • qual a mensagem final do Iago para você,

e muito, muito mais.

Assine O Podcast Gratuitamente: iTunes | Android | Stitcher | Spotify

Para saber mais sobre o Iago, o uaiKeto, e novos produtos em desenvolvimento, acesse o site oficial: http://saludetecnologias.com.br/

Você também pode seguir o Iago no Instagram @saludetecnologias: https://www.instagram.com/saludetecnologias/.  

(Aproveite e nos siga lá também: @senhortanquinho:  https://www.instagram.com/senhortanquinho/.)

Você pode notar que um dos subtemas deste episódio é transformar sonhos em realidade.

Sendo que o nosso sonho de ter um podcast de qualidade, que torna acessível o conhecimento de profissionais incríveis, e ajuda cada vez mais pessoas só é possível devido à dedicação incansável dos nossos apoiadores.

Dentre eles, destacamos a Eliana da Loja Tudo Low-Carb, que fornece ingredientes low-carb de altíssima qualidade (são os que nós pessoalmente usamos).

E, especialmente, os alunos do nosso programa Guia Dieta Cetogênica. Eles são  um grupo de pessoas comprometidas, que emagrecem com um poderoso programa rumo a uma saúde melhor.

Muito obrigado a todos que fazem parte da nossa Família Senhor Tanquinho.

A transcrição completa do podcast está disponível abaixo.

Transcrição Completa Do Episódio Com Iago Rezende

Guilherme: Olá, tanquinho, olá, tanquinha. Sejam muito bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso podcast. 

Hoje a gente traz um convidado um pouco diferente, é o Iago Rezende, fundador da uaiKeto — da Salude Tecnologias, na verdade. Tudo bem, Iago?

Iago: Oi, boa noite, tudo bem Guilherme e Roney? 

Roney: Tudo bem por aqui, Iago. E espero que esteja tudo bem com quem está nos ouvindo também. 

Como o Guilherme falou, o Iago é criador do medidor de corpos cetônicos uaiKeto, e a gente o chamou aqui para falar um pouco sobre a história dele, sobre esse aparelho de medição de cetose, e sobre medição de corpos cetônicos no geral. 

Então, vamos começar perguntando sobre a cetogênica. Iago, como que você conheceu a dieta cetogênica? 

Iago: A minha formação técnica é baseada em tecnologia.

Eu sempre trabalhei em desenvolvimento de equipamentos e, em um determinado momento, eu fundei a Salude e comecei a desenvolver um dispositivo chamado Bela. O que era o Bela? Era baseado, praticamente, num leitor de glicose não invasivo. 

Já existem algumas técnicas no mundo de se fazer isso, e os maiores entraves hoje, é o que a gente conhece naturalmente das grandes indústrias. 

A gente sabe que existem entraves na indústria farmacêutica, na indústria dos alimentos… e tem na indústria dos equipamentos médicos também — ela é muito fechada e muito burocrática. 

Eu não conseguia vender esse equipamento para o maior público, que eram os diabéticos. 

Então eu fui direcionando o equipamento para correlacionar a glicose com a fome, e a função do equipamento era “diferenciar fome de vontade de comer” — esse era o Bela. 

Fui desenvolvendo — e toda a tecnologia que eu desenvolvo eu testo na prática, em campo —, e fui entendendo melhor que a glicose não estava diretamente relacionada à fome.

Eu comecei a esbarrar com termos como cetose, corpos cetônicos, estratégia nutricional cetogênica… eu fui vendo todo esse universo. 

E aí uma parceira que eu tenho com muito carinho no meu coração é a Letícia. Eu tive a oportunidade de conhecer numa empresa que eu trabalhava antes, ela mexia com a parte de vendas — eu acho que nessa época ela parou um pouco com a nutrição e depois voltou…

Fui testando com ela, que sempre me falou o seguinte.

Iago, eu acho que o equipamento que o mercado precisa agora seria uma coisa semelhante a um medidor de corpos cetônicos, alguma coisa que não fure o dedo.”

Foi aí que eu comecei a entender o que era cetose, o que eram corpos cetônicos, e aí eu comecei a desenvolver o equipamento em si.

Eu comecei a fazer a dieta cetogênica para eu entender o que a gente chama de user experience, para saber como o usuário ia se sentir usando o equipamento. 

E o que é realmente fazer uma dieta cetogênica

Como desenvolvedor, eu gosto de sentir na pele os problemas para propor a melhor solução. 

Foi aí que eu conheci a cetose, foi crescendo o meu conhecimento a respeito. 

Não conheço nada da cetose a nível dos profissionais que eu acompanho no canal de vocês aqui. 

Mas esse é basicamente o início, então eu conheci a cetose porque queria criar alguma coisa que solucionasse um problema para essas pessoas, que eu entendi que era um problema relevante, e aí eu fui nadando até o fundo. 

A gente vai entrando para dentro dos conhecimentos até o ponto que eu me senti confiante: os testes levaram a uaiKeto a um resultado excelente, todas as pessoas que testavam adoravam. 

Eu fiz a dieta em si, achei uma dieta muito difícil, para mim que não conhecia esse mundo — nem low-carb eu conhecia! 

Eu comecei o universo do low-carb direto pela cetogênica, e aí depois eu fui ver que é uma das mais restritas em carboidratos. 

Assim, é uma coisa muito dolorosa se fazer uma dieta tão restrita nesse nível, né, para quem tá falando de uma pessoa viciada em açúcares e carboidratos.

E, para mim, que sou da engenharia, eu gosto muito de ver números. 

Foi aí que comecei a ver o real valor do uaiKeto — eu comecei a ver toda essa motivação diária que eu tinha em usar o equipamento e fazer a dieta. 

Eu me senti mais engajado com a estratégia nutricional. 

Eu não gosto muito nem de usar o termo dieta. Eu pessoalmente — junto com meus colaboradores, a gente usa estratégia nutricional porque é uma estratégia de longo prazo, para seguir por anos de vida

Não sei se ficou claro.

Perfis De Pessoas Que Seguem A Dieta Cetogênica

Guilherme: Com certeza, ficou claro. E achei interessante isso porque desperta a nossa percepção para um tipo de público que fica motivado vendo os números. 

Enquanto, na verdade, eu percebi que gosto de ter alguns números que eu me baseio: todo dia de manhã eu acordo, vou ao banheiro, lavo o rosto e daí eu me peso todos os dias — e eu anoto isso para ter uma noção, uma evolução ao longo do tempo sem ficar noiado. 

(Também tiro minhas corporais semanalmente.)

Isso é uma coisa que funciona super bem. Não tem ansiedade ao redor disso. 

Mas, nesse momento, eu estou fazendo uma dieta carnívora, que é praticamente zero carboidrato. 

