O plástico de volta
A indústria alimentícia gera toneladas de resíduos de caranguejo, camarão e lagosta a cada ano. Um problema que pode ajudar a resolver outro, no mesmo ambiente: o do plástico nos oceanos.
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Comer camarões é uma delícia.
Que gera uma pequena pilha de cascas a cada vez.
Multiplique isso pelo uso da indústria alimentícia.
O setor gera de 6 a 8 milhões de toneladas métricas de resíduos de crustáceos a cada ano.
Dependendo do país, esse material é despejado no mar ou em aterros sanitários.
Em muitos desses mesmos aterros, o lixo plástico acumula-se implacavelmente.
Os seres humanos produziram mais de 8 bilhões de toneladas de plástico desde que a produção em massa começou, na década de 1950.
Apenas 10% das embalagens plásticas são recicladas com sucesso.
O restante fica em aterros durante muito tempo (uma garrafa de plástico leva cerca de 450 anos para se decompor).
Ou vai parar no ambiente, afetando seres marinhos que engolem ou se prendem ao material.
Alguns cientistas acham que é possível resolver os dois problemas de uma vez só.
As carapaças de crustáceos contêm quitina.
Como o plástico, a quitina é um polímero, uma cadeia molecular feita a partir de unidades repetitivas.
Esta substância, juntamente com seu derivado, a quitosana, oferece muitas das propriedades do plástico.
O que tornaria possível produzir plástico de base biológica.
E que leva apenas semanas ou meses para ser biodegradado, em vez de séculos.
O desafio é obter quantidade suficiente de quitina pura e quitosana das cascas para fazer “plástico” de modo viável.
Alguns projetos tentam obter o melhor processo, cenário descrito pelo site Science News.
Atualmente, quitina e quitosana são usadas em cosméticos, entre outras aplicações.
Um dos primeiros produtos deste novo plástico que se imagina são embalagens de alimentos.
O produto seria, ao mesmo tempo, antimicrobiano e compostável.
E até mais eficiente
Esta nova embalagem prolonga a vida útil do salmão em três dias, em relação ao plástico normal.
É claro que a quitina e a quitosana sozinhas nunca substituirão todo o plástico do mundo.
Mesmo que todos os 6 milhões a 8 milhões de toneladas do lixo anual mundial possam ser processados.
Uma pequena fração dos mais de 300 milhões de toneladas de plástico produzidas em um ano.
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