Estou usando o uaiKeto também — depois a gente pode falar um pouquinho disso — e não fico contando os gramas de proteína, e gordura e tal, e uso o uaiKeto assim: meio que como uma informação bônus. 

Eu não sou uma pessoa que se motiva tanto por ver esses números — mas, com certeza, existem mais pessoas no mundo também que têm um perfil parecido com o seu.

E são pessoas que talvez não tenham uma relação mais intuitiva com o alimento.

Porque, bem ou mal, eu faço esse estilo de vida mais baixo em carboidratos e diferente da dieta ocidental já há uns bons sete anos. 

Então possivelmente é uma bagagem diferente da de quem está começando e tem essa pegada mais analítica, ligada nos números… e que gosta de acompanhar de perto.

Porque, por mais que eu saiba fazer as contas de macronutrientes e tudo, no dia a dia eu não vejo muito sentido.

Enquanto outras pessoas, talvez, podem usar o uaiKeto para fazer experimentos nelas mesmas e acompanhar por ali, para saber se estão na direção certa. 

Nesse sentido, que você mencionou até a questão que a nutri Letícia estava te acompanhando, ela participou de alguma forma no desenvolvimento do uaiKeto?

Ela pode ajudar a dar feedbacks sobre o uso dele ou para testar? Como que foi essa interação entre a parte nutricional e a parte mais de “engenharia”, no desenvolvimento do aparelho?

Como Aliar Nutrição E Engenharia 

Iago: Com certeza, com certeza. O único “campo de batalha” que eu tinha disponível, ao meu alcance, era o meu corpo — e o corpo das pessoas próximas à Salude. 

Só que a Letícia foi essencial, porque ela possibilitou uma confiança, uma bagagem muito maior para o equipamento do que eu imaginaria que ele criasse. 

Quando a gente fala em teste, claro que eu venho trabalhando muito com a área de biossegurança, que é equipamentos autoclaves, destilador de água… equipamentos voltados para a biossegurança de hospitais e centros onde se tem cirurgias.

Então eu sempre tive o pé muito firme em testes de equipamentos, para saber que aquilo que a gente tá comercializando é um equipamento realmente confiável. 

Esse foi o principal que a Letícia acrescentou em todo o projeto: foi estar presente nesse aspecto. 

Porque ela nos deu a possibilidade (claro, com total abertura das pessoas próximas a ela, que tinham interesse em fazer a cetogênica, em fazer a low-carb, e já eram familiarizadas com o problema) de ver na prática. 

Igual você falou: não é um problema para todo mundo, mas para aquelas pessoas em si era um problema os corpos cetônicos, era uma curiosidade, era uma motivação a mais, era uma vontade de fazer parte de um projeto. 

E a gente conseguiu concretizar isso por meio dela, porque ela já é uma pessoa muito respeitada aqui.

Sem dúvidas: você fala em nutricionista, especialista low-carb aqui, em Santa Rita do Sapucaí, Pouso Alegre, Varginha, ela realmente é um dos nomes mais fortes daqui em especialista low-carb (e hoje atende Brasil afora).

Então foi muito gratificante, e ela possibilitou uma bagagem muito maior do que eu jamais imaginei para lançamento do uaiKeto. 

Hoje o uaiKeto está muito mais robusto… ele está mais robusto do que ontem, mas menos robusto do que amanhã: porque a tecnologia vem se construindo de uma forma muito consistente.

E é aquele negócio: quanto mais pessoas utilizarem, quanto mais feedback vai tendo, maior vai ficando o corpo de testes em si. Um produto no mercado é eternamente testado, ele é eternamente melhorado. 

Como O uaiKeto Funciona

Roney: Certo, Iago. E aproveitando que a gente já entrou nesse assunto do uaiKeto, e você falou da tecnologia que está sempre sendo aprimorada, como que funciona o uaiKeto?

Iago: Olha, a principal pergunta que me fazem é sobre o preço. (E estou falando disso porque uma coisa coisa justifica a outra.)

Por que estou falando disso? 

Porque a gente procura no Mercado Livre — se você botar “medidor de cetose pelo hálito”, você vai achar outros medidores de corpos cetônicos muito baratos, que são os chineses. 

Só que qual é a diferença? O uaiKeto é basicamente um sensor de gás.

Ele é um sensor de gás, com uma sensibilidade específica à acetona.

Então ele é sensível à quantidade de acetona presente no nosso hálito. 

Esse é basicamente o funcionamento dele: é como se fosse um sensor de fumaça desses de hotel — sabe, desses que tem no teto e quando faz fumaça de fogo ele aciona o alarme? 

Ele é basicamente aquilo. Só que aquele sensor não pega a acetona. E, dentre alguns que pegam, eles precisam de uma concentração muito grande de acetona para realmente medir alguma coisa. 

O uaiKeto é praticamente um sensor muito sensível à acetona, e aí tem uma aplicação eletrônica por trás para interpretar esses dados e mostrar isso de forma agradável para a pessoa. Então, ele é basicamente um sensor de gás. 

O que o diferencia desses mais baratos? É que esses que a gente encontra no mercado livre usam um sensor parecido com o de bafômetro, e esses sensores não são desenvolvidos para acetona. 

Eles são desenvolvidos para o etanol, então ele é um sensor sensível à gás, o mesmo funcionamento, só que o sensor ele é como se ele tivesse sido especificado para outra coisa. 

E o que o pessoal está fazendo é redirecionando o marketing para corpos cetônicos, e o desempenho não fica bacana, o equipamento não fica com o desempenho bacana. 

Então, eu não sei se ficou claro, mas ele é basicamente um sensor de gás, como esse sensor de fumaça de hotéis. 

Só que ele é um sensor mais específico, um sensor que tem que atender características quanto à sensibilidade à acetona e uma sensibilidade em quantidade suficiente para ser detectada pelo hálito. 

Medindo Cetonas Pela Respiração, Pela Urina E Pelo Sangue

Roney: Perfeito, Iago, eu acho que deu para entender bem. E a gente sabe que tem outros tipos de medidores de corpos cetônicos como, por exemplo, aquelas fitinhas que medem a partir da urina, e aqueles que medem a partir do sangue, que você fura o dedo — assim como acontece no caso de medidores de glicemia, que os diabéticos usam bastante. 

Comparando o uaiKeto com essas outras duas formas de medir a cetose, o que a gente poderia dizer de pontos melhores ou piores, em comparação com essas outras duas?

Iago: Humm, legal. O que eu acho mais relevante de se falar — que é algo que eu considero uma oportunidade, mas é um ponto fraco no nível em que a gente está: as evidências para a acetona são muito poucas.

Existem estudos correlacionando a acetona ao BHB, por exemplo. [1]

O de sangue mede o BHB e, se não me engano, o de urina mede o acetoacetato (mas não tenho certeza). 

[São esses os três tipos de corpos cetônicos que temos: acetona, acetoacetato, e beta-hidroxibutirato (BHB).]

Então o medidor de sangue mede o BHB, o de urina acho que mede o acetoacetato, e o uaiKeto mede a acetona.

[Atualmente, alguns medidores de urina medem os níveis de BHB na urina.]

Então por que que existe essa fitinha de urina? Hoje ela é basicamente utilizada para diabéticos que tem variações extremas. 

Pois eles têm uma patologia, e seu corpo funciona de uma forma diferente. Por isso, a fitinha de urina funciona muito bem para eles — porque eles têm variações de corpos cetônicos na urina muito grandes. 

Agora, para quem faz uma dieta cetogênica e quer só por curiosidade monitorar, eu não acho que é uma boa opção.

Eu acho que é um ponto fraco da urina a sensibilidade, e a forma de se interpretar.

(Porque até mesmo seus níveis de hidratação influenciam no resultado das fitinhas.) 

O de sangue, com certeza, eu acho que é a forma mais fidedigna para acompanhar, pois é a que existem mais estudos científicos e evidências a respeito.

Porque você tá pegando direto na fonte, direto no seu sangue — então você está tirando uma mostra do seu sangue e botando ali para interpretação. 

É a forma mais invasiva, mas é a que traz uma quantidade de informação mais verídica. 

Além de ter erros sim pelo sangue — ainda tem um pouquinho de erro. Os estudos do uaiKeto comprovaram isso. Mas é a forma realmente mais precisa. 

E o uaiKeto em si, ele vem para proporcionar uma alternativa. Eu acho que os pontos forte são, com certeza, o grande ponto forte do uaiKeto é a comodidade, você poder medir os corpos cetônicos de uma forma mais tranquila, de uma forma mais cômoda. 

Você não precisa furar seu dedo e não precisa fazer xixi em potinho nenhum. 

E você vai ter uma medida não tão precisa quanto a de sangue, mas você vai ter uma leitura mais precisa do que a de urina.

Porque, como eu disse, a de urina ela é feita especialmente para pegar variações bruscas no organismo de diabéticos. 

Então, falando do uaiKeto, o ponto principal é a comodidade, realmente.

E eu acho que um ponto falho é essa falta de evidência para o público em geral.  Porque existem hoje estudos relacionando a acetona e o BHB, que foi até o vídeo que tem lá no perfil do instagram da Salude, explicando toda essa relação.

E fizemos um teste empírico que nós fizemos aqui na salude, então aquilo lá são resultados empíricos. 

Mas existem estudos científicos muito mais encorpados, relacionando também a acetona ao BHB, que é o principal corpo cetônico, até onde eu pude compreender — é o “bambambam” dos corpos cetônicos em si.

Mas, eu sempre tento ser muito honesto com todo mundo: se você é diabético e quer monitorar a sua cetose para fins de patologia, com certeza, a forma de se medir vai ser pelo sangue

Ela é a forma mais confiável e é a forma com que os médicos se apoiam para tomas as decisões. 

Mas se você quer fazer a dieta cetogênica para outros meios, para outros fins, você quer ser mais saudável, você quer ter um estilo de vida diferente, e quer medir os corpos cetônicos apenas para monitorar, como um hobby ou como uma forma de acompanhar o seu corpo. 

Eu gosto do uaiKeto porque ele te dá uma resposta antes da balança e antes das medidas mostrarem alterações. 

Então, se você quer usar ele para se motivar, para se controlar, para entender como o seu corpo é, realmente o uaiKeto, ela é a forma mais barata e cômoda de se fazer. 

Mas, eu sempre gosto de deixar bem claro que se é uma patologia, vai para o de sangue ou opta pelo de sangue que você vai ser mais, as decisões vão ser em torno do BHB, é o BHB que é o corpo cetônico estudado pela medicina, até hoje. 

Saiba Por Que Você Quer Medir

Guilherme: Com certeza, Iago. Muito precisas as suas colocações, especialmente o fato de que ele não mede o BHB em si, e o BHB é onde a gente vê mais evidências reunidas — porque é a cetona que acaba sendo usada mais como combustível pelo corpo. 

E você mencionou os próprios testes que fizeram na Salude, também vou fazer em breve testes com o medidor do sangue e uaiKeto, para ver o que acontece, mas nesse meio tempo eu queria compartilhar algumas experiências que eu já fiz com o uaiKeto.

Como disse, eu tô fazendo uma dieta carnívora. Eu estava 90% carnívoro desde o começo do ano (por quase um mês), e estritamente carnívoro faz mais algumas semanas — sem alimentos de origem vegetal. 

E eu vejo, por exemplo, que muitas vezes ao acordar, o meu nível de cetona está mais ou menos na faixa de 0,5 mmol/L.

E, com o passar do tempo, vai chegando mais próximo da hora do almoço — eu tendo a pular o café da manhã — fica em volta de 0,2 ou 0,3.

Sendo que ontem mesmo a gente tava fazendo uma live para o pessoal do desafio, que é um grupo de acompanhamento VIP que a gente tem.

E o pessoal perguntou sobre o uaiKeto e perguntou sobre medição.

Aí medi na hora para o pessoal ver, e tava em 0.2 mmol/L.

Eu havia almoçado por volta das 12h-13h, e a medição foi feita às 21h. Aí ficamos lá o Roney e eu tirando dúvidas do pessoal, falando de vários assuntos… acabou a live, e fui jantar.

Eu comi uma janta bem saborosa, com queijo de cabra, com bife, com ovos… sem medo da gordura.

E uma meia hora depois do jantar, que teve essa refeição mais rica em gordura, eu medi novamente e aí estava dando 2.4 mmol/L.

Isso é uma coisa que eu já tinha até conversado com o médico Paolo Knopp (que tira as fotos de pratos carnívoros mais bonitas que você vai ver hoje) pelo Instagram.

(Siga @paoloknopp e @senhortanquinho.)

Ele também usa o uaiKeto no dia a dia dele, ele também está fazendo a dieta carnívora, e ele também reparou que as medições tendem a ficar mais altas após refeições ricas em gordura. 

Então é bacana ter esse tipo de feedback para não se desesperar: porque muita gente mede só ao acordar, em jejum e pode medir e ver um número baixo, talvez 0.4 ou 0.5 mmol/L.

E com isso pensar: nossa, eu faço tudo certinho na cetogênica e não vejo os números aumentarem — sendo que talvez exista a questão da gordura também.

Talvez seja o caso de que você está medindo “quanto combustível sobrou no tanque”, mas não exatamente “quanto você tá usando, quanto você tá produzindo e quão eficiente é seu corpo em reciclar e usar esse combustível”. 

Então é interessante a gente ter tudo isso para colocar as coisas em perspectiva, colocar uma verdadeira hierarquia de prioridades

Se a pessoa quer, realmente, medir as cetonas por motivos terapêuticos, é muito interessante medir no sangue, medir o próprio BHB, e ela vai fazer uma dieta orientada pelo médico dela — porque a dieta cetogênica terapêutica é diferente da cetogênica para o bem estar e perda de peso

Ao mesmo tempo, se ela tá querendo principalmente perder peso, e ver mudanças em sua composição corporal, é interessante ela acompanhar a composição corporal. 

Isso é uma coisa que a nutri Paty Ayres falou num outro podcast que a gente gravou.

Por fim, se ela gosta do incentivo que a medição do uaiKeto faz, e coloca até esse aspecto assim, meio que “gamificando” a experiência toda, parece que ela consegue ter uma motivação a mais para não furar a dieta, porque depois vai se refletir na medição… 

Isso se torna uma camada a mais que ela pode colocar de diversão no estilo de vida alimentar que ela está seguindo. 

Então, é interessante ver como, igual você falou, não tem tanta evidência, tanto estudos dos próprios medidores por respiração.

Mas sim um conjunto de pessoas que vai usando isso, vai conseguindo trocar experiências, e assim a gente podendo formular hipóteses cada vez melhores enquanto os estudos não chegam. 

O Diferencial Está Nas Pessoas

Iago: Exato, é isso que você falou. É sensacional, foi muito bem colocado. 

O que que eu tentei criar em volta do uaiKeto para poder possibilitar uma experiência mais bacana? 

É o pós venda, é o atendimento sobre a tecnologia. 

Porque as pessoas, é muito comum que você fala, a pessoa tá usando lá, às vezes tá vendo um valor alto demais e não acha que esse valor é tão alto assim para ela. 

E às vezes ela tá fazendo a dieta certinha e não vê o valor aumentar, e a pessoa não tem onde se apoiar, para pesquisar no Google e entender. 

Então, a única forma que ela tem de trocar informação hoje é por meio do canal da Salude. 

Então, o que que eu tento frisar muito com os colaboradores da Salude, é o ponto de dar um suporte extremamente bom.

Eu gosto de brincar que desafio uma pessoa a mandar uma mensagem no WhatsApp da salude, e não sair de lá com uma experiência “uau!”. 

Desafio a pessoa a não se sentir extremamente querida, extremamente entendida e compreendida.

E você entender que a pessoa que respondeu realmente queria ajudar a pessoa, respondeu entendendo o caso dela…

Porque, por mais que o perfil da Salude seja um perfil comercial, do whatsapp, não existe mensagem automática, não tem nada disso.

Os atendimentos são prioritários e personalizados, porque a gente entende que essas dúvidas são rotineiras. 

Essas dúvidas, por mais que a pessoa esteja aberta para fazer os testes, para adquirir o uaiKeto e usar na vida dela, é normal que tenha dúvida.

É uma tecnologia nova, não existem empresas concorrentes que ofereçam um produto com a mesma intensidade, porque os equipamentos que tem hoje de medição pelo hálito são chineses — então não tem suporte algum. 

E a gente tenta trazer esse suporte bem personalizado para sanar dúvidas como essas, que são normais de acontecerem. 

Então, a gente faz esse trabalho a mais para realmente fazer com que a coisa aconteça. 

Porque o conhecimento vai vir muito da comunidade que está usando também e está disposta a trocar informações.

O Que Vemos Na Prática

Guilherme: Com certeza. Essa galera que está “nas trincheiras”, digamos assim, muitas vezes acaba motivando a ciência que vem depois.

Assim como nos estudos com jejum intermitente — alguns estudos já foram baseados no LeanGains — um protocolo popularizado pelo fisiculturista sueco Martin Berkhan [2].

E primeiro ele testou esse protocolo em si e com clientes.

Depois, divulgou na internet, e muita gente seguiu. 

Então pode haver um certo delay, uma certa demora até os estudos serem desenhados de maneira a refletir a experiência das pessoas. 

Mas é muito curioso ver como que a gente pode usar os estudos para orientar a nossa vida prática.

E, reciprocamente, como os cientistas, muitas vezes, podem usar os resultados da vida prática, e “o que está na boca do povo”, digamos assim, para orientar os estudos. 

Assim como Gary Taubes, que é um jornalista e já foi citado nominalmente em estudos [3] com uma motivação para investigar a hipótese da insulina, que ele divulga num livro popular, não é um livro acadêmico. 

Então, é bacana ver essa interface entre a academia, no sentido científico, e as pessoas do dia a dia, que estão explorando e querendo melhorar a vida delas, fazendo esse “biohacking”, como alguns gostam de dizer. 

Biohacking Ou Ilusão? 

Iago: Legal, e esse termo biohacking é bem forte. Ele tem sido cada vez mais forte, o pessoal tem cada vez mais falado nisso. 

Todas essas estratégias que a gente toma para tornar o nosso corpo um recinto melhor para a nossa alma são estratégias de biohacking. 

Só que agora que está tomando corpo, criando uma comunidade toda através disso. 

Não sei se você já se deparou com uma comunidade de biohacking, mas eu tenho gostado muito de ver essa vanguarda de pessoas usando recursos, tanto intelectuais quanto tecnológicos para nortear o organismo delas para ter o resultado que elas espera. 

Guilherme: Ah, também gosto bastante!

Só tenho alguma ressalva que, muitas vezes, as pessoas acabam ficando presas numa “neomania” — sempre esperando a próxima coisa, a pílula que vai solucionar tudo, o suplemento mágico… 

A roupa mágica que gela o corpo, esquenta o corpo, faz não sei o que, e modula não sei o que…

E na verdade a pessoa está esquecendo de comer comida de verdade, mover o corpo, dormir direito, que são bases que, na minha interpretação, não tem substituto tecnológico para isso. 

Mas, eu quis dizer que dentro, obviamente, dessa estrutura — de você comer comida de verdade, dormir direito, se mover direito, mover o mínimo que seja, fazer esportes intensos aqui, um tanto de movimento básico o tempo todo, ter boas relações…

Dentro dessa estrutura, poder experimentar com tudo isso é muito bacana. 

Assim como você pode fazer uma dieta mais cetogênica, mais carnívora… ou fazer dieta vegetariana, ou com mais carbo, menos carbo. 

E mudar o treino, fazer uma atividade física nova, tentar mudar o horário das suas refeições, tipo “comer com o sol” (ETRF) para ver se isso melhora o seu refluxo ou a sua noite de sono — tudo isso, dentro dessa estrutura da comida de verdade e desses outros princípios que a gente mencionou aqui, é super válido.

Iago: É o próprio fato de se exercitar de forma consciente, trocar o que você se alimenta de forma consciente, isso por si só já é biohacking — não necessariamente tecnologias ou outras coisas.

Mas é legal, e eu concordo com você que também há essa neura de o pessoal cair na ideia de “ah, qual que a próxima tecnologia que vai surgir que vai mudar a coisa”. 

E, não tem muito o que fazer afinal de contas, a física não mente.

uaiKeto — De Onde Veio Esse Nome

Roney: Uma coisa que gera bastante curiosidade, até da nossa parte, é com relação ao nome, uaiKeto. De onde foi que você inventou esse nome?

Iago: Engraçado né, porque eu sou mineiro, E sempre que quando eu saio do estado de Minas, o pessoal já vem direto falando em “Uai” e pão de queijo

E eu tenho muito orgulho de ser de Minas Gerais e tenho um prazer imenso de ser da terra que eu sou, de ser do sul, de ser de uma cidade pequena do interior.

E realmente, o Uai é uma expressão muito utilizada aqui — palavras como “uai”, “trem”, “sô”…

Então quando eu sentei, até quando eu fui pensar no nome da Salude, então foram todas coisas que saíram da minha cabeça. 

E eu comecei a pesquisar sobre, não vou mentir: quando eu pensei no nome do uaiKeto, eu queria que esse nome fosse realmente uma coisa fácil de ser entendida, associada à cetogênica

E eu comecei a estudar sobre cetose, e eu encontrei, sinceramente, pouquíssimos canais. 

O seu canal foi o primeiro que eu me deparei em cetose, quando eu fui buscar na internet. E de uma excelência enorme. 

Eu falei assim “nossa, eu vou procurar outros canais para ver” — e não achava outros canais tão bons quanto o seu. 

Eu não sei se foi incapacidade minha de encontrar, ou se realmente era aquilo que tinha disponível no momento, e foi excelente. 

Aí eu falei “vamos ver qual é a terminologia”, e me inspirei em vocês, fui vendo o conteúdo de vocês, quais as palavras que vocês usavam, e eu fui entendo que cetose não era o nome muito conhecido até o momento, porque a maioria dos conhecimentos sobre a cetogênica vem em inglês, e aí tem o termo ketogenic, keto…

Eu gostei de keto, e a primeira ideia minha era botar o i, da apple, do iPhone. Eu queria botar o i, mas aí eu comecei a botar iCeto, iKeto, i não sei o quê…

E eu me pegava toda hora igual eu tô falando aqui agora, eu me pegava falando uai, uai, uai, uai… eu falei assim, ah cara, que vou botar o “i” o que, eu vou botar “uai” nesse trem aqui e pronto. 

E aí eu falei, agora eu vou usar uaiCeto ou uaiKeto? Eu queria fazer a referência à cetogênica porque eu sabia que eu ia trazer uma coisa muito nova — e que, se eu desvinculasse demais do conceito básico da coisa, traria mais dificuldades para apresentar isso para as pessoas. 

Porque, além de ser difícil de mostrar para as pessoas, a gente tem ainda que trazer valor para as pessoas em si — porque ninguém quer alguma coisa que vá ficar encostada, uma coisa que não vá usar. 

Então a gente da Salude pensa muito nisso, em trazer os valores em si. 

Mas o uai veio de Minas mesmo, mas não surgiu do mineirês em si, e sim na hora que eu tava pensando no “i” de iphone. 

Eu queria botar iKeto, com o izinho. Só que na hora que eu fui testando os nomes, eu me peguei falando muito uai e na hora que eu escrevi eu achei que ficou muito legal, ficou muito natural, né.

Roney: Ah, bacana Iago, bacana. Então, foi ao mesmo tempo uma forma aí de homenagear a suas origens, homenagear Minas, dar uma abrasileirada, uma mineirada no nome e ainda fazer referência, também, ao que faz, que é a medição da cetose. 

E, muito obrigado pelos elogios com relação ao nosso conteúdo de dieta cetogênica, ao nosso canal. 

Realmente, eu acho que no Brasil, atualmente, o nosso canal é o mais completo sobre o assunto de dieta cetogênica. 

A gente tá falando sobre isso no Youtube, no site já há praticamente cinco ou seis anos, então realmente deu tempo de abordar bastante coisas sobre o assunto. 

Estamos sempre abordando cada vez mais coisas, é claro, porque o assunto é praticamente infinito. 

E, também, temos até o nosso curso em vídeo, bem completo, sobre a dieta cetogênica

Senhor Tanquinho E uaiKeto

Então, este é um assunto que a gente adora falar.

E foi por isso que, quando você entrou em contato com a gente, e apresentou a ideia do uaiKeto a gente achou tão bacana.

Porque é uma forma de as pessoas que estão seguindo a dieta cetogênica, aquelas que gostam de medições, que isso é um incentivo para elas.

Tanto para as que gostam quanto para as que precisam ou querem se manter em cetose, existe essa facilidade a mais, em que não precisa ficar fazendo xixi na fitinha, e que nem é tão preciso. 

E nem precisa ficar furando o dedo toda hora. Então, por isso que a gente gostou muito, também, da sua ideia. 

Iago: Tem algumas coisas que regem o mundo né, que é empatia, honestidade, reciprocidade. 

Na hora que eu encontrei o canal de vocês eu falei “putz, eu preciso conhecer esses caras, eu preciso conversar com eles”, porque é isso aqui que eu quero oferecer em formato de tecnologia. 

O que vocês ofereciam em formato de informação, eu queria oferecer em formato de tecnologia.

E eu não sei se é porque o mineiro é muito aberto a conversar e ter esse contato… porque, pensa do lado de cá, eu pequenininho aqui, pensando em como vou lá, e eu já vejo o melhor. 

Porque para mim, na minha visão, vocês são os melhores, e eu falei “eu quero falar com os melhores, com os caras que são as referências”. 

E aí, é uma coisa que bate, é uma sinergia que rege normalmente o mundo, essa sensação de querer fazer o bem, de estar querendo sempre propor uma coisa que esteja em sinergia né. As duas coisas estavam muito em sinergia. 

Guilherme: Muito obrigado pela parte dos melhores, a gente fica bem feliz com esse reconhecimento.

A gente se esforça bastante para fazer bons conteúdos, em texto, em vídeo (igual você mencionou que conheceu o nosso canal no Youtube) e, também, para trazer sempre coisas diferentes aqui no nosso podcast. 

Por isso a gente está sempre trazendo vários convidados, trazendo especialistas, e trazendo aqui agora você, que está trazendo uma novidade para o Brasil. 

Assim como quando você veio falar com a gente sobre o uaiKeto, a gente não conhecia, nunca tinha visto nada parecido no Brasil. Nunca tinha procurado pelos chineses.

E sabia que tinham alguns medidores por respiração nos Estados Unidos, eu tinha lido algo a respeito, mas eu não imaginava que existia aí uma empresa brasileira fazendo esse tipo de trabalho — assim como muita gente da nossa audiência não deve conhecer. 

Por isso que a gente está também abrindo esse espaço: para mostrar outros pontos de vista, outras novidades que podem interessar a algumas pessoas —  e a outras não, e também não há nada de errado com isso. Porque a ideia dos podcasts não é que você, talvez, vá aplicar tudo o que foi dito em todos. 

Então, talvez você não precise melhorar seu sono e nem tenha refluxo.

Mas você pode aproveitar mais o podcast sobre os suplementos, ou sobre medição de cetonas, ou podcast sobre dieta carnívora, ou podcast sobre dieta cetogênica, ou podcast sobre dieta vegetariana

É muito interessante a gente poder dar essa amplidão de informações, como se fosse um buffet — e a pessoa vai e se serve das coisas que forem mais úteis para ela. 

Visão De Principiante, Experimentos E Como Entrar E Sair Da Cetose

Iago: A tecnologia é linda demais né cara. 

Guilherme: Com certeza. Assim como ela permite criar o uaiKeto, os medidores de cetona no sangue, ela também nos permite compartilhar e espalhar essa mensagem.

E, Iago, você mencionou que fez alguns experimentos justamente para medir os corpos cetônicos, para poder usar o uaiKeto, para testar. 

Teve alguma coisa que você reparou de mais curioso, alguns tipos de alimentos favoritos, receitas

Ou algum tipo de coisa que você não esperava que acontecesse com os seus experimentos de cetogênica, como que foi essa sua “visão de principiante”, digamos assim, sobre esse estilo alimentar? 

Iago: Legal. Quando eu comecei a fazer, eu já estava em contato com a Letícia. 

Só que eu sou um cara que não gosto muito de incomodar as pessoas, eu tento sempre entender muito os limites da camaradagem, e não ser o cara que está te enchendo o saco. 

Então quando eu comecei a fazer, eu não quis amolar mais do que a Letícia já estava me ajudando, em pedir para ela fazer um cardápio pra mim. 

Então eu falei assim, eu vou fazer por mim mesmo e se eu não conseguir eu falo com ela.

É o trabalho dela trabalhar com estratégia nutricional e eu vi que não caberia, naquele momento, eu falar, “Letícia, me ajuda a montar um cardápio cetogênico”. 

A gente trocou ideia, claro. Mas basicamente, quando eu comecei, quando eu fiz a cetogênica pela primeira vez, era assim: o que tava ao meu alcance fácil era ovo, carne moída, morango e tomate. 

Essas eram as coisas que norteavam. E o abacate, só que o abacate não encaixava muito bem para mim. O morango encaixou muito melhor. 

E, assim, o que que eu senti?

Eu achei que meu corpo reagiria muito mais rápido do que ele realmente reage

Então, na verdade, demorou para eu conseguir ver os resultados. 

E a primeira vez que eu fiz a cetogênica, eu já tinha um protótipo do uaiKeto em mãos, e eu já tinha o equipamento de sangue. 

Porque a base do teste é você ter uma fonte confiável, a referência. 

E a referência que eu usava era o de sangue.

Eu comecei a fazer os testes, o de sangue começou a reagir ali, a primeira vez que eu vi foi ali para o quarto dia, que eu comecei a ver, realmente, os valores se elevando.

E o uaiKeto, no começo, não respondia tão bem — e é natural, a tecnologia estava nova, não tinha teste, então a função do teste era essa, era desenvolver. 

E era meio até curioso tentar entender o que tava acontecendo em tudo aquilo ali, que foi um aprendizado necessário. 

Por isso que eu comento que ele só foi lançado depois de testado.

Porque o principal é: a gente precisa ter uma referência. E a referência, no momento, era o de sangue. E aí eu senti que demorou 4 dias para reagir. 

E reagiu, realmente o meu corpo reagiu, entrei em cetose consistente, tanto no uaiKeto como no de sangue, e essa primeira experiência com a cetose foi o que gerou a primeira revisão do software, que é o programinha que controla o uaiKeto, porque eu senti que faltavam ajustes a serem feitos. 

A partir do momento que eu consegui ter essas ideias, eu falei “agora eu preciso fazer com mais pessoas”. 

Eu preciso ter uma amostragem maior para entender se uma pessoa mais velha, uma pessoa mais nova, uma pessoa mais gorda, uma pessoa mais magra… se vai dar os mesmos resultados que deu em mim. 

E aí a gente começou a fazer, e foi mais curioso ainda ver os resultados de outras pessoas, e ver o quão singular é a cetose em si. 

Eu acho que tem muito também do fato de a pessoa ter disciplina. 

Então, o primeiro ponto que eu achei curioso foi essa demora… porque eu achei demorado, sinceramente, quando eu comecei, ter levado 4 dias. Tanto pelo sangue quanto pelo uaiKeto, foi a mesma coisa. 

E eu comecei a notar que as respostas do uaiKeto não são iguais às de sangue. 

Elas se acompanham, elas são correlacionadas, mas elas não são medidas iguais. 

Elas não variam no mesmo momento e, muitas das vezes, não variam na mesma intensidade.

Então, eu achei bem curioso e fiquei atento para saber até onde aquilo ia chegar, até que ponto eu podia errar. 

E outra coisa legal, outro conhecimento legal que eu adquiri foi sobre o sair e voltar da cetose

Depois da segunda semana já na cetogênica, no primeiro final de semana, eu não conhecia muito de dieta propriamente dita — então o “dia do lixo” para mim era natural. 

E aí, na primeira semana de cetose, no final de semana eu comi um hambúrguer, alguma coisa assim — porque eu estava querendo sair e eu precisava realmente sair de cetose: porque uma parte do equipamento é testar se você está entrando em cetose. 

E a outra é você sair de cetose e ver se o equipamento está detectando que você saiu de cetose. 

Então foi uma experiência, um dia do lixo que precisava ter acontecido, e aí o que veio de conhecimento isso tudo? 

Que a partir do momento que a gente está em cetose —  se eu, por exemplo, como menos de 30 ou 40 gramas de carboidrato ao dia…  

Se num dia eu comer ali 70 gramas, 100 gramas de carboidrato, pode ser sim que eu saia de cetose — mas depois o corpo volta muito mais rápido. 

Eu comecei a ver que depoi meu corpo volta muito rápido para a cetose — coisa de um dia, coisa de medir corpo cetônico a noite e eram quase 0.3 ou 0.2 e aí no outro dia já conseguir medir de novo ali 0.6, 0.7, 1 mmol/L. 

Então, esse foi um conhecimento legal também de ser construído. Eu acho que foram basicamente esses que eu estou lembrando aqui no momento, de interessante, de compartilhar. 

Que Pessoas Podem Ter Benefícios Ao Medir?

Roney: Perfeito, Iago, muito bacana que você fez os experimentos e sentiu na prática o que a gente espera na teoria, que é: uma vez que você está acostumado com a cetose, quando você sai, fica mais fácil voltar para ela

E, falando da prática Iago, quais são os grupos de pessoas que você acha que seria legal ter esse monitoramento de acompanhar o nível de cetose e corpos cetônicos, e quais pessoas, talvez, não teriam tanto essa necessidade?

Claro, a gente pode bater um papo aqui: você pode falar da sua experiência, a gente falar da nossa — até com os nossos alunos do Guia Dieta Cetogênica — para a gente deixar o pessoal mais por dentro de quem pode se beneficiar dessa tecnologia. 

Iago: Legal. Tenho dois pontos de vistas em relação a isso, porque eu tenho o ponto de vista do que eu acho, do que eu acredito que seja bom.

E tenho agora o ponto de vista do que eu tenho vivido, do que eu tenho visto —  porque agora a Salude já tem alguma quantidade sustentável de pessoas para ter um feedback. 

E o que que eu acho, quando eu fiz o uaiKeto, foi pensando em ajudar as pessoas que estão começando na dieta cetogênica — tanto que a opção do uaiKeto de colocar aqueles negócios de níveis, de falar se você está em cetose nível 1, nível 2, é para ajudar as pessoas que estão começando e não sabem nem o que é milimol por litro. 

Porque essa é uma dúvida que eu tive, no começo. 

Então, eu acho que o uaiKeto é muito útil para as pessoas que estão começando e, claro, pessoas que estão começando e tem que gostar realmente de ter valores, de acompanhar de alguma forma. 

Se ela gosta de fazer de outra forma e os valores não são interessantes para ela, eu acho que tudo bem, tudo normal, não existe uma verdade absoluta e algo que seja sempre o certo, são pontos de vista. 

Mas o que eu tenho visto das pessoas que têm me contactado, que adquiriram o uaiKeto e têm tirado o maior proveito? 

São pessoas que já estão numa idade mais avançada, pessoas que estão procurando se manter mais saudável e é até curioso, porque eu achei que fosse o contrário. 

Pessoas acima de 40 anos usando o uaiKeto, que eu achava que seriam mais resistentes à tecnologia. 

Mas foi exatamente o contrário o que eu tenho percebido. 

As pessoas acima dos 40 anos estão adorando, estão deitando e rolando com o uaiKeto e estão adorando. 

Estão me contactando —tem um cara que é aposentado da rede Globo, me ligou esses dias, trocou a maior ideia no telefone e ele conversando, me falando sobre o quão ele tem utilizado aquilo lá. 

Ele está escrevendo um livro sobre cetose, sobre qualidade de vida em si, na melhor idade e tem usado o uaiKeto para embasar alguns argumentos dele dentro do livro. 

Então eu acho que o equipamento seria muito útil para as pessoas que estão entrando na cetose, e que querem entrar de forma descomplicada na cetose. 

E, hoje, o que eu tenho visto que as pessoas têm tirado mais proveito, são as pessoas que estão ali no começo da terceira idade, vamos falar ali, próximo aos 50 e que estão preocupadas em manter um corpo saudável… mas não estão buscando tratar patologias. 

Elas estão sim buscando se sentirem mais saudáveis, buscando saber se as escolhas que elas estão fazendo naquele momento estão sendo as melhores escolhas para o organismo delas, e todas elas têm muito contato próximo com os profissionais da área, com nutricionista, com endócrinos

Enfim, não sei se ficou claro esses dois pontos, se bagunçou mais do que ajudou.

Roney: Acho que ficou claro sim, Iago. 

E é uma visão que eu, particularmente, não tinha de que seria grande parte do público o pessoal da terceira idade. 

Acho que até porque a maior parte dos nossos alunos é um público mais jovem, é um público de 25 a 45 anos, então isso para mim não era aparente, não sei no caso do Guilherme. 

Assim como você falou, acho que pessoas que gostam de acompanhar a cetose, que vão se beneficiar muito do uaiKeto, são aquelas pessoas que gostam de estar em cetose por uma questão de performance, por uma questão de se sentirem melhor, com mais foco, por exemplo.

E que gostam dessa gamificação de ver ali, medir e falar “ah, eu tô em cetose agora”.

Ou de comer um alimento e dali um tempo medir e falar “esse alimento me tirou da cetose” — essa receitinha me tirou, esta receita não me tirou

Então são pessoas que têm o perfil analítico, que gostam de anotar e vendo o comportamento do corpo conforme o que come, o momento do dia, por exemplo, o jejum e o exercício

Por outro lado, a gente também acha que tem alguns tipos de pessoas que não se beneficiariam tanto, que são aquelas pessoas que ficam mais ansiosas ao medir, e se ver um pouco baixo o número, já ficam nervosas.

Falam “ai meu Deus, o que será que eu fiz de errado?”, se o número não está igual ao que elas esperavam. 

Ou se ela ver que o alimento tirou ela levemente da cetose, ela fala “ah, esse alimento eu não posso comer nunca mais, ele faz mal para mim”.

Então eu acho que, nesse ponto, cada pessoa se conhece um pouco, sabe o quão ansiosa é — e o quanto gosta de ver essas medições. 

E aí vai saber avaliar também um pouco se vale a pena ou não. 

É claro que a gente não está entrando aqui no mérito das pessoas que precisam medir se estão em cetose, por questões de saúde, por recomendações médicas. 

Mas as pessoas que seguem uma cetogênica e querem ter esse tipo de informação, por um motivo ou por outro.

A Mensagem Final Do Iago Para Você

Guilherme: Ótimas colocações, Roney. 

Iago, acho que a gente está chegando aqui na partezinha final do nosso podcast. 

Eu queria saber se você tem alguma mensagem, algum tipo de aprendizado que você teve na sua jornada, com uma vida mais saudável, a sua jornada com esse começo de biohacking, auto experimentação e tal, que você gostaria de deixar para quem está começando agora. 

Para quem está meio perdido, não sabe muito bem o que é cetogênica, sabe que quer melhorar a alimentação, sabe que quer ter uma vida mais saudável ou, como você mesmo falou, criar um ambiente melhor, um corpo melhor para a gente poder florescer e viver a nossa vida nesse lugar mais saudável — mas está um pouco perdido. 

Qual seria uma dica que você poderia deixar para essas pessoas?

Iago: Bom, Guilherme, eu acho que tem tudo a ver com o modo que eu vivo, e eu acho que tudo começa com o pensamento. Toda ação que a gente faz, parte de um pensamento, de uma vontade, então a gente pensa em alguma coisa, a gente tenta materializar essa coisa em formato de atos, de ações. 

Então tudo começa em dar combustível a essa vontade de pensar e dar abertura para a sua mente florescer numa visão mais saudável, numa visão mais próspera, o que seja que você busque para 2020, para 2030, para a sua vida em geral, para as pessoas ao seu redor. 

Eu acho que a mensagem real é deixar esses pensamentos serem concretizados em formato de atos e aplique seu tempo, invista nos seus pensamentos, invista o seu tempo nas coisas que você acredita, que eu tenho certeza que isso vai te trazer muitos benefícios, tanto para a saúde, quanto para a felicidade. 

Hoje eu vejo não só a forma saudável, mas o que a Salude tem proporcionado para mim é viver um sonho, então eu trabalhava, eu era engenheiro de uma empresa e eu sonhava em ter o meu próprio negócio. 

Eu sonhava em poder materializar as minhas ideias que são, a maioria, malucas. 

Eu tenho meio esse perfil de cientista maluco. 

E lá dentro eu esbarrava em algumas barreiras que meio que tosavam a minha criatividade. 

Então, tanto que a Salude ela está indo para o seu quarto ano de existência, mas dois anos da Salude a gente nem vendia nada, era só nós desenvolvendo coisas, pensando e investindo o nosso tempo num sonho, investindo o nosso tempo em um pensamento que a gente acreditava que era o melhor. 

E hoje, quatro anos depois, eu tenho certeza que valeu muito a pena, por mais que seja uma coisa difícil, você vai ter que sacrificar em alguns pontos. 

Vai ter que sair fora da sua zona de conforto, mas tudo nasce dentro dos seus pensamentos, naquela pessoa que conversa com você ali dentro da sua cabeça. 

Dê, invista, eu acho que a moeda de troca para as coisas acontecerem é o seu tempo. 

Então, invista um pouco de tempo nas coisas que você acredita, que eu tenho certeza que daqui um ano, seis meses, seja lá quanto tempo você espere, eu tenho certeza que você vai estar mais realizado e se sentindo mais feliz num todo, se sentindo mais conectado com você mesmo. 

Guilherme: Total, faz muito sentido isso, a gente investir nos nossos sonhos.

Muitas vezes eles começam como coisas selvagens que todo mundo ao seu redor vai dizer que nunca vai dar certo… essa dieta maluca que você está fazendo. 

Esse seu sonho de divulgar as informações que você aprendeu sobre alimentação para mais pessoas — e viver disso.

Ou essa vontade, no seu caso, de viver dos seus experimentos e criações científicas.

Realmente é algo que muitas pessoas vão dizer e vão negar e vão te desestimular ao longo do caminho, porque não compartilham essa visão.

Mas às vezes a gente tem que acreditar em nosso potencial e investir nos nossos sonhos para poder atingi-los. Bela mensagem, Iago. 

Iago: Eu fico feliz de poder compartilhar aqui um pouco da minha experiência, um pouco do que eu acredito fazer bem para as pessoas. 

Eu nunca tive essa oportunidade de compartilhar informações, eu tenho gostado muito de poder ter esse contato com vocês. 

oi um prazer imenso aceitar esse convite e poder estar compartilhando com o pessoal um pouco desse conhecimento e experiência que eu adquiri dentro desses anos. 

Roney: Iago, muito obrigado pela sua presença e pelo seu tempo de dar essa entrevista pra gente. 

A gente realmente gostou muito de falar com você e esperamos que o pessoal que escutou a gente também tenha gostado. Então, se você puder deixar os seus contatos, a gente vai agradecer porque o pessoal vai gostar de poder saber mais sobre o uaiKeto. 

Iago: Claro, Roney. Mantenho ainda aquela informação que eu dei, o desafio que eu fiz. 

Eu desafio às pessoas que gostaram de conhecer o uaiKeto aqui, que tenham mais curiosidade, eu desafio elas a mandarem uma mensagem no whatsapp da Salude (tem o número aqui.) e não saírem com uma experiência “uau”. 

Elas vão se sentir extremamente queridas e extremamente bem atendidas. 

É um atendimento de irmão, assim, de parceiro. 

Eu tenho certeza que as pessoas vão gostar. 

O principal meio de comunicação da Salude é pelo instagram, a gente usa o instagram @saludetecnologias

Lá é a forma que a gente entra em contato e compartilha informações que a gente acha relevante. 

A gente tem um site do uaiKeto, que é www.uaiketo.com.br. É onde as pessoas podem adquirir o seu uaiKeto, podem encontrar mais informações, e lá mesmo no site a gente tem um botão que direciona direto para o nosso whatsapp, que é a forma que a gente torna mais próximo esse contato personalizado. A forma que a gente encontrou de personalizar o atendimento.

Então, a gente está sempre disponível. Eu até brinco com o pessoal que não tem horário comercial para a Salude, a gente trabalha 24h/7, então claro que depois do horário comercial pode ser que a gente demore um pouquinho mais. 

O nosso tempo médio de resposta às perguntas tem variado em torno de 5 minutos a 15 minutos, então esses são os contatos. A gente está sempre disponível. 

O pessoal manda muito mensagem a noite, acho que é quando a rotina começa a parar, começa a tranquilizar, e aí elas começam a investir um pouco do tempo nos sonhos delas e aí encontram no uaiKeto uma forma de concretizá-los.

E a gente responde nesses horários sim, e tenta responder o mais rápido possível. 

Estamos à disposição para o que for preciso, é sempre um prazer estar interagindo com qualquer pessoa que queira entender um pouco mais, mesmo que não seja sua intenção comprar, e você só quer conhecer. 

Mande mensagem, é um prazer poder conversar com você.

Roney: Iago muito obrigado, mais uma vez para você.

E muito obrigado a todo mundo que nos escutou até agora, muito obrigado por sua audiência. 

Se você gosta dos nossos episódios, gosta das nossas entrevistas, então se inscreva no seu player de podcast favorito. 

A gente está por todos eles: spotify, deezer, google podcasts, enfim, todos eles você vai encontrar. 

É só digitar Senhor Tanquinho na busca

A gente disponibiliza episódios todas as semanas, intercalando áudios curtos e reflexivos com entrevistas mais longas — como esta que você acabou de ouvir com o Iago. 

A gente se vê no episódio da semana que vem. 

Um forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho! 

Referências E Estudos Mencionados No Episódio

  1. Kathy Musa-Veloso, Sergei S Likhodii, Stephen C Cunnane, Breath acetone is a reliable indicator of ketosis in adults consuming ketogenic meals, The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 76, Issue 1, July 2002, Pages 65–70, https://doi.org/10.1093/ajcn/76.1.65
  2. Moro, T., Tinsley, G., Bianco, A. et al. Effects of eight weeks of time-restricted feeding (16/8) on basal metabolism, maximal strength, body composition, inflammation, and cardiovascular risk factors in resistance-trained males. J Transl Med 14, 290 (2016). https://doi.org/10.1186/s12967-016-1044-0 
  3. Hall, K. A review of the carbohydrate–insulin model of obesity. Eur J Clin Nutr 71, 323–326 (2017). https://doi.org/10.1038/ejcn.2016.260 

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